Publicado em 08/02/2019 às 17:25:56
Três dias após a publicação da reportagem sobre a interrupção do sinal digital do SBT via antenas parabólicas, a emissora enviou comunicado ao NaTelinha se posicionando sobre o problema.
“Em benefício dos consumidores, o SBT segue com o objetivo de viabilizar o restabelecimento, o quanto antes, do acesso ao nosso sinal digital àqueles que já adquiriram ou pretendem adquirir esses equipamentos", disse, sucintamente, a emissora.
Porém, o SBT não informa nenhum prazo para o retorno do sinal e nem o motivo do corte que ocorreu no dia 14 de janeiro da transmissão digital para as parabólicas. Antes de publicar a reportagem, o NaTelinha ficou aguardando por uma semana a resposta do canal.
Conforme apurado, a decisão de cortar o sinal digital no satélite StarOne C2 partiu do SBT. Por trás disso, existiria uma guerra com os fabricantes dos equipamentos para conseguir a cobrança de um "pedágio" para carregarem a grade do canal em alta definição.
De acordo com pessoas envolvidas, a emissora já está negociando com os representantes das empresas de receptores e parabólicas o retorno do sinal.
Atualmente, somente telespectadores que possuem os receptores analógicos - que vem perdendo mercado após a criação da transmissão HD - conseguem assistir à programação nacional do SBT. Porém, com sinal SD (standard - 420 linhas de resolução), de baixa qualidade.
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O SBT estaria de olho no negócio criado pela Globo, que implantou o sistema SAT HD regional nas parabólicas digitais. O projeto funciona da seguinte forma: quando o usuário compra o kit da antena (parabólica + receptor digital), ele recebe um cartão de acesso à Globo HD, canal codificado via satélite, para ser ativado. Feito isso, é liberado o sinal regional em HD (1080 linhas) da emissora no estado em que foi cadastrado pelo dono do kit.
Para produzir aparelhos compatíveis com esse sistema, os fabricantes de parabólicas precisaram adquirir uma licença da Globo. Todos os outros canais brasileiros, dentre eles RedeTV!, Record TV, Band e SBT, não têm nenhum retorno financeiro por terem seus sinais em alta definição carregados pelos receptores digitais.
Enquanto não acontece o acordo entre SBT e fabricantes de parabólicas, uma parcela dos 26,9% dos domicílios brasileiros que assistem televisão através da recepção via satélite, de acordo com números divulgados em dezembro de 2018 pelo IBGE, estão sem o canal de Silvio Santos.
Com 64 anos atuando no mercado de parabólicas, a fabricante Century emitiu um comunicado em seu site sobre o imbróglio: "Todos os canais de televisão, sejam eles transmitidos por satélite ou via terrestre, são de responsabilidade de cada emissora. O SBT, por decisão própria, retirou seu sinal digital do satélite StarOne C2. Há que se destacar que, como fabricante de receptores, não temos gestão ou qualquer outro recurso que possa retomar tal decisão. No cenário atual, a única forma de ter de volta o sinal digital do SBT nas parabólicas será única e exclusivamente por decisão da emissora".
Por outro lado, no site do SBT, o canal havia colocado o seguinte aviso: "Caso você esteja com problemas para sintonizar o sinal do SBT no seu receptor SAT HD, entre em contato com o fabricante do seu equipamento para sanar o problema".
No mercado, esta mensagem está sendo visto como uma forma de pressionar o andamento das negociações entre a emissora e as fabricantes de parabólicas.
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