Publicado em 20/04/2022 às 04:30:00
A Netflix está perdendo cerca de US$ 6,25 bilhões de dólares anualmente por conta de marketplaces que vendem compartilhamento ilegal de senhas e de pessoas que compartilham o mesmo acesso, constatou relatório divulgado pelo jornal britânico Daily Mail.
Não por acaso, a gigante do streaming contra-atacou, permitindo que usuários adicionassem outros dois por apenas US$ 2 em países como Costa Rica, Peru e Chile, conforme o NaTelinha publicou em primeira mão.
Outras plataformas como a HBO Max e Disney+ também vêm sofrendo prejuízos. Isso ocorre quando o conteúdo ofertado é ligeiramente superior ao que a maioria da população pode pagar. Atualmente, há uma proliferação sem igual de serviços por streaming.
Como o aumento de preços também é uma tônica, mais espectadores mais jovens com menos dinheiro partem para sites de compartilhamento de senhas ilegais ou então decidem fazer planos por si só que são proibidos de acordo com os termos de uso.
A pandemia fez com que houvesse um aumento nesse compartilhamento de senhas, já que as pessoas passavam mais tempo em casa. A principal faixa etária que entra na onda foram jovens entre 18 e 24 anos, descobriu a Advertising Research Foundation.
Enquanto isso, a Netflix segue aumentando seus preços na maior parte do mundo. No Brasil, houve reajuste superior a 20% em meados de 2021, e a plataforma também não poupou Estados Unidos e Europa. No Reino Unido, a partir de 16 de maio, as assinaturas ficarão até 2 libras (pouco mais de 12 reais na cotação atual) mais caras, apurou o NaTelinha.
De acordo relatório divulgado, até 36% dos usuários da Netflix compartilham sua senha com pelo menos um membro da família e 13% com um amigo com quem não vivem na mesma residência. Já 32% e 13%, respectivamente, fazem o mesmo com a assinatura do Disney+. Os dados são referentes à Terra do Tio Sam.
A Netflix está arcando com 25% desse valor, o que significa ver US$ 6,25 bilhões (pouco menos de 30 bilhões de reais) saindo pela janela. O diretor de inovação de produtos da empresa, Chengyi Long, lamentou: "Como resultado, as contas estão sendo compartilhadas entre as famílias, impactando nossa capacidade de investir em ótimas novas séries e filmes para nossos assinantes".
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Os testes na Costa Rica, Peru e Chile são apenas o começo daquela que pode determinar uma nova era. Há quem aposte e até torça para a Netflix coibir de vez essa prática, obrigando os concorrentes a fazerem o mesmo.
Até lá, a expectativa de crescimento é mais lendo nos próximos meses em relação aos anos anteriores.
Não por acaso, a empresa perdeu assinantes pela primeira vez desde que entrou em solo tupiniquim pela primeira vez, como detalhou o jornalista Daniel César no NaTelinha no início do mês. Entre janeiro e março, a Netflix viu o número de assinantes no Brasil sofrer leve recuo, diferente do que havia ocorrido no ano passado, quando os dados brasileiros foram os que ajudaram a empresa a continuar firme e distantes da Prime Video, que ocupava o segundo lugar. Durante toda a pandemia, o serviço jamais encolheu, mas dessa vez os números chamaram a atenção.
O relatório a que a reportagem teve acesso mostra que a empresa, entre novos assinantes e cancelamentos de assinaturas teve um encolhimento de menos de 1%, ou seja, perdeu menos de 200 mil contas, número ínfimo perto dos mais de 20 milhões que ela conta no país. Mas os dados preocupam porque mostram que a empresa já não está mais em trajetória ascendente e, em médio prazo, pode perder a liderança para concorrentes.
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