Boni sobre fim de contrato de Faustão com a Globo: "Saídas intempestivas não são boas"
Ex-todo poderoso da Globo concedeu entrevista exclusiva ao NaTelinha
Publicado em 18/06/2021 às 14:44,
atualizado em 18/06/2021 às 14:48
Para o ex-diretor da Globo, Jose Bonifácio Sobrinho, o Boni, a saída repentina de Fausto Silva da emissora após 32 anos não será para bom para a empresa nem para o artista. Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, um dos criadores da emissora avalia a entrada de Luciano Huck aos domingos e a escolha de Tiago Leifeit no lugar de Faustão na Super Dança dos Famosos. Na última quinta-feira (17), a Globo enviou um comunicado à imprensa oficializando o fim do Domingão por “por razões estratégicas e internas” e que junto com o artista “decidiram formalizar o distrato”.
À reportagem, Boni, que foi diretor-geral da rede entre as décadas de 70 e 90, elogia Luciano Huck e Fausto Silva e frisa que eles possuem estilos distintos e exigirá um programa de formato diferente do Domingão na grade da Globo em 2022, quando o marido de Angélica assumirá o horário.
Como o NaTelinha antecipou em primeira mão, Fausto Silva desagradou os diretores da Globo ao comunicar à imprensa, no fim de abril, que tinha acertado com a Band. O contrato do apresentador tinha vigência até de dezembro de 2021.
“A volta de Fausto Silva à Band em janeiro é um sonho antigo do Grupo que sempre admirou seu caráter ético, seu talento e seu jeito de inovar e fabricar sucesso. Aqui na Band sempre foi muito querido e durante os seus anos de Globo nunca perdeu a amizade de 40 anos com os irmãos Joao e Ricardo Saad. Na Band quando saiu só deixou muitos amigos e grandes lembranças”, disse a Band em abril.
Confira a entrevista completa de Boni ao NaTelinha:
O que o senhor acha da saída do Faustão da Globo ?
Boni - Saídas intempestivas não são boas para a empresa e nem para quem sai. No passado isso ocorria com mais frequência e era muito ruim.
E como vê essa mudança do Luciano Huck aos domingos?
Boni - O Huck e o Fausto são muito bons, mas cada um em seu estilo. Portanto o programa será obrigatoriamente diferente.
Estamos vendo uma verdadeira dança das cadeiras entres apresentadores para manter os tradicionais programas de auditórios aos domingos nas grades dos canais abertos, que o senhor criou lá atrás. Acha que esse modelo não está ultrapassado para os dias de hoje?
Boni - A gente troca um hábito por outro, mas sempre será um hábito. Não é grade e nem a liberdade de escolha que determina o sucesso. É o conteúdo.
Você acha que a estratégia de colocar Tiago Leifert foi correta?
Boni - Creio que a empresa escolhe sempre a melhor alternativa para uma situação de emergência.
Qual apresentador, hoje, chama a sua atenção?
Boni - Não se faz apresentadores. Eles podem até ser treinados, mas nascem com esse dom. São raros, mas novos aparecerão. O Fausto é um desses fenômenos. Bateu até o Silvio Santos no horário. E o Silvio é um dos melhores do mundo.