Ex-CEO do Grupo Silvio Santos defende entrada de capital estrangeiro: "TV aberta está quebrando"
Guilherme Stoliar concede primeira entrevista após deixar o conglomerado, em agosto
Publicado em 18/09/2020 às 04:00
Após 49 anos, o executivo Guilherme Stoliar, 64, deixou o Grupo Silvio Santos em agosto onde atuava como presidente desde 2010. Em sua primeira entrevista depois de sair da companhia, ao NaTelinha, Stoliar defende a abertura de capital estrangeiro na televisão, hoje restrito a 30%, como único caminho para a sobrevivência do veículo. No dia em que a TV brasileira completa 70 anos, ele alerta que as emissoras estão quebrando e que o governo precisa criar regulamentações que atendam a manutenção do negócio de transmissão de sinal aberto no país.
"Nenhuma emissora de televisão no Brasil está ganhando dinheiro. Até há pouco tempo, em 2014, só a TV Globo ganhava, agora nem ela. As emissoras de televisão aberta estão quebrando. Não vão continuar suportando por muitos anos se não houver o capital estrangeiro. Não tem negócio, ou vai virar igreja o dia inteiro. Não tem mais políticos comprando televisão porque os políticos que compram televisão estão presos ou podem ir", avalia Guilherme Stoliar, que elogia a Globo como referência de qualidade na programação de TV no país.
O ex-CEO do Grupo SS elogia sua substituta no cargo, Renata Abravanel, 34, filha do apresentador Silvio Santos, e diz que com a nova gestão as empresas entrarão na era digital. "Ela está bem voltada no que está acontecendo no mundo hoje. O grupo vai passar por essa transformação. Eu, enquanto presidente, tinha um apego muito forte no analógico. porque minha vivência foi basicamente essa".
Confira a entrevista exclusiva com Guilherme Stoliar:
Balanço da gestão à frente do Grupo Silvio Santos
O balanço foi altamente positivo. Eu trabalhei no Grupo Silvio Santos por 49 anos e alguns meses. Fui muito feliz. Comecei como office-boy no Rio de Janeiro no Baú da Felicidade e terminei minha carreira, há um mês, como presidente do Grupo Silvio Santos. Foram experiências maravilhosas. Passei por diversas empresas do Grupo. Foi muito proveitoso e foi uma história vitoriosa para mim. Vitórias de grandes conquistas e alegrias e poucas tristezas.
Renata Abravanel à frente do Grupo Silvio Santos
A Renata tem uma diferença de mim muito grande. Somos três gerações bem diferentes na cabeça do Grupo Silvio Santos. Tem o Silvio Santos, que é um homem que vai fazer 90 anos de grande experiência. Eu diria que é um homem absolutamente analógico. Tem o Guilherme Stoliar que acaba de sair, aos 64 anos, que tinha um pé muito forte no analógico e um pouco de entendimento do digital. Agora você tem a filha dele, a Renata, que é uma moça de 34 anos que tem uma escolaridade bastante evoluída, uma academia forte e é uma pessoa que diria que é bem digital. Ela está bem voltada no que está acontecendo no mundo hoje. O grupo vai passar por essa transformação. Eu, enquanto presidente tinha um apego muito forte no analógico. Porque minha vivência foi basicamente essa.
Silvio Santos
O Silvio é o maior comunicador da televisão brasileira de todos os tempos. Eu acho que o Silvio está para televisão brasileira, como o Pelé está para o futebol brasileiro e o Roberto Carlos está para os cantores brasileiros. Eu acho que o Silvio Santos nunca mais será esquecido na passagem dele pela televisão brasileira.
Em relação ao Silvio Santos como patrão, eu diria que é um homem que irá completar 90 anos, dentro de dois ou três meses, que continua atuando, trabalhando e com vontade, embora não possa neste momento, de pegar o carro dele e ir para os estúdios da Anhanguera, gravar o programa, ganhar da Record e brigar com a Globo.
