Novela é folhetim, é melodrama, e em uma boa trama não podem faltar os clichês que são tão amados ou tão odiados pelo público. Mas quem não gosta de um clichê? Afinal, a vida muitas vezes é um clichê.
O triângulo amoroso está presente na maioria das tramas. Uma boa história deve ter essa disputa, que faz o público torcer por este ou por aquele personagem. É inevitável a falta desse elemento em uma boa novela. Na medida certa, é agradável de se ver.
A falsa morte é outro recurso comum: personagens que morrem ou são assassinados voltam na reta final da trama para desvendar certas situações. Nesse momento, as máscaras caem, o capítulo se torna movimentado e engaja a audiência e as redes sociais.
O final feliz é o momento mais esperado da trama. As pessoas esperam que os casais se acertem, que os vilões sejam punidos e que todas as situações abordadas sejam resolvidas. Esse clichê mexe muito com as pessoas, porque na vida o sonho de todos nós é sempre ser feliz, mas a vida não é uma telenovela.
Os bordões das novelas
Os bordões são infalíveis e ganham as ruas no dia a dia. Quem nunca se viu repetindo involuntariamente um bordão de um personagem da dramaturgia? Recordo-me de ‘Não é brinquedo não”, repetido diversas vezes por Dona Jura, vivida por Solange Couto, na novela O Clone (2001) de Glória Perez. Sinhozinho Malta, interpretado por Lima Duarte, em Roque Santeiro, também marcou com o bordão “Tô certo ou tô errado?”.
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O clichê “quem matou” é um dos mais funcionais. Algumas histórias pararam o Brasil no último capítulo para descobrir quem era o assassino. Vale Tudo (1988) foi uma dessas, e no final o país queria saber quem matou Odete Roitman, interpretada por Beatriz Segall. Em A Próxima Vítima (1995), obra de Silvio de Abreu, também despertou a atenção do público com esse clichê, e no final, Adalberto, interpretado por Cecil Thiré, era o matador.
A perda de memória também é um bom argumento para causar mistério no folhetim. Tivemos Jô Penteado, vivida por Christiane Torloni, em A Gata Comeu (1985), e Otávio, interpretado por Marco Nanini, em Andando Nas Nuvens, inclusive em exibição atualmente no canal Viva.
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Os vilões de novelas
O vilão implacável é o ingrediente mais importante em uma novela. Não pode faltar, seja homem ou mulher. Eles podem até se tornar o centro das atenções quando conquistam o público.
Falando em vilões, é impossível não se lembrar de Carminha, interpretada por Adriana Esteves em Avenida Brasil, Flora, vivida por Patricia Pillar em A Favorita, Nazaré Tedesco, na pele de Renata Sorrah em Senhora do Destino, e recentemente Gilda, vivida por Mariana Ximenes em Amor Perfeito (2023), entre tantas outras que dariam uma longa lista.
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A gravidez no último capítulo é algo que sempre vemos nas tramas, e isso até me intriga. Nas novelas de hoje, acontece menos do que nas antigas. Em muitas novelas, várias personagens apareciam grávidas no último capítulo.
O embate entre a mocinha e o vilão é um momento muito esperado. Em Celebridade (2003), a surra que Maria Clara, interpretada por Malu Mader, deu em Laura, vivida por Cláudia Abreu, foi um momento impecável.
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O casamento também não pode faltar, principalmente no final. A hora do “sim” também mexe muito com o público.
Enfim, a arte sempre imita a vida, e a novela tem o poder de retratar nossa realidade e, muitas vezes, nos fazer sonhar sem sair do lugar.
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Afinal, toda vida daria uma boa novela cheia de clichês.
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