Publicado em 18/06/2023 às 13:20:00
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) viveu dias de pressão por conta do julgamento que sofrerá no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) nesta semana. O político pode ficar inelegível e perder a chance de concorrer em 2026 e, para evitar tal desfecho, ele telefonou para o ministro Nunes Marques para pedir ajuda.
Segundo pessoas próximas a Bolsonaro, ele teria se sentido pressionado ao perceber que sua situação é delicada e quase irreversível. Nos corredores de Brasília fala-se que a tendência é de inegibilidade em tempo recorde, o que o tiraria completamente do cenário político e é esse desfecho que o ex-presidente quer evitar ou pelo menos atrasar o máximo possível.
Uma fonte falou ao NaTelinha que membros do PL se reuniram na última sexta-feira (16) e estimaram que Bolsonaro pode ter dois votos no julgamento previsto para a próxima quarta-feira (21), mas é insuficiente. A defesa do político quer ganhar tempo para tentar dialogar com outros ministros da Corte e tentar reverter o que parece impossível.
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Sem apoio de praticamente ninguém dentro do Judiciário, o próprio Bolsonaro teria afirmado aos mais próximas que faria uma última cartada. Uma pessoa do ciclo íntimo do ex-presidente confirmou que ele telefonou no último sábado (17) para Nunes Marques a fim de cobrar ajuda. "Lembra de mim?", teria dito ele logo no início da conversa.
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Marques foi indicado ao STF (Supremo Tribunal Federal) por Bolsonaro com a promessa de que seria uma voz do bolsonarismo dentro do Tribunal. A defesa espera que o ministro estreante no TSE peça vistas do processo e ganhe mais 90 dias antes de fechar o julgamento e foi exatamente isso que o político exigiu a seu indicado.
Aliados informaram à reportagem que não houve uma resposta contundente porque Nunes Marques costuma ser ensaboado. O magistrado vem sendo pressionado por colegas a votar pela inegibilidade como uma forma de mostrar que preza mais pela lei do que pelo ex-chefe. A tendência, no entanto, é que ele tenha um ato de gratidão e peça vistas, mas depois deverá também votar para deixar Bolsonaro inelegível.
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