Preconceito

Zezé Motta relembra racismo que sofreu com novela da Globo: "Achincalhavam"

Atriz citou rejeição do público em trama que será reprisada em breve


Zezé Motta
"Vinham com as visões mais preconceituosas", contou Zezé Motta em desabafo em rede social - Foto: Reprodução/Globo

Zezé Motta relembrou, em postagens nas redes sociais nesta quinta-feira (23), o racismo que sofreu na época da novela Corpo a Corpo, exibida na Globo entre 1984 e 1985. A trama, nunca reprisada, voltará ao ar a partir de junho no Canal Viva. Segundo a atriz, hoje aos 79 anos, houve rejeição do público ao casal inter-racial mostrado na trama.

“O meu primeiro protagonismo na televisão brasileira em horário nobre... Já tinha feito diversos papeis na TV, já era conhecida por conta do sucesso do filme Xica da Silva (1976), mas essa foi uma grande oportunidade que tive do Gilberto Braga em 1984”, escreveu Zezé Motta em uma série de postagens no X/Twitter.

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A atriz resgatou fotos ao lado de Ruth de Souza e Marcos Paulo, com quem contracenou na trama. “Este trabalho foi um grande avanço para o movimento negro no país, discutir uma questão racial em uma novela das oito. Uma novela revolucionária, o Gilberto Braga tocou em vários temas tabus, entre eles, o do relacionamento inter-racial.”

Casal com Marcos Paulo em novela causou um rebuliço, diz Zezé Motta

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Ela ainda relembrou: “O casal formado pelo Marcos Paulo e por mim causou um rebuliço danado. Os telespectadores que participavam dos grupos de discussão da novela achincalhavam. Vinham com as visões mais preconceituosas.”

“Uma nordestina dizia que mudava de canal porque não podia acreditar que um gato como o Marcos Paulo pudesse ser apaixonado por uma mulher horrorosa. Outro achava que o Marcos Paulo devia estar precisando muito de dinheiro para se humilhar a esse ponto.”

Zezé Motta

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A veterana concluiu: “Aí eu lembrava da Lélia Gonzales [autora e ativista], que eu conheci num curso de cultura negra no Parque Lage, dizendo que não se pode sofrer com esses comentários e que é preciso manter a cabeça erguida. Porque ficar de vítima reclamando é muito fácil. Fácil, chato e contraproducente”.

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