Essa é uma grande virtude do Silvio Santos. É um homem muito justo e muito correto. Um sujeito extremamente honesto e tenho uma relação muito afetiva com ele. Gosto muito dele.
A TV aberta no Brasil
Hoje 80% da população brasileira ainda continua assistindo a televisão aberta porque, infelizmente, é muito pobre. E a TV aberta, assim como o rádio, ainda são veículos mais democráticos do ponto de vista financeiro. 97% de quase 70 milhões de domicílios ainda têm televisão aberta e não paga nada para assisti-la. Você tem uma sobrevivência muito longa da televisão aberta. Claro que com um poder de fogo muito reduzido.
O SBT está estreando a Copa Libertadores porque a Rede Globo deixou de fazer. As coisas estão começando a mudar de mão, começando a se socializar um pouco. A televisão aberta vai ficar menor em termo de receita, vai ter uma perda da qualidade do produto que ela produz, pela redução da receita, mas ela vai continuar existindo e atendendo a 80% da população que não pode ter o streaming de vídeo e o ponto de internet.
Eu faço uma conta. Os dados do IBGE mostram que das famílias do Brasil 80% têm uma renda de até 3 mil reais por mês. Uma família que ganha até esse valor por mês não pode ter muita coisa além do arroz, feijão e o aluguel. Essas pessoas ela se servem da televisão para se entreter e se informar. Agora os 20%, cuja renda é maior que 3 mil reais, já pode ter um ponto de internet e acessar Netflix, Disney+ e Amazon Prime Vídeo. Essas pessoas com renda maior já estão deixando de assistir com assiduidade a televisão aberta.
Como eu acho que o Brasil ainda vai levar muito tempo para ter uma população 100% com capacidade de ter acesso a isso, eu acho que a televisão aberta vai ver por muitos e muitos anos.
A Globo é um orgulho da TV brasileira
A Globo é um orgulho para a televisão do Brasil. É uma referência para todo mundo. A TV Globo é o que todas as outras emissoras de televisão gostariam de ser. Mas eles têm um problema de cultura de muitos anos, eles aprenderam assim. A Globo teve no seu início o Walter Clark que foi um homem de marketing espetacular, o Boni que é um homem de conteúdo, artístico e de programação do mais alto nível que sempre primou pela excelência de qualidade. Enfim, ela conseguiu reunir grandes talentos e profissionais durante todo esse tempo, por isso a Globo é tão difícil ser batida.
Uma vez, o Silvio Santos disse para mim: "Guilherme, se a Rede Globo acabar por qualquer razão, se ela pegar fogo e deixar de existir, nenhum de nós mais no Brasil terá a condição de fazer uma emissora igual à TV Globo". Eu concordo plenamente com ele. A cultura adquirida, esse know-how desses anos, enfim, a TV Globo ela ainda continua fabricando, produzindo a televisão arte.
Você pode comparar qualquer novela da Globo com qualquer filme feito em Hollywood pelas grandes produtoras internacionais. Com o requinte dessas produtoras. O que permite a Globo se manter distante das outras emissoras é que durante muitos anos ela faturou tão mais do que as outras emissoras que pode compensar todos esses talentos e continuar tendo e mantendo essa qualidade. Então sobrou pouco para as outras emissoras. As outras emissoras não conseguiram aprender, porque não tiveram esse talento e essa escola que a Globo criou em todos esses anos.
Até hoje a Globo, com as dificuldades que está atravessando, mesmo assim a gente assiste uma novela reprise na Globo e ainda se sente muito feliz porque a qualidade das novelas são tão boas e que essas reprises ultrapassam qualquer novela inédita feita por qualquer outra emissora. É uma coisa muito difícil de se alcançar por qualquer emissora de televisão aqui no Brasil.
