Colunas

Cobertura do acendimento da chama mostra prévia do clima olímpico na Globo

Evento que dá o pontapé para os Jogos do Rio só foi ignorado por Band e ESPN


cerimonia-da-chama-olimpica.jpg
Fotos: Reprodução

Começaram os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Calma, ainda não estamos em 3 de agosto, quando começa o torneio feminino de futebol, ou 5, quando o Maracanã receberá a cerimônia de abertura do evento.

Mas uma das transições mais simbólicas nessa largada para o Brasil ser oficialmente o país olímpico ocorreu nesse 21 de abril. Pouco depois da 1 da tarde na hora local, a cidade grega de Olímpia acendeu a chama que brevemente irá emocionar o planeta ao chegar à pira no mais importante estádio do país. 

A cerimônia de acendimento do fogo olímpico e sua passagem para a tocha foram alvo de uma grande cobertura na maioria das detentoras dos direitos dos Jogos em pleno começo de feriado.  

 

Na Globo, o tom da transmissão pode ser revelador sobre o da cobertura da Olimpíada em si. Dois pilares básicos foram considerados: informação e emoção.

Informação no sentido de deixar o telespectador a par do que ocorre. Como o grande público não sabe apontar que são 6 os jogadores por time de vôlei ou que são 10 os minutos de cada quarto no basquete com a mesma facilidade com que identifica os 11 atletas por equipe de futebol duelando em dois tempos de 45 minutos, é necessário certo didatismo.

 

Ou seja, podem ser aguardados VTs recheados de analogias e explicações para desvendar as regras das modalidades transmitidas.  No evento dessa quinta, foram mostradas matérias, por exemplo, sobre a origem do fogo olímpico e sobre o processo de construção da tocha.

Já a emoção fica por conta de que muitas vezes as imagens e gestos retratam o espírito melhor do que qualquer outra coisa. Nenhuma tecnicidade é capaz de descrever, por exemplo, o momento em que a chama finalmente foi acesa através dos raios solares. O próprio enviado especial Rodrigo Alvarez, presente nas ruínas históricas gregas, se mostrou sem saber o que dizer. Numa hora dessas, só há muito o que sentir.

 

A dupla escolhida para comentar a transmissão ao lado de Luis Ernesto Lacombe evidencia bem essa dicotomia. Marcos Uchôa trouxe os destaques históricos, enquanto Tande relembrava de modo mais passional o que é uma Olimpíada. Nesse teste, deu certo.

Anéis olímpicos

Depois de vários testes no sorteio do futebol, a Globo parece ter achado o local da sua marca acrescida do principal símbolo do evento. Na semana passada, ela era sensivelmente maior na tela, chegando a atrapalhar outras informações.

Outros canais

A Record, em mais uma de suas peculiaridades, que já podem ser apelidadas de “Recordices”, dessa vez não repetiu a dose do sorteio do futebol, quando ignorou o evento ao vivo.

Mas esperar um acerto total pelos lados da Barra Funda é difícil. O principal narrador do canal, Lucas Pereira, foi acordado cedinho para narrar os momentos de destaque dentro do “Balanço Geral SP - Manhã”.

Sim, note a sigla. A Olimpíada é no Rio, a tocha vai percorrer todo o Brasil, mas a emissora pensou apenas no telespectador paulista. Em muitas praças, no mesmo horário, os telecultos da Igreja Universal seguiram sendo exibidos sem interrupções.

Já a Record News, essa sim em rede, transmitiu o evento dentro do “Hora News”, a partir das 7h. Só faltou acertar o português. O caractere da emissora no começo da exibição falava em “toxa”, grafada dessa bizarra maneira.

Enquanto isso, a Band decepcionou ao ignorar o evento em canal aberto mesmo mobilizando seu canal esportivo para tal. Não seria difícil fazer um pool com transmissão simultânea.

Na TV fechada, o papel de decepção ficou com a ESPN, que ignorou por completo o início do revezamento. SporTV e Fox Sports fizeram bons programas especiais ao vivo.

E até a Globo News exibiu trechos, propiciando uma rara união de pauta entre os canais aberto, de esportes e de notícias do Grupo Globo. Os 3 ao vivo e com narradores e comentaristas distintos.

Pelo SporTV, esteve presente ainda a correspondente Julia Guimarães, que faz parte do projeto “Passaporte”. O canal contará com repórteres em todas as últimas sedes dos Jogos. 

País do vôlei

Na Globo, Tande. No SporTV, Nalbert. Em Olímpia, Giovane. 3 grandes nomes do voleibol brasileiro se destacaram nessa manhã, seja comentando ou conduzindo. Sinal da importância da modalidade para o Brasil.

A lembrar: no Pan de 2007, fora a abertura, foram do vôlei os melhores índices de transmissão. Não chega a ser improvável que isso se repita 9 anos depois.

Pelo Brasil

A tocha chega ao Brasil no dia 3 de maio, através da capital federal. Ela vai passar por mais de 300 cidades e a expectativa é de que as afiliadas das detentoras de direitos façam amplas coberturas da passagem do símbolo por suas praças.

Fica o mistério é se haverão representantes das emissoras nesse revezamento. Em 2012, Mylena Ciribelli foi enviada pela Record até a Inglaterra para possuir essa honra.

Por enquanto, ela passa pelas mãos dos jornalistas apenas apagada, como ocorreu hoje no “Bom Dia Brasil”.

A listagem completa dos condutores ainda não foi divulgada pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Espera-se que seja divulgada assim que a tocha desembarcar no país.  

O colunista Lucas Félix mostra um panorama desse surpreendente território que é a TV brasileira. Ele também edita o https://territoriodeideias.blogspot.com.br e está no Twitter (@lucasfelix)

 

Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado