Equipe de reportagem da GloboNews fica sem saída em troca de tiros no Rio
Repórteres não puderam sair de prédio durante tiroteio
Publicado em 27/08/2020 às 15:49
O repórter André Coelho e o cinegrafista William Corrêa, da GloboNews, acompanharam de perto o sofrimento dos moradores do bairro do Rio Comprido, no Rio de Janeiro, durante uma guerra entre facções. Na manhã desta quinta-feira (27), a dupla ficou sem saída durante uma troca de tiros no local. Eles se esconderam em um prédio e não se feriram.
Os profissionais estavam no bairro para acompanhar o trabalho de perícia da Polícia Civil. De repente, eles perceberam o tiroteio. “Estamos escondidos, em segurança, tentando se manter longe de qualquer conflito. Mas a situação aqui é bem complicada. Um clima de muita tensão que mostra o grau de violência que essa região vem vivendo desde ontem (26)”, contou o repórter ao jornal Edição das 10h.
André relatou que percebeu uma movimentação estranha dos policiais e foi pedido que eles deixassem o prédio, mas não foi possível seguir a orientação. “Procuramos um lugar seguro e, logo que entramos em um prédio, começaram os tiros”, explicou.
“Nós falamos ao vivo e estamos escondidos em um prédio no bairro do Rio Comprido, onde começou uma nova troca de tiros”, afirmou o repórter. “A polícia tentando impedir a saída desses criminosos por aqui e tentar manter algum clima de segurança, mas é um clima de muita tensão”, ressaltou.
Após o fim da Edição das 10h, o Estúdio I – que começa por volta das 13h – continuou com a cobertura da guerra que o Rio de Janeiro enfrenta. A repórter Lívia Torres relatou a mesma situação que André, mas para o Jornal Hoje, da Globo. “Manhã de terror”, comentou.
Guerra no Rio de Janeiro
O complexo São Carlos foi invadido por criminosos iniciando uma guerra entre facções rivais. A polícia informou que o clima de tensão dura mais de 24 horas em diferentes partes do Rio de Janeiro.
Um dos momentos mais tristes foi a morte de Ana Cristina da Silva, de 25 anos. A mulher acabou sendo baleada por um fuzil na cabeça e na barriga na noite de ontem após tentar proteger seu filho do tiroteio.
Um dos bandidos também fez uma família refém durante a madrugada, no Rio Comprido, numa tentativa de fugir da polícia. Contudo, logo pela manhã, ele liberou uma criança e uma mulher e foi preso pelas autoridades.
Em comunicado à imprensa, a Secretaria de Estado de Polícia Civil explicou que há duas semanas o setor de inteligência da 6ª DP (Cidade Nova) identificou uma movimentação de criminosos de uma facção que tinham a intenção de dominar o território de comunidades que fazem parte do Complexo do São Carlos, mas não sabia qual a data e o dia que ocorreria o ataque.