Pode até alcançar, mas teria que pegar todo o pessoal da Globo e coloca-los jogando junto por muitos e muitos anos. Como nosso negócio é sempre motivado pelo dinheiro, o custo-benefício de uma conta dessas é impagável. Então, você tem que fazer uma televisão que seja atraente, que possa entreter e informar, numa qualidade que não é igual o da Globo. Você até consegue fazer coisas boas e interessantes, mas nunca com a qualidade daquilo que é feito pela Rede Globo.
Eu tenho muito orgulho de ter a Rede Globo no Brasil. Eu acho que não consegue ter no mundo uma rede de televisão que consiga produzir a qualidade daquilo que a Globo vem produzindo. Não só produzir, difundir também.
A função da TV aberta
Globo, SBT e Record chegam em 97% dos quase 70 milhões de domicílios do Brasil. A televisão aberta tem o papel fundamental na vida do Brasil, da vida da democracia e da política. Até como um exemplo muito simples: Aqui no Brasil que é um país de dimensões continental. O brasileiro fala português de norte a sul. Se você pegar um país da Europa, muito menor que o Brasil, você tem dialetos diferentes dentro desse país, porque você não tem um veículo de comunicação como tem sido a televisão que integre todo mundo e dê para todo mundo o mesmo vocabulário, a mesma forma de falar.
A televisão é um veículo extremamente importante. E acho que nossos governantes têm que prestar muito atenção com relação à televisão. Me preocupa muito o excesso de liberalismo e você acabar esquecendo da televisão aberta. Não dando a importância que a televisão aberta, verdadeiramente, tem. Ou seja, a preocupação com os meios digitais que atingem 20% desse universo é muito maior que a preocupação com o meio televisivo que atinge os 80%. Na medida em que você não apoia a televisão aberta, nessa medida o veículo começa a perder a qualidade de programação e começa a desinformar, deseducar, começa levar para um caminho que não sabemos qual será o fim.
Deveria ser de grande importância a preocupação do nosso governo, qualquer que ele seja, de direita, centro e esquerda, de manter viva a televisão aberta enquanto você não consegue ter os 100% da população com capacidade de comprar uma TV a cabo. Quando eu falo de ajuda do governo não estou me referindo sobre verba. Eu falo de incentivo do governo para se manter 80% das pessoas felizes sem ter que pagar televisão. Não é distribuir verba.
Hoje no Brasil, que tem 70 milhões de domicílios, você tem não mais de 15 milhões de domicílios com televisão paga. Você tem 80% das pessoas que não podem se informar através da uma televisão paga. Que não pode pagar a conta. Me preocupa muito, muito, mas muito, perder o futebol na TV aberta e não permitir que as pessoas possam assistir seu Flamengo ou seu Fluminense.
Crise na TV aberta
Eu acho que tem que haver uma preocupação, de quem quer que seja e principalmente do governo, na proteção dos interesses, não nos donos da TVs abertas, mas naquilo que a TV aberta levará ao público brasileiro. Isso é algo que me preocupa e um recado que deixo para todos.
A partir de 2015 se instalou uma crise econômica no Brasil e a televisão aberta teve uma perda de receita no final de 2019 de 40%. A TV aberta teve uma receita de 100 no ano de 2014, vamos chamar de ano de ouro dos últimos anos, e em razão da crise a receita da televisão aberta começou a baixar e ela passou a ser de 60% do que era em 2019. Em 2020 por causa da pandemia caiu mais ainda.
Se a Globo conseguir pagar X milhões pela Libertadores, ela não está conseguindo pagar mais e por essa razão está deixando de fazer. O SBT está fazendo, mas posso garantir que não está pagando o que a Globo iria pagar.
Não podemos esquecer que algumas coisas não podem deixar de fazer parte da televisão aberta porque você prejudica sensivelmente o brasileiro que tem muito pouco para se divertir. O divertimento do brasileiro é a novela, o futebol, o programa do Ratinho... Na hora que a televisão brasileira não tiver como fazer isso, nós teremos um problema social muito grande.
