Publicado em 08/02/2021 às 06:44:00
Lupin, série francesa da Netflix, virou fenômeno mundial, como outras produções da plataforma conseguiram nos últimos anos, exceto por um diferencial: não se trata de uma história adolescente. A trama adulta atingiu altos índices de audiência no serviço de streaming - sendo a terceira produção mais vista da história - e ganhou o coração do público na primeira parte da temporada inicial a tal ponto de ter garantido continuidade, com previsão de estreia para o primeiro semestre de 2021.
Diferente de produções como Dark ou Stranger Things, Lupin foge da temática e da estética de uma série voltada para o público adolescente e chama a atenção que tenha abocanhado tantos espectadores na plataforma que tem feito sucesso com histórias teen, como a recente Bridgerton, que parece até uma novela. Adulta, a trama tem muitos motivos para ser acompanhada.
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Tal qual A Próxima Vítima, acompanhar Lupin é ver um novelo se desenrolando diante dos olhos de quem assiste à produção. Com o anúncio de um crime no passado que mudou para sempre a vida do protagonista, a narrativa avança entre presente e passado e exibe que nem tudo é o que parece e que tudo o que o jovem herói acreditou não era verdade.
O charme não está só no como contar, mas no que contar. A linha do tempo, bastante complexa com o vai-e-vem, atrai os olhares por montar uma espécie de quebra-cabeças para o espectador, que nunca sabe o que vai acontecer no presente, assim como não tem a menor ideia do que aconteceu no passado. E tudo forma a teia de mistério do eixo central da narrativa.
E Lupin foge também da narrativa de produções como as brasileiras, longas e cheias de barriga. Em todos os episódios está acontecendo alguma coisa e é fundamental assistir a todas as cenas para captar a proposta da narrativa, porque um pequeno detalhe pode ser fundamental para o entendimento do que vem a seguir, normalmente na reta final do mesmo episódio.
E a história acontece de verdade, sem truques ou falsos ganchos. Quem tem que morrer, morre, o que precisa ser revelado é e não há nada escondido para o telespectador acompanhar apenas no fim. O público foi fisgado, não pela pretensão do final, mas pela forma como a história acontece diante de seus olhos.
Num mundo moderno em que cada plataforma lança dezenas de séries todas as semanas, se tornou praticamente inviável acompanhar qualquer história que tenha inúmeros episódios, como a TV aberta americana costumava fazer. Mesmo com a diminuição natural do streaming, até para o padrão da Netflix, que costuma lançar histórias com oito a doze episódios, Lupin é curta.
Com apenas cinco episódios, a série consegue cativar porque não precisa perder tempo com rodeios, já que precisa contar a história em pouco tempo. É bem verdade que a primeira leva de episódios foi apenas a primeira parte da temporada e que os próximos cinco episódios ainda serão da temporada 1, mesmo assim, o recurso é ótimo e permite uma maratona rápida de um ou dois dias.
Nos últimos anos, o mocinho foi deixado de lado na dramaturgia porque surgiu o advento do anti-herói. Personagens marcantes e implacavelmente bons foram sendo substituídos gradativamente no século, desde o surgimento de Os Sopranos (1999-2007) e ficou ainda mais forte com Walter White (Bryan Cranston), o herói errante de Breaking Bad (2008-2013) e Lupin explora isso na essência.
A série aposta em Assane Diop (Omar Sy), um homem amargurado pela morte do pai, a quem ele culpava por todos os malfeitos da sua vida, mas ele acaba descobrindo que a prisão foi injusta e o pai era inocente. A partir daí, ele mantém uma vida dupla cheia de nuances para se vingar de quem acabou com a família que ele tinha.
A série foi inspirada na coleção Lupin, cujo primeiro livro foi lançado em 1907 na França. O personagem de livros de mistério tomou conta dos franceses e ainda hoje é estudada com fascínio por conta de sua exuberância. Sem revelar seu nome verdadeiro, o protagonista do livro tem mil disfarces e é uma espécie de MacGyver da literatura europeia.
A série não foge da inspiração, já que Assane é fascinado pelo personagem desde que ganhou de presente o livro do pai e atua como uma espécie de Lupin moderno com vários disfarces e artimanhas incríveis para entrar e sair de qualquer lugar.
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