Publicado em 28/10/2020 às 06:13:01
Após sete meses, Amor Sem Igual retornará com capítulos inéditos nesta quarta-feira (28), sendo a primeira novela paralisada pela pandemia de coronavírus a voltar ao ar. A missão de gravar uma produção em plena crise sanitária preocupou Miguel Nader, o Duplex da trama de Cristianne Fridman.
Em entrevista ao NaTelinha, o ator revela os bastidores da trama da Record, admite tristeza pela crise ter provocado demissões e afetado colegas próximos e confessa ter sentido alívio ao terminar de gravar a novela e perceber que, sim, é possível retomar a atividade artística durante a pandemia.
Leia abaixo o relato de Miguel Nader sobre as gravações de Amor Sem Igual:
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"Paramos em 16 de março, uma segunda-feira. Ainda não sabíamos o que estava acontecendo, estava muito no início. As coisas foram se alongando, não retornamos em março, abril, maio... E as notícias eram assustadoras, bem preocupantes com a doença, as pessoas em casa com medo de sair. Continuamos contratados, tivemos esse privilégio, mas só foi o elenco e a direção. Nos abateu muito a equipe, por ser terceirizada, ter sido dispensada em março. Eles não tinham para onde correr, porque ninguém estava contratando.
Fizemos uma vaquinha para ajudar os funcionários demitidos. Precisamos socorrer um rapaz da técnica que teve um AVC no auge da pandemia. Recebemos uma foto dele largado em um sofá, sem remédios, sem cadeira de rodas, sem comida. Aquilo nos comoveu demais. Nós do elenco, da produção e da direção, pudemos pagar toda a alimentação e os medicamentos.
Quando tivemos a notícia de que a novela iria retornar, foi uma sensação de alívio, não pelo retorno em si, mas porque as famílias voltariam a respirar, trabalhar."
"Quando voltamos, fiquei uma semana muito triste. Uma produtora me perguntou: 'O que está havendo? Você está triste, sério'. Existe uma responsabilidade gigante nossa de que tem que dar certo, não só pela novela em si. São muitas famílias dependendo da gente. Somos a primeira novela a voltar. Estávamos representando toda uma classe audiovisual, porque se algo der errado aqui vai afetar tudo, nas outras TVs, no cinema. Vai parar tudo de novo. Foi muito duro ver pessoas passando necessidade de forma explícita. Eu me cobrei muito. Não podíamos errar. Tem que dar certo não pela obra artística, pela ficção, mas pela vida real.
Um ator, que antes da pandemia fazia um advogado e na volta das gravações teria muitas falas, testou positivo para Covid-19 e foi descartado. Chamaram outro ator. Uma pena, porque todos vibraram muito com o trabalho dele.
Gravamos em um ritmo aceleradíssimo, 30 capítulos em um mês, mas com todos os protocolos. Chegávamos com tudo muito correto, todos com máscaras, EPIs. Cada ator tinha sua cabine, sua roupa. Tudo estava separado, higienizado, lavado. A Record e a Casablanca foram 100% seguros, até em externas, que tem logística mais complexa. Na segunda semana, eu já estava mais leve, mais solto, feliz de ver o negócio funcionando."
"Foi muito estranho para mim, como artista, falar de amor ou pedir perdão à distância. Não tivemos o recurso do beijo, do abraço, de pegar na mão. Eu, como ator, sou de tocar, de me aproximar da pessoa. Não tive isso. Tivemos que nos garantir muito no olhar, na interpretação verdadeira, sem nenhum artifício a não ser a nossa verdade cênica.
Além de não poder encostar, não podíamos comer em cena. Foi engraçada uma festa de casamento em que eu me vi comendo! Podíamos até nos servir, mas não podíamos consumir. Fui fazer uma cena, abri a geladeira, peguei a água e eu mesmo me servi. Quando fui beber a cena cortou. Foi muito estranho estar em uma mesa com pão, queijo, presunto, queijo, café e fingir que está comendo.
Um dia, estava tão habituado com a máscara que quando gritaram 'ação' eu esqueci de tirá-la e começaram a rir. Ensaiávamos de máscara até antes de começarmos a gravar. A equipe usou o uniforme completo, parecia um frigorífico".
"Estou curioso para ver como vai ser no ar. Em várias cenas, tive vontade de abraçar, porque é orgânico, mas aí lembro no caminho que não podia e eu parava.
Sobre cenas de beijo e brigas, é questão do ângulo de câmera. As pessoas de casa vão pensar que estamos muito próximos, mas na hora vamos estar distantes. É o famoso truque, tem jeito para tudo.
A festa de encerramento fizemos na própria cena. Não podíamos abraçar, a galera que gosta de uma festinha não teve. Mas o Foguinho [Rudi Lagemann, diretor geral] fez uma cena bem bonita com o elenco. Uma cena real. Ali não foi o Duplex, foi o Miguel se despedindo.
Foi um grande desafio, mas foi bom. Estamos fazendo televisão de verdade, olho no olho. Espero que esta verdade tenha aparecido para o público. Saímos muito felizes porque foi uma grande alegria voltar a fazer o que gosta, e deu certo. Vimos que é possível voltar a trabalhar durante a pandemia."
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