Wagner Montes Filho sobre 1 ano no Balanço Geral: "Dar continuidade ao legado do meu pai"
Apresentador está no comando do telejornal na faixa matutina
Publicado em 07/07/2021 às 06:47
Wagner Montes Filho está completando um ano de Balanço Geral Manhã e o apresentador confessa que aprendeu muito neste período em que esteve à frente do telejornal. Comparado com o pai, Wagner Montes (1954-2019), ele deixa claro que não se incomoda, mas que hoje tem uma identidade própria e sente o carinho do público nas ruas por causa do trabalho. Exigente com si, o comunicador dividi o sucesso do programa com sua equipe da Record.
“Um ano de muito aprendizado e de muitas felicidades. Nos últimos doze meses, minha vida foi na contramão de muitas pessoas. Um ano difícil pra muita gente, perda de entes queridos, essa doença fazendo com que a gente fique em casa, desemprego aumentando”, conta ele em entrevista exclusiva ao NaTelinha.
E continua: “As pessoas perguntam se eu sou de verdade e se a alegria do Balanço Geral Manhã é real. É uma responsabilidade gigantesca, já falei isso várias vezes, quero dar continuidade ao legado do meu pai, fazer o último programa que foi comandado pelo meu pai”, comenta.
Chamado de Waguinho pelos mais íntimos, o apresentador sabe que é muito parecido com seu pai e, quando estreou na produção, ocorreram críticas da maneira que ele parecia com o jornalista. À reportagem, ele diz nunca se incomodou com as análises negativas e, aos poucos, foi imprimindo seu jeito na frente das câmeras.
“A gente já imaginava que a comparação iria existir. Eu confesso o seguinte: as críticas duraram muito pouco. Neste um ano de construção, transformamos o jornal naquilo que a gente acredita, um jornal redondo. Acho que é igual construir um castelo: você precisa colocar um tijolo em cada tijolo. Eu acho que isso todo mundo ajudou e creio que a gente tem um Balanço Geral num formato que a gente gostaria”, relembra.
Ele completa: "As críticas duraram pouco, porque as pessoas viram que eu era aquilo ali mesmo, não tem como fazer diferente. Quando eu falo que nunca me preocupei, é porque o personagem não dura muito tempo. O que torna meu trabalho diferenciado e prazeroso, é ser natural, falar o que sinto e trabalhar numa emissora que me permite isso. Eu acho que agora, ao invés de críticas, as pessoas pedem para eu fazer coisas que eu não fazia e coisas que meu pai, de fato, apresentava, como os bordões ou coisas que eles lembram. Não tem como ser diferente dele, foram 15 anos ao lado dele. É motivo de muito orgulho e não sinal de preocupação”.
O anel de Wagner Montes
Quem acompanhou a carreira de Wagner Montes, sempre reparou que ele utilizava um anel. Quando seu filho passou a comandar o Balanço Geral, o público passou a cobrá-lo para usar o item, só que o apresentador acabou não encontrando o objeto.
“Depois que meu pai faleceu, algumas coisas dele a gente teve que distribuir entre eu, meu irmão e minha mãe de coração, a Sônia [Lima], o anel tinha se perdido, mas o relógio que ele brincava, eu fiz questão de ficar. A Sônia e o meu irmão, entendendo porque eu queria ficar, me deram, não se opuseram. O anel, por diversas vezes, fiquei procurando e não achávamos. As pessoas me pediam para homenagear o meu pai: ‘Cadê o anel do poder?’”, relata.
“Liguei pro meu amigo e falei: ‘Tem como fazer um igual?’. E respondeu: ‘Waguinho, eu vou mandar um anel para sua casa e você diz se gostou’. Quando recebi o anel, ele me falou: ‘Cara, você não vai acreditar. O cara que fez o anel do seu pai trabalha comigo’. É aquele negócio que a gente nunca vai entender o motivo, Deus é bom o tempo, parece que as coisas estão escritas. Eu não estou aqui para substituir meu pai. Ele é insubstituível. ‘Ah, ninguém é insubstituível’. É, ele é. No jornalismo, era um cara ímpar. Eu estou para dar continuidade, mesmo com as comparações”, opina.
Estilo do pai
Boa parte dos profissionais que trabalharam com Wagner pai agora está com Wagner Filho. O apresentador diz que isso permite que a presença do veterano continue nos estúdios, mesmo depois de ter falecido.
“Um dos amigos que me ajuda lá nos estúdios, ele vai me microfonar e eu passo a mão nas costas dele, agradecendo... E sabe quando você sente a presença? Sente que aquilo era ele fazendo, um negócio muito louco, independente de religião”, relata.
“Meu pai era o cara dos bordões. Lógico que dou continuidade aos bordões, o ‘para cima deles’, o ‘escracha’. Mas o ‘bom dia, bom dia, bom dia’, ‘sobe o cop, bebê’, eu acho legal quando vou para rua e as pessoas gritam os nossos bordões. Então é legal esse carinho das pessoas, da criação desses novos bordões criados na maior naturalidade, isso é reflexo de um trabalho de muito amor e muita dedicação por toda a equipe”, continua.
Além de falar com muito carinho do seu pai, Wagner ressalta o trabalho feito pelos repórteres, produção e, principalmente, da direção da Record. O comunicador destaca que os diretores confiaram no trabalho dele e por isso veste a camisa do canal com muito orgulho.
“Desde o primeiro momento que pisei na emissora, toda vez que eu piso, eu agradeço a Deus, eu peço para que meu pai me oriente, é uma coisa minha, assim como faço no estúdio. Eu sinto um pouquinho do meu pai em cada colaboradores daquela emissora que me trata com tanto carinho. Eu acho que ele tá muito presente por causa da Record. Por isso falo sempre de gratidão”.
Maior desafio
Wagner está há um ano no Balanço Geral Manhã e a experiência ocorreu durante a pandemia. Com 35 anos, o jornalista adora ficar em casa com a esposa Thais Alves e o filho Enzo. É em sua residência que recarrega as energias, saindo apenas para trabalhar, fazer exercício físico e comer com a família.
E para continuar fazendo sucesso, ele tenta seguir um dos conselhos do seu pai. “Uma vez perguntei pro meu pai: ‘o que eu preciso fazer para ser um bom jornalista?’. É lógico que estuda é importante, mas ele fala: ‘Olha, mais importante que cultura, informação, é você agir com seu coração e com naturalidade’. Acho que aprender dia após dia é o maior desafio”, conclui.