Publicado em 30/05/2021 às 06:15:47
Em 30 de maio de 1986, a Globo levava ao ar o último capítulo de Anos Dourados, minissérie de Gilberto Braga e que transformou Malu Mader numa estrela de primeira grandeza no casting da emissora. Mas a produção foi muito mais do que isso e apresentou uma série de curiosidades, inclusive elevar o nome do autor a uma espécie de celebridade reconhecida na rua pelos fãs da produção.
Embora Gilberto seja o autor, ele não é o criador de Anos Dourados, cujo argumento foi pensado por Daniel Filho, então diretor de dramaturgia da Globo. O próprio executivo contou detalhes de como nasceu essa história. "Anos Dourados é um excelente exemplo de drama e de pesquisa histórica. Eu dei esse título porque possivelmente foram os meus anos dourados, os anos da minha juventude. Depois escolhemos Gilberto Braga para escrevê-la. Foi uma obra de encomenda, mas acho que juntou a fome com a vontade de comer. Pois era uma coisa que já estava na cabeça do Gilberto", afirmou ele em seu livro O Circo Eletrônico.
Mas se coube a Daniel Filho pensar numa história que se passava nos anos 50 com os costumes e a beleza da época, Gilberto Braga foi o responsável por pensar em personagens e desenvolver um plot. Ao Memória Globo, o novelista explicou como funcionou o processo. “Me perguntaram se eu gostaria de escrever uma história ambientada nos anos 1950. Eu achei o máximo, adoro essa época, que é da minha infância. E apresentei a sinopse".
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Mas Braga foi muito além que apresentar uma sinopse e escreveu um dos maiores sucessos de todos os tempos na dramaturgia da Globo, que havia inaugurado a faixa de minisséries quatro anos antes e, quando Anos Dourados foi ao ar, com 36,7 pontos de média se tornou o melhor Ibope do horário e ostentou o título até 1994, quando foi superada por Memorial de Maria Moura (37,4). Ainda hoje, a produção de Gilberto Braga é a terceira melhor audiência da história, perdendo também para O Auto da Compadecida, de 1999 e que é a líder, com 37,8.
Ainda que Malu Mader tenha surgido na TV anos antes e tendo três novelas em seu currículo, ela se transformou numa estrela de marca maior da emissora ao protagonizar Anos Dourados. Ao dar vida a sensível e inocente Lurdinha, a atriz saiu do universo das promessas que coadjuvavam papéis e virou um dos nomes mais disputados na dramaturgia da casa, vendo sua carreira deslanchar.
Graças a este trabalho ela viria a protagonizar uma série de obras anos depois, como Fera Radical (1988) e Top Model (1989), até atingir o auge de se tornar o principal nome de uma novela das 20h (atualmente chamada de novela das 21h), com Celebridade (2003).
Mas Malu Mader não foi a única a ter oportunidades de deslanchar com a minissérie. Seu parceiro romântico em Anos Dourados também logo se tornaria o queridinhos das produções globais, mas que não conseguiria manter o mesmo porte de carreira por problemas externos: Felipe Camargo.
O ator estreou na minissérie e depois ganhou grandes papéis em Mandala (1987) e O Sexo dos Anjos (1989), mas acabou tendo mais destaques por problemas no casamento com Vera Fischer e o envolvimento com bebida nos anos 90, se afastando por muitos anos do elenco fixo da emissora.
Anos mais tarde, no entanto, o casal Lurdinha e Marcos voltaria a ser editado em Sangue Bom (2013), quando Malu Mader e Felipe Camargo reviveram um casal, dessa vez com os nomes de Rosemere e Perácio.
Gilberto Braga teve muito o que comemorar em Anos Dourados. tanto que , embora não aparecesse em tela porque apenas era o autor, se tornou quase uma celebridade e quem conta isso é ele próprio. “Cheguei a ficar arrogante (…) fiquei meio bestinha! (…) Há coisas relacionadas ao sucesso de Anos Dourados que acho que poucos escritores viveram. (…) Houve uma mulher na Avenida Vieira Souto que, quando me viu, bateu com o carro, deixou o carro batido e veio falar comigo: ‘Eu queria lhe dar um beijo porque estou adorando Anos Dourados!’ Quando você faz um trabalho sério, tocante, positivo, com esperança, você faz muito sucesso", contou ele à Memória Globo.
E para melhorar, o novelista conseguiu um feito raro para um autor: ser produtor musical da trama. "Sempre participei muito da escolha da trilha das minhas novelas e minisséries, mas nunca havia feito a produção musical de um programa. Adorei!", contou ele ao Memória Globo.
A minissérie concebida por Daniel Filho e escrita por Gilberto Braga acompanha a vida de Lurdinha e Marcos, que se apaixonam à primeira vista durante um baile. Mesmo apaixonados, eles não podem viver o amor porque os pais dela não aceitam o relacionamento, já que o rapaz é filho de pais separados, o que era considerado inaceitável nos anos 50.
Os dois conseguem superar a proibição inicial dos pais de Lurdinha e logo engatam uma relação cheia de descobertas, mas também com tabus em relação à vida sexual. Numa das cenas mais marcantes, a mocinha pergunta para a mãe se é normal sentir desejo sexual e ouve a resposta. “Sexo é pecado. A mulher só pratica o sexo depois de casada, para satisfazer o marido”
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