Publicado em 16/01/2022 às 10:30:00, atualizado em 16/01/2022 às 12:02:42
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Na pele de Cecília de Um Lugar ao Sol, uma jovem entre 17 e 18 anos em constante conflito com a mãe, Rebeca (Andréa Beltrão), Fernanda Marques encara um papel que, por vezes, parece ter sido criado para despertar a ira dos telespectadores. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, a estreante em novelas define sua personagem como “impulsiva e complicada”. A atriz também revela como encara a rejeição do público a Cecília e dá uma dica sobre seu destino na trama.
“Acredito que seja natural a antipatia que o público sente da Cecília pela forma como ela age, mas é apenas uma jovem com diversos complexos e traumas que a fizeram ser assim”, avalia Fernanda Marques. A personagem tem despertado antipatia nas redes sociais, cenário que, com o decorrer da trama, já começa a mudar, na visão da atriz. “O público vai compreender melhor a Cecília e entender o porquê de ela ser assim.”
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Com 27 anos, 10 a mais que Cecília, a artista encena temas polêmicos na novela da Globo, como abuso sexual, gravidez na adolescência, aborto e o relacionamento com um homem 30 anos mais velho, Breno (Marco Ricca). "Atualmente vejo como as meninas dessa idade tem um entendimento muito maior do que eu aos 17 anos”, reconhece Fernanda. “Essa nova geração está mais preparada para conversar desde cedo sobre esses assuntos, o que é muito positivo.”
Na reta final da história, o pai da moça, Edgar (Eduardo Moscovis), ex-marido de Rebeca, entrará em cena. Com a novela toda gravada, Fernanda Marques dá dicas sobre o destino de sua personagem. “Ela ainda tem muitas coisas pra viver. Algumas histórias vão cruzar com a sua jornada. Então, fiquem ligados nos diálogos e nos próximos capítulos, porque vocês não perdem por esperar”, garante.
Leia a íntegra da entrevista com a atriz Fernanda Marques, a Cecília de Um Lugar ao Sol
NT: Como tem sido a experiência de estreia em novelas, em pleno horário nobre? Qual balanço você faz desses primeiros meses de exibição de Um Lugar ao Sol?
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Está sendo uma experiência incrível! Muitas coisas aconteceram com a Cecília durante esses primeiros meses de exibição.
Gosto de acompanhar o que o público fala sobre ela nas redes sociais e percebi que, nos primeiros episódios, a personagem era muito julgada por suas atitudes e sua forma de agir com a mãe, como também se sensibilizaram e questionaram os últimos acontecimentos.
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Está sendo tudo muito novo e estou adorando acompanhar a interação do público, assim como assistir à novela agora com o olhar do telespectador. Dei o meu melhor durante as gravações e não poderia estar mais feliz.
NT: A Cecília não chega a ser uma vilã, mas também não é uma personagem criada para ser querida pelo público. Como defender uma personagem que desperta antipatia?
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Acredito que seja natural a antipatia que o público sente da Cecília pela forma com que ela age, mas ela é apenas uma jovem com diversos complexos e traumas que a fizeram ser assim.
Durante a infância, Cecília precisou lidar com a ausência da mãe, que estava sempre ocupada por causa dos compromissos com o trabalho, e que hoje tenta uma aproximação sem querer falar sobre as feridas antigas, agindo como se nada tivesse acontecido. É por isso que a personagem tem uma relação tão conturbada com a Rebeca.
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Ela também não teve a presença do pai, que a abandonou, e tem uma péssima relação com seu padrasto. Tudo isso contribuiu para que ela criasse uma personalidade muito forte e reativa, tornando-se impulsiva e complicada, mas tudo com um fundamento de idade e vivências.
NT: Você tem percebido essa rejeição à Cecília? Essa reação do público chega a você de qual forma?
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Vejo algumas críticas à relação dela com a mãe, mas é um pouco do que disse: entendo a antipatia do público pela personagem, mas acredito que, com o desenvolvimento da trama e observando os diálogos que explicam os motivos dos traumas da relação complicada com a Rebeca e a infância dela, o público vai compreender melhor a Cecília e entender o porquê de ela ser assim. Além, claro, da pouca idade.
NT: A trama da personagem também traz questões muito importantes, como abuso sexual, gravidez na adolescência… Você acredita que, com 27 anos, tem mais maturidade para tratar dessas questões do que uma atriz de 17?
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Particularmente, quando eu tinha 17 anos, também não compreendia diversas questões importantes que, com o passar dos anos e a maturidade, consegui compreender. Mas atualmente vejo como as meninas dessa idade têm um entendimento muito maior do que eu aos 17 anos.
Acredito que, com o avanço das redes sociais e o debate sobre feminismo, machismo e assédio, essa nova geração está mais preparada para conversar desde cedo sobre esses assuntos, o que é muito positivo no meu ponto de vista. Então não posso julgar se uma atriz de 17 anos teria a mesma maturidade que eu para tratar sobre as questões que a trama levanta.
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NT: O que podemos esperar do destino da Cecília?
Ela ainda tem muitas coisas pra viver. Algumas histórias vão cruzar com a sua jornada. Então fiquem ligados nos diálogos e nos próximos capítulos, porque vocês não perdem por esperar (risos).
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NT: As gravações da novela já acabaram, certo? Já está envolvida em algum outro projeto?
Sim, as gravações já foram finalizadas. Além de Um Lugar Ao Sol, durante 2021, tive a oportunidade de protagonizar uma das fases da personagem Amália, no longa-metragem Entre Nós, que estreou no ano passado. O filme deverá participar do circuito de festivais nacionais e internacionais de cinema em 2022.
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Recentemente, também pude protagonizar a jovem Elisa, na série Colônia, dirigida por André Ristum que está disponível na Globoplay, e interpretar a Amora, no longa Nas Mãos de Quem me Leva, dirigido por João Côrtes. Por este trabalho, levei três prêmios internacionais como melhor atriz, o German United Film Festival, New Wave Short Film, ambos na Alemanha, além do Washington Film Festival, nos EUA.
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