Publicado em 09/01/2018 às 13:49:30
Em 2017, o "Profissão Repórter" conquistou boa audiência e rendeu grande repercussão nas redes sociais e mexeu com a vida de pessoas.
Em São Paulo, a temporada do programa de Caco Barcellos fechou com 14 pontos de média e 32% de participação nas noites de quarta-feira, após a rodada do futebol. Tal índice representa crescimento de 1 ponto na comparação com 2016 e a maior desde 2011.
Já no Rio, a média foi de 16 pontos com share de 36%, um crescimento de 3 pontos na comparação com o ano anterior e a maior desde a temporada 2009.
O jornalístico, que estreou como quadro do "Fantástico" e virou fixo na grade da Globo em 2008, volta em abril. Antes disso, Caco Barcellos fez um balanço sobre o trabalho em 2017 e destacou a reportagem que mais marcou e os desafios enfrentados pela equipe.
Confira:
Como foi o ano de 2017 para o Profissão Repórter?
Caco Barcellos - Foi excelente. A audiência cresceu três pontos no Rio e um ponto em São Paulo, o que significa que mais pessoas estão interessadas e acompanhando o trabalho. Começamos muito forte, com a reportagem que mostrava a saga dos trabalhadores da América Central rumo aos Estados Unidos. Foi uma maneira original de falar sobre um tema que estava na pauta da imprensa mundial, com a chegada do Trump à presidência e a perseguição aos imigrantes. Nós mostramos o que significa, para quem sonha em ir aos EUA em busca de trabalho, a origem dessa caminhada. Fomos na saída do trem que faz o percurso inicial, chamado Trem do Inferno, que vai lotado até a fronteira com os EUA. Havia muitas pessoas que fugiam também da violência, sobretudo em Honduras. Então, estávamos com uma pauta que mostrava a violência, a questão migratória e a ação da máfia e dos matadores. Um cenário de ebulição e questões sociais, que sempre são o nosso foco principal. Colocamos três questões juntas em uma reportagem só, sintetizadas naquele Trem do Inferno, com aquelas pessoas buscando o sonho de viver melhor em outro lugar.
Essa reportagem envolveu muita dedicação da equipe?
Caco Barcellos - Sim, foi uma aventura. Exagerando um pouco, temos uma vocação literária no nosso trabalho, um jornalismo mais romântico, como o praticado por Jack London e aqueles outros que viajavam o mundo. O que une essa equipe é esse desejo de ir atrás e contar as grandes histórias da humanidade. Nossa contribuição é singela, mas fazemos tudo com muito entusiasmo. Quais foram os maiores desafios? Caco Barcellos - O desafio de sempre: ir onde os outros não vão. Um programa como este, de reportagem, só tem sentido se ele está no coração dos acontecimentos. Temos a consciência de que o país está muito polarizado e não damos opinião, não tem juízo sobre a vida dos outros, respeitamos todos igualmente. Este ano, voltei a sofrer ameaças. É difícil para as pessoas entender que temos independência. Mas para quem é repórter, é um desafio tentar entender o cenário, o que está acontecendo. É nesses momentos que colocamos em prática o bom jornalismo. Algo te surpreendeu nesta última temporada? Caco Barcellos - Acho que a qualificação dos nossos profissionais. Trouxemos a Monique Evelle, da Bahia, uma jovem que já tinha militância na luta contra o preconceito racial. Ela incorporou nossa experiência, que é o jornalismo, ao conteúdo dela. Temos também a Nathália Tavolieri, que já tinha feito colaborações no ano passado. Atualmente, um ou dois repórteres ainda trabalham com repórter cinematográfico junto, mas, em geral, eles vão sozinhos, com uma ideia e uma câmera. Fazem todo o processo, do roteiro à edição. Isso é uma surpresa positiva, porque não imaginava que eles fossem pegar tudo isso tão rapidamente. Observamos com muita satisfação aqueles que saíram do programa e caminham sozinhos, como a Thaís Itaqui e o Victor Ferreira na GloboNews. Se tivesse de escolher apenas um programa que foi marcante, qual seria?
Caco Barcellos - Esse da imigração. E vamos continuar com essa história, saber onde eles estão, o que aconteceu com os senhores que foram presos, ver quem conseguiu emprego. Temos contato com eles e estamos acompanhando tudo. Foi um ano em que o programa acabou interferindo na vida das pessoas, embora não seja nossa intenção. A Nathália, por exemplo, entrevistou um senhor que procurava o filho, desaparecido há muitos anos, e encontraram o rapaz. Uma menina que deu uma declaração dizendo que acreditava não conseguir colocação no mercado por ter tido filho muito jovem, nos ligou contando que conseguiu emprego. O valor do nosso trabalho é subjetivo, porque você não consegue medir exatamente a consequência daquilo que você faz. Mas, na prática, às vezes acontece. É emocionante. As pessoas comentam sobre o programa nas ruas? Caco Barcellos - Muito. Elas dizem que gostam porque o programa 'mostra o real'. Nossos repórteres acompanham a vida das pessoas, quase sempre acordam e vão dormir no tempo do entrevistado. Então, o público percebe que estamos mostrando a verdade daquela pessoa. Quais são os programas de maior repercussão? Caco Barcellos - Os programas sobre violência têm muita repercussão. A gente sempre quer saber o motivo das coisas, que é a pergunta básica do jornalismo. O ano de 2018 vai exigir mais trabalho e esforço da equipe? Caco Barcellos - Acredito que vai ser cada vez mais difícil entrar nos lugares, pois é difícil as pessoas entenderem que você não tem um lado. Mas este é um desafio para todo mundo, não só para o "Profissão Repórter". Vilã não morreu Mulheres de Areia: Isaura tem reencontro emocionante com Raquel Estreou na TV aos 7 Lembra dele? Ex-ator mirim, Matheus Costa virou galã e bomba na web Golpe anunciado Que luta Feliz Natal! Triângulo Corajosa Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do DIa Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia Globo Frase do Dia Frase do Dia Frase do Dia