Publicado em 15/10/2018 às 14:43:01
Todo o imbróglio envolvendo a novela "O Sétimo Guardião" parece longe de terminar. Após Silvio Cerceau, ex-aluno de Aguinaldo Silva, dar sua primeira entrevista sobre o caso, outros seis roteiristas vieram à público pela primeira vez também em busca de ter seus direitos reconhecidos sobre a sinopse da obra.
"O Sétimo Guardião" está com suas gravações a todo vapor e tem previsão de estreia para novembro, substituindo "Segundo Sol" na faixa das nove da Globo.
Em carta aberta obtida em primeira mão pelo NaTelinha, os roteiristas ex-alunos da Masterclass 3, ministrada por Aguinaldo Silva em 2015, contam que "durante 15 dias se dedicaram a escrever uma história, com trama principal e tramas secundárias, mais de 50 personagens e o primeiro capítulo da novela a partir de uma ideia original nascida em reunião com todos os alunos do curso presentes".
Os escritores Ariela Massotti, Danilo Castro, Ryllberth Ribeiro, Valtair Barbosa, Washington Duque e Weber Lasaro Oliveira, que assinam o documento, apontam ainda que o experiente novelista havia prometido que todos teriam os direitos reconhecidos e receberiam valores caso a produção fosse produzida por alguma emissora.
Eles dizem, porém, que ficaram indignados após o surgimento das primeiras informações sobre "O Sétimo Guardião" e o movimento de Aguinaldo na Justiça para ficar como único criador da obra. "Causou indignação, uma vez que o autor e seus representantes passaram a propagar inverdades sobre a criação da obra e declarações desrespeitosas, alegando que os co-autores seriam pessoas sem experiência, sem competência profissional e teriam contribuído de forma ínfima", diz trecho da carta aberta.
Os ex-alunos contam ainda que a Globo foi notificada e nada teria feito: "Por razões que desconhecemos, a emissora prefere se omitir".
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Por fim, garantem que lutarão pelos seus direitos até o fim, que seria o reconhecimento de que são co-autores da sinopse de "O Sétimo Guardião".
Procurada pelo NaTelinha, a Comunicação da Globo disse que a emissora "não faz parte da ação judicial mencionada e não comenta casos pendentes de avaliação do judiciário".
Já Aguinaldo Silva, através de seu assessor pessoal Francisco Patrício, visualizou mas não respondeu as nossas mensagens.
Confira a carta aberta na íntegra:
Os roteiristas abaixo nominados, alunos do curso Master Class 3 ministrado por Aguinaldo Silva em novembro e dezembro de 2015, vem a público esclarecer a verdade em torno da criação da sinopse que deu origem à novela O SÉTIMO GUARDIÃO.
A sinopse foi criada por um grupo de 26 roteiristas que, durante 15 dias, se dedicaram a desenvolver uma história, com trama principal e tramas secundárias, mais de 50 personagens e o primeiro capítulo da referida novela a partir de uma ideia original nascida em uma primeira reunião de trabalho, da qual participaram todos os alunos do curso.
Em que pese a ideia inicial de Aguinaldo Silva fosse criar um remake para sua novela O OUTRO, os roteiristas sugeriram uma trama original: uma história passada em uma cidade fictícia do interior cuja grande riqueza e segredo fosse uma fonte de águas curativas protegida por um gato e sete guardiões.
A partir dessa ideia, que encantou Aguinaldo, os roteiristas criaram toda a história, as tramas, os personagens e o primeiro capítulo da obra. Por sugestão dos alunos, inclusive, a cidade foi batizada de Serro Azul, como homenagem ao escritor na época.
Aguinaldo Silva havia comprovadamente anunciado que, caso a sinopse fosse produzida por uma emissora de TV e virasse uma novela, os direitos seriam devidamente reconhecidos em favor dos co-autores e os valores monetários provenientes seriam repartidos de forma equitativa entre os mesmos. Não faltam provas de tais alegações.
No entanto, para a surpresa de todos, com o início da produção da novela pela Rede Globo, Aguinaldo Silva e seus representantes passaram a utilizar a imprensa, as mídias sociais e a Justiça para afastar os roteiristas da Master Class 3 da obra e convencer a todos ser ele o único criador da história e, portanto, o único detentor de direitos sobre a mesma.
Tal movimento, naturalmente, causou indignação, uma vez que o autor e seus representantes passaram a propagar inverdades sobre a criação da obra e declarações desrespeitosas, alegando que os co-autores seriam pessoas sem experiência, sem competência profissional e teriam contribuído de forma ínfima.
A Rede Globo já está ciente da situação e foi notificada extrajudicialmente inúmeras vezes. Por razões que desconhecemos, a emissora prefere se omitir.
Diante do exposto e fartos de sermos lesados sem que providências sejam tomadas para resolver a situação, decidimos tornar pública a nossa posição e deixar claro que não deixaremos de reivindicar nossos direitos.
Por fim, pedimos licença para utilizar uma frase do próprio Aguinaldo Silva quando, em uma situação anterior em seu início de carreira, se sentiu desvalorizado: “Nesse instante, do que estou mais precisando é de incentivos, e não que venha alguém minimizar o meu trabalho”.
As palavras de Aguinaldo contemplam exatamente o nosso sentimento em relação a essa história. Nesse instante, do que mais precisamos é de incentivos e não que venham minimizar o nosso trabalho.
Atenciosamente,
Ariela Massotti
Danilo Castro
Ryllberth Ribeiro
Valtair Barbosa
Washington Duque
Weber Lasaro Oliveira
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