Outro problema social em prejuízo a TV aberta é a entrada do 5G. As frequências da televisão elas foram tomadas da TV abertas e foram ofertadas para as companhias de comunicação possam fazer o 5G. E a transmissão do 5G vai influenciar nas imagens das antenas de satélite do Brasil. Temos que pensar muito bem no que fazer, para não prejudicar por causa do 5G, as pessoas que não podem ter nem o 3G.
Liberação do capital estrangeiro
Sou totalmente a favor e não tem razão para não ser. A comunicação de todos os países do mundo sempre foi controlada pelo estado, inclusive nos Estados Unidos. Só que a partir do momento que inventaram as transmissões via satélite e que se inventou a internet, acabou a barreira de entrada para a cultura de outros países.
É uma hipocrisia você ficar protegendo uma coisa que está desprotegida. Pelo contrário, se permitir a entrada de capital estrangeiro, fará com que o operador brasileiro fique mais forte. Porque ele vai poder se apoiar, também, em produtos de qualidade que vem de fora. E que são produtos que possam ser exibidos em qualquer país e não precisam ser regionais.
Claro que você não poder perder a regionalidade nunca, porque se não você perde a sua cara. Eu sempre fui muito a favor da abertura de capital estrangeiro nesse país.
Esses 30% veio de época que a imprensa estava defendendo a abertura da entrada do capital estrangeiro. Os veículos que estavam na liderança, que não vou citar nomes, que não foi só televisão, para se proteger encontraram o mecanismo desses 30%. Esses 30% são uma mentira. Nenhuma empresa estrangeira vai comprar 30% de capital de um veículo de comunicação no Brasil se não poder sentar numa mesa para discutir a programação que vai ao ar no dia seguinte. Nenhuma empresa séria vai fazer acordo de gaveta. A abertura do capital é permitir que alguém discuta o que deve ser feito. Agora, se for fazer alguma coisa que não tem ser feita a nossa legislação vai dar conta disso. Isso tem que cair, não existe. Ao contrário, eu acho que isso pode levar as empresas de televisão brasileira à falência.
Nenhuma emissora de televisão no Brasil está ganhando dinheiro. Até há pouco tempo, em 2014, só a TV Globo ganhava, agora nem ela. As emissoras de televisão aberta estão quebrando. Não vão continuar suportando por muitos anos se não houver o capital estrangeiro. Se não assim, aqui, não tem negócio, ou vai virar igreja o dia inteiro. Não tem mais políticos comprando televisão porque os políticos que compram televisão estão presos ou podem ir.
O único jeito de a televisão brasileira voltar a ter qualidade, ou manter o mínimo dessa qualidade, é permitindo a entrada de capital estrangeiro, não tem alternativa. Se não tiver uma regulação da lei que possa tornar o negócio claro, as emissoras brasileiras vão quebrar. Eu posso garantir que todas as emissoras estão perdendo dinheiro e há muito tempo. Assim como posso garantir que os jornais do Brasil, aqueles que ainda estão circulando, circulam porque estão sendo subsidiadas pelos seus donos que devem ser ricos. Porque todos estão com prejuízos. Nós temos um problema de comunicação nesse país muito grande. Na minha opinião, é a única alternativa para salvar a televisão aberta no Brasil.
As novelas mexicanas são muito mais vendidas no exterior do que as novelas produzidas, brilhantemente, pela Globo. Por quê? Por uma questão de cultura, por uma questão de liberdade. A liberdade que a Globo usa nas produções das suas novelas, os outros países, por mais evoluídos que sejam, não aceitam. Nos Estados Unidos não tem censura governamental, mas tem a auto censura. O povo faz a auto censura. O povo não aceita aquilo que a gente faz aqui no Brasil em nome da liberdade de expressão.
TV a cabo vs streaming
Enquanto não temos o 5G em funcionamento, para ter uma boa qualidade para receber o streaming de vídeo, você precisa ter uma conexão de internet, que normalmente é feita através de uma operadora de TV a cabo. Por essa razão, eu acho que a televisão a cabo muda um pouco as suas características, mas ela sobrevive. Vai se adaptar a facilitar quem quiser utilizar o streaming. É um processo.
