Publicado em 05/06/2022 às 09:33:00
Um dos maiores talentos de um ator é convencer o telespectador de que quem está ali não é um personagem, mas uma pessoa real. Não se trata de enganação ou algo que o valha, mas de uma simbiose, no momento em que a obra é assistida, entre ele e o público. Quem consegue isso pode dizer que acertou em sua composição porque a tarefa passa longe de ser fácil. Irandhir Santos tem muito o que comemorar em Pantanal porque fez exatamente isso, não uma, mas duas vezes com personagens diferentes.
Se quando ele apareceu como Joventino, chamou a atenção da audiência por sua imposição - ninguém dizia que ele não era um encantador de marruás de verdade - agora, como José Lucas, a sensação que dá é que o ator sempre foi o filho perdido de José Leôncio (Marcos Palmeira). Cheio de nuances e com uma interpretação oposta, mas lado a lado a que deu vida ao patriarca da família, ele conquistou a audiência desde a primeira aparição.
É bem verdade que José Lucas é um personagem fascinante e cheio de camadas. Muito disso se deve à criação original de Benedito Ruy Barbosa e à mão firme de Bruno Luperi, responsável pelo roteiro atualmente. Mas não fosse Irandhir pensar em casa elemento - da empostação vocal, ao olhar, passando pelos trejeitos de corpo - talvez a história tivesse menos impacto.
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Quando José Leôncio olha estupefato para José Lucas e tem certeza estar diante do próprio pai rejuvenescido, a audiência tem a mesma sensação. E não se trata do fato de que ambos são vividos pelo mesmo ator porque isso é detalhe. Quem assiste Pantanal sabe com todas as letras que o rapaz não é Joventino, mas a lembrança não se dá exclusivamente pelo mesmo rosto, mas muito mais pela colocação da voz, do olhar e da forma como responde às perguntas.
Irandhir Santos é um artista experimentado e que já recebeu os mais variados elogios. Ainda assim, é preciso ressaltar que ele consegue criar tipos distintos dentro de uma mesma novela. José Lucas tem muito pouco de Joventino, até pela criação distante dos dois. Mas o sangue dos Leôncio corre nas veias e a cada atitude é possível notar a sensibilidade que o ator teve para experimentar sensações que dão ao público essa certeza.
Ter a responsabilidade de assumir um personagem diferente, mas que é uma espécie de mesma pessoa é certamente uma armadilha porque coloca o ator na chance de ligar o piloto automático. Ele pode compilar tudo o que fez na primeira fase e depender apenas da caracterização. Irandhir fugiu disso e não poderia ter sido mais feliz. Brilhou como Joventino e agora bilha como José Lucas.
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