Publicado em 19/12/2022 às 05:00:00,
atualizado em 19/12/2022 às 08:51:59
Os funcionários da Record de São Paulo estão enfrentando um período de pânico neste fim de ano. As informações de cortes no salário de Rodrigo Faro, o desmanche do núcleo de dramaturgia para a entrada da Igreja Universal e a revalorização de meta de faturamento que a emissora faz visando o mercado publicitário de 2023, fazem crescer nos bastidores a expectativa de um enxugamento de gastos operacionais em todos os setores em janeiro.
A coluna ouviu diversos relatos de profissionais da Record que estão apreensivos quanto a manutenção do seu trabalho no próximo ano. A percepção é que há um clima de que algo vai acontecer. Com medo da demissão, muitos já estão evitando fazer dívidas para o Natal e Réveillon. Estão esperando o pior em janeiro.
Dentro da equipe do Hora do Faro o clima é péssimo. As incertezas de que Rodrigo Faro irá aceitar as condições propostas pela Record para renovação do seu contrato estão atingindo em cheio o emocional do staff do programa. Existe um entendimento que, mesmo que ele continue na Record, parte da produção deve ser demitida com a intenção do canal de gravar o dominical numa produtora, conforme antecipado em primeira mão pelo NaTelinha.
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Para renovar o contrato com Record, Rodrigo Faro terá que aceitar uma redução drástica do seu supersalário. De um rendimento de R$ 1,2 milhão por mês, ele passaria a ganhar R$ 300 mil, valor que não inclui os merchandisings com depoimento. A reportagem apurou que a emissora estaria projetando um centro de custo em torno de R$ 800 mil/mês com o programa em 2023.
No jornalismo, ao longo do ano, já vem ocorrendo demissões pontuais e a equipe da Record foi parcialmente renovada. Jornalistas que entraram na época do slogan “À caminho da liderança”, de 2007, que tinham bons salários, foram demitidos e substituídos por novos profissionais, mais baratos.
Nesta semana, após 14 anos, foi dispensado o prestigiado repórter Luiz Carlos Azenha. Ele estaria com um ordenado acima da média que a Record estaria disposta a pagar daqui em diante. Outros nomes do jornalismo estão sob avaliação.
No núcleo das novelas, também nessa última semana, foram demitidos os atores Adriana Garambone, Fernando Pavão, Beth Goulart, Emilio Orciollo Netto e Giuseppe Oristânio. A reportagem apurou que profissionais que trabalham nos bastidores entraram na lista das dispensas.
Como o NaTelinha antecipou com exclusividade, a Record está entregando sua dramaturgia para o controle da Universal. A igreja ficará com a responsabilidade de gestão, produção e gravação das novelas. Ao fim do processo, vai entregar o arquivo para ser exibido na emissora. Em contrapartida, ganhará espaço no horário nobre da Record.
Nos bastidores, esse processo está sendo visto como um movimento contábil para justificar a entrada de um maior volume de dinheiro da igreja no caixa do canal. O prime-time é a faixa da programação da TV mais valorizada no mercado publicitário.
A Record está fazendo uma espécie de "revalorização de meta de faturamento", que considerou um recuo substancial do mercado publicitário em 2022. A projeção para o ano que vem também não é nada animadora. De acordo com um estudo divulgado, em setembro, pelo Banco Mundial, existe uma previsão de recessão global para 2023.
Além disso, a Igreja Universal enfrentou nos últimos dois anos situações que ocasionaram na queda da sua arrecadação: a pandemia da Covid-19 e a perda dos 331 templos localizados em Angola, na África, onde estava desde 1992 e tinha pouco mais de meio milhão de fiéis.
De acordo com os balanços financeiros da Record, em 2020, a emissora obteve um lucro de R$ 143,678 milhões e no ano passado caiu para R$ 130,503 milhões. Existia uma expectativa de crescimento para 2022, porém, de acordo com fontes do NaTelinha, mesmo trocando todo o departamento comercial, os números ficarão abaixo de 2021.
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