Publicado em 01/03/2022 às 05:30:00,
atualizado em 01/03/2022 às 09:58:12
A Globo é o que é graças ao Boni. Isso é uma afirmação dita por 10 entre 10 especialistas e o antigo todo-poderoso da emissora criou uma série de regras para criar o que foi conhecido como "padrão Globo de qualidade", mas que vem sendo sepultado pelo novo estilo de outros diretores. Com Um Lugar ao Sol e Além da Ilusão, a emissora enterra uma das máximas do antigo chefe: nunca ter histórias semelhantes no ar.
Quando Boni era diretor do canal, e deixou nomes como Daniel Filho para responder pela dramaturgia, uma das regras mais básicas para os três horários era de que nenhuma delas deveria ter histórias semelhantes a fim de evitar confundir o público. Por mais de uma vez, a cúpula do canal barrou histórias e suspendeu produções por conta da determinação. Um dos mais clássicos exemplos foi a trama barrada em 1998 que contava com personagem desmemoriado, o que também ocorria com Suave Veneno, de Aguinaldo Silva.
Os exemplos se acumulam tanto que poderiam preencher uma reportagem inteira e, mesmo depois de 25 anos da saída de Boni, parte de seus feitos na Globo continuaram por muito tempo. A própria Marluce Dias da Silva, que o sucedeu, manteve como padrão não permitir novelas com a mesma temática e adiou e cancelou um sem número de sinopses justamente por apresentar tramas semelhantes.
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Sob a batuta de Ricardo Waddington, a direção de dramaturgia comandada por José Luiz Villamarim parece não se preocupar com o assunto. Tanto que a dupla de diretores permitiu que entrassem no ar Além da Ilusão e Um Lugar ao Sol, com temática semelhante, ao mesmo tempo. A favor deles, no entanto, há um peso importante: nenhuma das duas foi aprovada pela nova cúpula do canal, mas pelos antecessores, Carlos Henrique Schröder e Silvio de Abreu.
Alguém pode estar pensando que Além da Ilusão é uma novela de época e Um Lugar ao Sol uma produção contemporânea. Além disso, a história de amor de Isadora (Larissa Manoela) e Davi (Rafael Vitti) são muito distantes da trajetória de Christian (Cauã Reymond), mas nem tanto assim.
Enquanto a novela das 18h mostrou a protagonista vivendo dois papéis, exatamente o mesmo que acontece com Cauã, que deu vida a Christian e a Renato, além de Christian se passando por Renato. Na mente de quem vê, assim como Larissa interpreta duas pessoas, em Um Lugar ao Sol a realidade é idêntica, mas essa nem é a maior semelhança entre as histórias.
Alessandra Poggi decidiu que Davi voltaria para a família que o causou de matar Elisa usando exatamente o mesmo recurso utilizado por Lícia Manzo. Enquanto Christian rouba a identidade do irmão gêmeo e vira Renato para viver o bem bom que poderia ter, o mágico de Além da Ilusão também vira outra pessoa após um acidente de trem, que lhe dá a oportunidade de mudar de identidade.
Enquanto as duas produções tentam atrair a atenção do telespectador com o mesmo recurso, Boni certamente deve observar e notar a morte do padrão criado por ele e que fez sucesso durante tanto tempo. Se a gestão de Villamarim e Waddington permitirá isso novamente, só o tempo pode dizer.
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