Publicado em 03/10/2023 às 11:40:00,
atualizado em 03/10/2023 às 11:41:51
O mercado de televisão se surpreendeu no último domingo (08). Em seu terceiro episódio da segunda temporada, o remodelado Pipoca da Ivete perdeu a liderança de audiência para Celso Portiolli, do SBT. No confronto direto entre os dois programas, entre 14h21 e 15h17, o placar foi de 9,5 pontos para o Domingo Legal contra 9,2 da atração de auditório da Globo. Os dados são da Kantar Ibope Media na Grande São Paulo, obtidos pelo NaTelinha.
A perda da posição de liderança de um produto da Globo sempre chamou a atenção. A performance abaixo da expectativa de Ivete Sangalo à frente do Pipoca pode ser explicada em dois pontos: hábito e produto.
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O domingo é o único dia, de fato, que a Globo enfrenta concorrência na TV aberta. Tornou-se uma rotina do telespectador buscar opções de entretenimento na plataforma e, agora, também no digital.
Na TV linear, a rotina de mudar de canal é influenciado pelo sucesso do Programa Silvio Santos, que sempre incomodou a Globo, mesmo no auge do canal, desde que ele saiu da emissora em 1976. TV acima de tudo é hábito. Nos dias de semana, a liderança sem concorrência das novelas das seis, sete e nove é um bom exemplo disso.
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Ivete é uma cantora carismática, mas sua imagem ainda está muito associada à música. Ela não é, ainda, lembrada como apresentadora de televisão, especialmente quando se trata de um programa de domingo. Por outro lado, aos fins de semana, Celso Portiolli conseguiu fidelizar seu público com o Passa ou Repassa e o excelente quadro Comprar é Bom, Levar é Melhor.
Hoje, Portiolli tem seu público cativo no SBT, mas também enfrentou problemas de identificação quando chegou como aposta de Silvio Santos, em 1997, nesse dia tão competitivo, no Tempo de Alegria. O programa não deu certo e saiu do ar. Ele penou até se encontrar no Domingo Legal há 14 anos. Agora, Celso Portiolli virou a companhia do público no início das tardes de domingo.
Os mesmos problemas de identificação passados por Celso também foram enfrentados por Gugu Liberato quando Silvio Santos trouxe o loirinho do sábado, com o Viva a Noite, e dividiu a grade de domingo com ele. No começo, Gugu sofreu forte resistência. O público queria assistir ao dono do Baú. Silvio, sabendo disso, usou de forma estratégica a programação do SBT e passou a dividir programas com seu pupilo. Com o tempo, o telespectador foi se acostumando.
Quando Luciano Huck saiu do Caldeirão para assumir o lugar de Fausto Silva nos domingos da Globo, foi uma outra situação. Huck tem todos os méritos do sucesso do atual momento do Domingão, mas o hábito do telespectador de assistir àquela faixa horária no canal, a marca do programa e a imagem do apresentador conquistada ao longo do tempo foram uma acertada junção que alcançou o bom resultado do produto que antecede o Fantástico.
Eliana também demorou para emplacar aos domingos. Na época, a Record foi persistente como os baixos números do começo. Foi uma construção gradativa e hoje seu nome é sinônimo de programa de domingo.
Se a Globo pretende emplacar Ivete Sangalo aos domingos como apresentadora, vai precisar ser mais paciente. Um erro é fazer o Pipoca da Ivete por temporada porque não fideliza e não marca a presença da cantora no vídeo nesse dia. Embora o programa esteja melhorado em comparação à primeira temporada, ainda vai precisar passar por ajustes.
Entre um programa novo que ainda busca sua formatação, o público escolhe o que ele se acostumou: o Domingo Legal com Celso Portiolli no SBT. Essa é a leitura do telespectador. Ivete pode chegar lá, mas não será agora e nem do jeito que está o Pipoca.
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