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Silvia Poppovic lamenta falta de debates: "Novos formatos poderiam ser realizados"

Apresentadora acredita que emissoras poderiam criar um novo jeito de discussões de ideias


Silvia Poppovic sorrindo
Silvia Poppovic falou sobre os debates eleitorais - Foto: Reprodução

Silvia Poppovic tem 45 anos de televisão e é precursora no Brasil em relação aos programas de debates sobre o comportamento humano. Por conta da pandemia do novo coronavírus, Globo, Record, SBT e RedeTV! cancelaram os encontros dos candidatos a prefeito de diversas capitais no primeiro turno e causaram muita polêmica. A apresentadora, que é defensora das discussões de ideias, concorda que reunir diversos postulantes às prefeituras é inviável, contudo, acredita que novos formatos poderiam ter sido criados neste momento diferente que o mundo vive.

“A pandemia realmente dificulta muito. Ainda mais com a obrigatoriedade de trazerem todos os postulantes. Fica inviável, mas novos formatos, nesse momento, poderiam ser realizados”, disse Silvia em entrevista exclusiva ao NaTelinha.

Muitos candidatos, principalmente da capital de São Paulo, ficaram irritados com os cancelamentos das emissoras, alegando que isso prejudicaria os eleitores na hora de escolher o melhor nome para votar na urna. Silvia concorda que, sem debate, os votantes vão perder a chance de conhecer profundamente os planos das campanhas.

“Sem debate, o eleitor perde a possibilidade de conhecer e comparar as propostas, e suas contradições, dos vários candidatos. Fora que é uma excelente oportunidade pra avaliar suas performances e reações nessas circunstâncias tão especiais”, opinou.

Em quatro décadas de televisão - com pequenos intervalos - Silvia fez de tudo um pouco, passando pelo jornalismo, mediando debates e sendo uma das precursoras no formato de variedades. O início do seu sucesso começou no Canal Livre, da Band, na década de 1980, o que lhe deu muitas oportunidades em outros canais e sempre buscando levar pessoas com opiniões diferentes para discutir temas atuais.

Com a falta de debate eleitoral em diversas emissoras, houve movimentação no Congresso Nacional para colocar em pauta um projeto de lei que obrigasse as emissoras abertas a realizarem os encontros entre os candidatos. Especialista em discussões de ideias, Silvia é contra esse tipo de ação por parte do governo.

“Não acho necessário um projeto de lei que obrigue as emissoras a isso. Mas como disse, acredito nessa oportunidade como um momento importante. Nem que fossem em grupos menores ou formatos diferentes do que vemos por ai. Realmente colocar todos juntos numa mesma noite fica inviável como programa de TV atraente”, explicou.

Silvia Poppovic e a nova forma de debate

Silvia Poppovic voltou para a televisão no ano passado ao assumir o comando do Aqui na Band. Ela seguiu na atração até abril deste ano, contudo, conseguiu imprimir o seu estilo na atração. A apresentadora convidava famosos e especialistas para debater os principais assuntos do país, repercutindo nas redes sociais.

Seu companheiro de produção, Luís Ernesto Lacombe, acabou ganhando um grande destaque ao se posicionar sobre diversos temas, um estilo diferente que ele seguia na Globo. Muitas vezes, o Aqui na Band foi acusado de proteger grupos bolsonaristas e até a própria emissora foi criticada durante muito tempo por não tomar nenhum posicionamento em relação ao modo em que os temas eram tratados.

As insinuações de que emissoras protegem candidatos são antigas e voltou com força total por causa dos cancelamentos dos debates. Na visão de Silvia, nenhum canal vai colocar sua credibilidade em jogo por conta de algum político e usou o presidente Jair Bolsonaro como exemplo.

“As emissoras de TV podem até ter relações próximas com  partidos políticos mais sólidos e tradicionais.  Mas esses são vários também. Nenhuma emissora vai se comprometer desde o inicio pois tudo é muito dinâmico e o crescimento dos candidatos depende de outros fatores. Veja o exemplo de Bolsonaro que não participou de nenhum debate e levou a Presidência. Os debates são uma oportunidade excelente de avaliação dos candidatos mas não a única! Hoje as redes sociais tem substituindo a TV aberta e sido palco de encontro entre eles”, concluiu.

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