Publicado em 06/10/2020 às 15:25:10
Grupos de fãs das séries Chaves e Chapolin, criadas por Roberto Gómez Bolaños (1929-2014), entregaram uma carta para a família de Chespirito e para os diretores da Televisa pedindo que as duas partes entrem em acordo para que as clássicas produções voltem a passar na TV e plataformas de streaming, de onde saíram no final de julho. O documento contou com mais de 68 mil assinaturas e o texto foi enviado diretamente do México na última segunda-feira (5).
“Foi com grande tristeza e indignação que o mundo recebeu, no dia 31 de julho de 2020, a notícia de que a série Roberto Gómez Bolaños deixaria de ser veiculada em canais de televisão e serviços de streaming. Não sabemos as razões desta situação, apenas o que a mídia noticiou. Porém, o que sabemos é que os milhões de fãs da Chespirito na América Latina e em muitos outros países aguardam uma resposta e, acima de tudo, uma solução para o caso”, inicia o texto escrito no documento, obtido pelo NaTelinha.
“Assim que descobrimos o ocorrido, iniciamos um movimento denominado ‘Volta CH’ que, acompanhado de uma petição online, logo chamou a atenção do público e da imprensa. Isso deu grande visibilidade à nossa demanda e permitiu, em apenas um mês, a obtenção de 68.387 assinaturas, que enviamos com esta carta”, acrescenta. “Em nome desses mais de 68.000 fãs, uma fração dos milhões de fãs da série em todo o mundo, apresentamos a você nossas demandas”, completa.
Os grupos pediram que a Televisa e a família de Chespirito cheguem em um acordo o mais rápido possível e que Chaves e Chapolin possam passar na TV e nos streamings. Eles também querem que os novos contratos tenham melhor critério e evitem que produções fiquem engavetadas.
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Os fãs querem também que a Televisa e a família de Bolaños tenham uma atenção especial aos chamados episódios perdidos. Eles pedem que haja uma recuperação e deu o exemplo de Doctor Who, que teve capítulos recuperados pela BBC e vendidos ao redor do mundo em DVD.
“Que haja distribuição de responsabilidades quanto à curadoria da coleção das séries, hoje apenas sob a concepção da Televisa. Que a família e o Grupo Chespirito tenham mais liberdade para acessar e utilizar este conteúdo, bem como se empenhar mais para cuidar, restaurar e valorizar a qualidade da obra e sua distribuição. O Sr. Roberto Gómez Fernández, quando esteve no Brasil, foi muito aberto ao diálogo com a torcida, tendo até falado sem cerimônia sobre os episódios perdidos. O monopólio da curadoria atende a interesses restritos e não representa a vontade dos torcedores, nem permite melhores oportunidades de usufruto de conteúdos audiovisuais, que poderiam beneficiar a Televisa, a família, o Grupo Chespirito e o público”, aponta.
O documento foi assinado pelos grupos Canal Vila do Chaves, Chaves de Novo, Chaves - Fotos Raras, Chespirotadas, De Volta Para o Passado, Fã-Clube Chaves e Sua Turma, Fã-Clube Chespirito Brasil, Fórum Chaves, Fórum Único Chespirito e Solidários del Ocho. Outros 68 mil fãs também fizeram questão de assinar a petição.
Chaves está fora do SBT, Multishow, Amazon e outros canais pelo mundo desde o dia 31 de julho. O impasse ocorre por causa da briga entre a Televisa e Grupo Chespirito. O filho de Bolaños, Roberto Gómez Fernández, revisou o acordo com o canal mexicano por ter outros projetos em relação à obra do pai. Embora não seja dono das fitas originais, exibidas até hoje, ele tem os roteiros originais e pode negociar com qualquer plataforma a gravação de um remake, por exemplo.
Os mais de 1.200 episódios de Chaves, Chapolin e do programa Chespirito pertenciam à Televisa há 45 anos, quando se fundiu ao canal 8 (TV Tim), que transmitia as séries (daí vem o nome original de Chaves, El Chavo del Ocho). Um acordo entre Bolaños e a gigante da comunicação latina revelou que esta parceria aparentemente eterna teria prazo de validade.
Confira a carta na íntegra obtida pela reportagem:
Foi com grande tristeza e indignação que o mundo recebeu, no dia 31 de julho de 2020, a notícia de que a série Roberto Gómez Bolaños deixaria de ser veiculada em canais de televisão e serviços de streaming. Não sabemos as razões desta situação, apenas o que a mídia noticiou. Porém, o que sabemos é que os milhões de fãs da Chespirito na América Latina e em muitos outros países aguardam uma resposta e, acima de tudo, uma solução para o caso.
Neste ano em que iniciamos a celebração dos 50 anos de trabalho de Bolaños na televisão, o amor dos torcedores continua o mesmo, passando de geração em geração. E não é justo que esse público, tão apaixonado pela série, carregue o peso de questões que só dizem respeito à Televisa e à família Chespirito.
Assim que descobrimos o ocorrido, iniciamos um movimento denominado "Volta CH" que, acompanhado de uma petição online, logo chamou a atenção do público e da imprensa. Isso deu grande visibilidade à nossa demanda e permitiu, em apenas um mês, a obtenção de 68.387 assinaturas, que enviamos com esta carta.
Em nome desses mais de 68.000 fãs, uma fração dos milhões de fãs da série em todo o mundo, apresentamos a você nossas demandas:
a) Que a Televisa e a família cheguem a um acordo o mais rápido possível, permitindo que a série volte ao seu devido lugar: televisão, sendo vista pelo público em todo o mundo, seja por meio de canais de televisão ou por streaming;
b) Que seja dado um tratamento especial aos chamados episódios perdidos, no esforço de recuperação daquelas relíquias expostas há tantos anos. Siga o exemplo da BBC, que há anos vem envidando grandes esforços para recuperar episódios perdidos da série Doctor Who, com a restauração de capítulos, a recuperação destes em coleções ao redor do mundo e o lançamento em DVD ou Blu -Raio.
c) Que, nos novos contratos, haja melhor critério quanto ao tratamento das séries pelos emissores. Nesse sentido, destacamos o que foi feito pelo SBT, no Brasil, onde o canal há anos arquiva as séries Chapulín e Chespirito, exibindo apenas Chavo, num tratamento degradante do programa.
d) Que haja distribuição de responsabilidades quanto à curadoria da coleção das séries, hoje apenas sob a concepção da Televisa. Que a família e o Grupo Chespirito tenham mais liberdade para acessar e utilizar este conteúdo, bem como se empenhar mais para cuidar, restaurar e valorizar a qualidade da obra e sua distribuição. O Sr. Roberto Gómez Fernández, quando esteve no Brasil, foi muito aberto ao diálogo com a torcida, tendo até falado sem cerimônia sobre os episódios perdidos. O monopólio da curadoria atende a interesses restritos e não representa a vontade dos torcedores, nem permite melhores oportunidades de usufruto de conteúdos audiovisuais, que poderiam beneficiar a Televisa, a família, o Grupo Chespirito e o público.
Terminamos esta demonstração, antes de mais nada, agradecendo por manter viva e apresentar a série que tanto amamos no imaginário popular e na televisão mundial. E esperamos que ambos movam seus esforços para valorizar o legado criativo e cultural de Roberto Gómez Bolaños. Um acordo entre as partes será a melhor notícia para comemorar os 50 anos de sua grande produção, que ainda tem muito a oferecer em termos de humor, entretenimento e oportunidades de negócios."
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