Publicado em 17/03/2021 às 09:24:53,
atualizado em 17/03/2021 às 09:53:47
Demi Lovato deu relatos que impressionaram seus fãs. Aconteceu na noite de terça-feira (16) a pré-estreia do documentário Demi Lovato: Dancing with the Devil no festival SXSW. O conteúdo estreia em 23 de março, mas algumas de suas revelações já causaram frisson. "Tenho sorte de estar viva", disse ela em um dos trechos.
A jovem de 28 anos detalha suas duas experiências de abuso sexual, inclusive um na adolescência. A overdose que sofreu em 2018 também é tema do documentário e até sua recaída com as drogas (heroína) é falada abertamente.
Sobre o estupro, ela conta que fazia parte de um filme quando mais jovem e um dos atores teria abusado. "Estávamos ficando, mas disse que não podia ir além. 'Eu sou virgem e não quero perder assim'. Ele não deu a mínima, me forçou. Falei pra mim mesma que tinha sido minha culpa, por ter começado a ficar com ele", lamentou.
Ela formalizou uma denúncia a um dos seus superiores no filme, mas nada foi feito. "A minha história do #MeToo é essa: contei a uma pessoa responsável que esse cara fez isso comigo. E não teve repercussão. Ele não foi nem sacado do filme", prosseguiu ela, comentando a impunidade.
Alguns anos depois, ela voltaria a ser estuprada, mas dessa vez por um traficante que lhe vendeu drogas, ocasionando em sua overdose. "Ele se aproveitou de mim. Quando me encontraram, estava nua e cheia de hematomas. Ele me deixou lá pra morrer. Só meses depois consegui pensar que não estava em condições de ter tido uma relação consentida", recordou.
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Mesmo depois de ter sofrido overdose, Demi Lovato não se furtou em usar heroína. Ela ligou para o mesmo traficante que havia lhe abusado. "Queria reescrever a história. Depois pensei: como tive coragem de usar de novo as drogas que me fizeram ir para o hospital? Não acreditei na decisão que tomei", falou.
Isso fez com que Demi se sentisse ainda pior. "Naquela noite, caí de joelhos e pedi ajuda a Deus". A situação não impediu que ela continuasse bebendo para fugir da realidade. As consequências da overdose respingaram, obviamente, na sua saúde.
Ao todo, Demi sofreu três derrames e um ataque cardíaco, frutos do seu abuso das drogas. "Não posso mais dirigir, porque tenho pontos cegos na visão. Às vezes, me sirvo de água e erro o copo. Não consigo vê-lo. Também tive pneumonia, porque sofri asfixia e tive falência de órfãos múltipla."
"No fim das contas, o excesso de qualquer coisa pode te matar. Eu tenho muito sorte de estar viva. Os meus médicos disseram que, se tivesse demorado cinco ou 10 minutos a mais, não estaria aqui hoje", desabafou.
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