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Globoplay resgata "papel mais difícil" de Marília Pêra, inspirado em Dona Xepa

Novela de 1990, Lua Cheia de Amor chegou ao streaming nesta semana

"Em Lua Cheia de Amor, tudo acontecia em torno da Genu, que estava em todas as situações", avaliou Marília Pêra - Foto: Nelson Di Rago/Globo
Por Walter Felix

Publicado em 24/05/2022 às 05:30:00,
atualizado em 24/05/2022 às 08:46:23

De volta no GloboplayLua Cheia de Amor deu a Marília Pêra (1943-2015) seu trabalho mais difícil em novelas – pelo menos até aquela época. Foi essa a avaliação da atriz em 1991, quando a trama chegava ao fim na Globo. O papel da batalhadora Genuína, a Genu, era inspirado na personagem principal de Dona Xepa, peça de teatro que já havia rendido uma adaptação na Globo, em 1976, e que também teve uma versão na Record, em 2013.

“Acredito que a Genuína tenha sido o papel mais difícil que já fiz em novelas, porque é complicado interpretar a heroína boa, a generosa, a que está sempre à disposição dos outros”, afirmou Marília Pêra, em julho de 1991, por ocasião da reta final do folhetim, em entrevista à repórter Eliane Martins do jornal O Globo.

Por oito meses, a atriz teve que se dividir entre as gravações da trama e a apresentação do espetáculo musical Elas por Ela, em que interpretava sucessos das maiores cantoras brasileiras. Por isso, a artista praticamente não teve folgas no período. A popularidade da personagem da TV era comprovada ao final das sessões:

“A Genuína me aproximou das pessoas simples, e o público que vai ao teatro sempre me pergunta sobre a novela e a personagem.”

Marília Pêra, em entrevista concedida em 1991

Marília havia sido escalada para a novela no rastro do sucesso de sua Rafaela em Brega & Chique (1987). Apesar do êxito da socialite na trama de Cassiano Gabus Mendes, não havia ali tanta responsabilidade, segundo a atriz. “Ela entrava em cerca de duas cenas a cada capítulo. Já em Lua Cheia de Amor, tudo acontecia em torno da Genu, que estava em todas as situações.”

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Exibida às 19h, Lua Cheia de Amor foi escrita por Ricardo Linhares, Ana Maria Moretzsohn e Maria Carmem Barbosa, com direção de Roberto Talma. A supervisão de texto ficou a cargo do já veterano Gilberto Braga, que havia criado a primeira adaptação para a TV da peça Dona Xepa, de Pedro Bloch, em 1976, com Yara Côrtes no papel principal. Mais recentemente, a história também passou na Record, adaptada por Gustavo Reiz e com Ângela Leal como protagonista.

Na versão de 1990, a feirante Dona Xepa virou a camelô Dona Genu, mas, com uma ou outra mudança, a premissa era praticamente a mesma. Mulher batalhadora, abandonada pelo marido, a personagem de Marília Pêra sofre com o desprezo dos filhos, especialmente de Mercedes (Isabela Garcia), jovem ambiciosa que esconde a identidade da mãe para fisgar um marido rico.

Além da personagem principal, quem também se destacou foi Quitéria (Arlete Salles), uma mulher deslumbrada que sonha em aparecer nas colunas sociais e se tornar amiga da socialite Laís Souto Maia (Susana Vieira). A personagem popularizou o bordão “Translumbrante” e caiu nas graças do público. Apesar da boa audiência na época, a novela nunca foi reprisada e só retorna ao público agora, 32 anos depois.

Confira a abertura de Lua Cheia de Amor – a vinheta alude aos objetos vendidos por Genu no camelô e também faz referência à cantora Carmen Miranda:



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