Publicado em 29/03/2021 às 16:24:26,
atualizado em 29/03/2021 às 16:54:23
Luciana Gimenez enviou uma carta aberta à imprensa como forma de solidariedade a todas as mulheres que sofrem algum tipo de machismo ou agressão. O fato ocorreu poucos dias após o senador Jorge Kajuru ter feito várias acusações contra a apresentadora e sua relação com Mick Jagger.
No começo, ela destacou que esse tipo de agressão, seja física ou psicológica é algo que acontece constantemente e muitas vezes como uma forma de tentar calar calar e dominar. Citou a questão da resiliência feminina para conseguir dar a volta por cima, e que é necessário tomar uma atitude para acabar com esse tipo de sofrimento, evitando que fique se repetindo.
Gimenez destacou ainda o instinto materno, que acabam se calando em meio a problemas no relacionamento por bastante tempo em prol dos filhos, mas que quando decidem tomar uma atitude, vão até o fim. E comentou sobre a atitude comum de abusadores, sobre acreditarem que sempre terão o controle, e o quanto é necessário que as mulheres devem prestar apoio umas as outras, colocando dados de feminicídio no país.
Confira o texto completo de Luciana Gimenez:
"Todos os dias mulheres são atacadas fisicamente e psicologicamente por homens machistas e misóginos. E a forma que esse tipo de pessoa sorrateira usa para atingir e calar uma mulher é através de sua honra, sua estabilidade psíquica ou sua integridade física.
Muitas vezes eles conseguem entrar em nossas mentes e nos quebrar em vários pedaços. E mais uma vez vamos lá e recolhemos nossos caquinhos, porque somos resilientes, mas isso precisa acabar. Precisamos mostrar a esses covardes que assim como somos fortes para nos levantarmos, somos fortes para derrubá-los. Acredito que toda generalização é burra, ou seja, nem todo homem é ruim, mas os que são psicopatas devem ser expostos e punidos.
Uma mãe é capaz de qualquer coisa para proteger suas crias, inclusive se calar por anos, mesmo sendo atacada constantemente. Lambemos nossas feridas e aguentamos firme, mas quando resolvemos reagir, podem ter certeza, somos capazes de ir até as últimas consequências para proteger o que é mais sagrado para nós.
O erro do homem abusador psicológico é achar que sua vitima nunca irá se livrar do cativeiro. Pois bem, ela é capaz, porque sabe gritar. Ela não irá hesitar em gritar e pedir ajuda a outras que entendem pelo que ela passa, mas é importante estarmos atentas e vigilantes para ajudarmos.
Assim como eu fiz durante essa pandemia, recomendo a cada uma que se informe e leia mais sobre o assunto, que aprendam, que vejam que é algo necessário.
Mulheres, está em nossas mãos parar os abusadores, seja aquele que faz a piadinha que constrange, mesmo que na cabeça dele seja um elogio, até os que nos violam física e psicologicamente.
Temos que parar de normalizar e aceitar quando homens nos chamam de loucas, e quando se acham no direito de inventar histórias para nos diminuírem mexendo com nossa honra. Está na hora de transformar nossa dor em força, nossas lágrimas de tristeza em de felicidade. Está na hora pararmos de pedir respeito e sermos respeitadas pelo simples fato que é um direito nosso, não um pedido.
Da executiva a faxineira, dá religiosa a garota de programa, todas merecem respeito, todas, sem restrições. E se algum homem disser o contrário, vamos mostrar que isso não é aceitável. Porque algo realmente está errado numa sociedade onde o homem pode andar sem camisa e é elogiado, enquanto a mulher, se fizer o mesmo, é punida pela definição de ato obsceno do código penal.
Peço a cada uma que está lendo isso que, mesmo não sendo fácil, exponha homens machistas, misóginos e abusadores, porque eles só têm coragem de serem assim quando não são vistos, quando se sentem protegidos, alguns até por foro privilegiado. Aos colegas da imprensa e da comunicação, peço que evidenciem cada vez mais esses homens e suas atitudes, porque noticiar suas falas sem deixar claro o crime que eles estão cometendo é compactuar com seus atos. E calar uma mulher é dar força ao seu algoz.
A cada 7 horas, uma mulher morre vitima de feminicídio. A cada 1 hora, 500 mulheres são espancadas. A cada 11 minutos, uma mulher é estuprada no Brasil. E tudo isso começa com um xingamento, um grito ou simplesmente porque o homem se acha no direto de fazer".
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No último dia 17, a apresentadora usou seu perfil do Instagram para responder a um assédio que acabou sofrendo de um internauta, compartilhando fotos onde aparece nua.
“Quando uma mulher põe uma foto de biquíni, sem roupa, de shorts ou saia curta, acreditem, não é um convite a ser julgada, assediada, receber comentários vulgares ou qualquer coisa do tipo. Não é a mulher que tem que se esconder ou usar roupas que agradem aos outros, as ditas ‘moralmente aceitas’ ou como dizem alguns, a mulher tem que se dar ao respeito”, escreveu em um trecho.
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