Todo mundo vai conviver muito bem. A TV aberta viverá bem, mas será menos representativa. A TV a cabo vai perder um pedaço dos seus assinantes para o streaming, mas vai conviver bem.
Isso me faz lembrar o rádio, que não desapareceu depois da televisão. O rádio tem um espaço, talvez um pouco menor, mas não desapareceu. Continua com um veículo importante. O próprio streaming ainda passa por uma fase de adaptação. Essas coisas irão ocorrer gradativamente.
Nada vai deixar de existir. Cada um vai ficar com seu nicho de mercado sem ser predominante, que até pouco tempo, era da TV aberta. Que entretinha e informava 100% à população. Com o advento da internet, que além de mandar "letrinhas" para as casas das pessoas passou a mandar filmes, então teve uma migração. Especialmente das pessoas das classes AB dos serviços que são prestados hoje pela internet.
Marketing de Silvio Santos no início do SBT
Um grande lance de marketing do SBT que eu não participei, mas estava lá, foi o lançamento de um filme chamado Pássaros Feridos que o Silvio deu uma grande aula de marketing para todos nós. Quando ele anunciou aos telespectadores que deveriam esperar terminar a novela para que pudessem assistir com tranquilidade ao seriado da qualidade de Pássaros Feridos, foi um grande lance de marketing feito pelo SBT que foi planejado e encabeçado pelo Silvio Santos. Ele teve a coragem de tomar uma atitude como essa. Um lance de marketing para mim inesquecível que faz parte da história do SBT. Isso que fez foi o Silvio Santos, não só essa, mas tantas outras. Essas atitudes de marketing fizeram com que o SBT chegasse aonde chegou e estando onde está.
Construção dos estúdios do SBT na Anhanguera
As pessoas acham que isso foi uma grande virada no SBT. Na verdade, o que proporciona você fazer isso é ter a capacidade financeira. Porque é uma necessidade. Você não consegue fazer televisão num escritório como outra empresa qualquer. Você precisa lotar uma televisão de estúdios e equipamentos técnicos para permitir fazer produções e superproduções. O que fizemos no SBT não foi nada diferente do que qualquer um teria feito se tivesse dinheiro para fazer.
O que conseguimos de bacana foi ter virado o resultado do SBT que era negativo longo no seu início e conseguir transformar num resultado muito positivo. Numa lucratividade muito grande. Isso permitiu fazer com que nós construíssemos a Anhanguera. No Brasil, você para poder transmitir você precisa produzir. Porque você não tem no Brasil, ainda, quem produza para você só transmitir. Não houve ainda uma oportunidade para esse acontecimento no país por diversas razões.
Nós consolidamos na Anhanguera nossos quatro ou cinco endereços que já tínhamos em São Paulo. Não foi nada de espetacular. Construímos um escritório para uma rede de televisão que além de transmitir o que produz ela tem que produzir o que transmite. Como a Globo tem no Rio de Janeiro e a Televisa no México, que tive oportunidade de conhecer, que tem estúdios espetaculares e muito mais espetaculares do que fizemos na Anhanguera.
Fizemos um trabalho na Anhanguera do tamanho do SBT. Ele cabe dentro do SBT de 1995, hoje está um pouquinho apertado, mas ainda temos condições de se produzir dentro da qualidade que produzimos.
Futuro
Aproveitando meu conhecimento de televisão, um dos meus sonhos que estou colocando em prática que é fazer educação à distancia de baixo e alto nível. Estou criando uma plataforma de educação à distancia para oferta pela internet ou via satélite. Um dos grandes sonhos, e faria de graça, é colocar nas cadeias públicas de todo o Brasil televisores para educar os presos. Isso vai ser a grande campanha da minha empresa de educação.