Filho de Bolsonaro ataca artistas por ato contra a anistia
Evento terá Chico e Caetano e foi alvo de ataque por parte de um dos filhos de Jair Bolsonaro
Publicado em 20/09/2025 às 16:02,
atualizado em 20/09/2025 às 16:02
O senador Flávio Bolsonaro criticou, neste sábado (20), duramente artistas que organizam atos públicos contra o Projeto de Lei (PL) da Anistia e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem.
Em suas declarações, dirigiu-se a nomes como Chico Buarque e Caetano Veloso, referindo-se a eles como "poucos milionários mamadores da Rouanet insatisfeitos porque artistas que não recebem recursos estão indo para esses atos". Flávio ironizou a mobilização artística, questionando se haveria algum "ato socialista de divisão de riquezas", ou se tudo não passava de teorias.
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O senador é conhecido por defender o PL da Anistia, que busca conceder perdão a manifestantes envolvidos nos episódios do 8 de janeiro de 2023, justificando que essa medida beneficiaria não apenas esses manifestantes, mas também seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é alvo de investigações relacionadas aos mesmos acontecimentos.
Entre os artistas já confirmados para participar dos atos em diversas capitais do país destacam-se Caetano Veloso, Gilberto Gil e Chico Buarque. Eles têm convocado a população a ir às ruas para protestar contra essas propostas, classificando-as como ameaças à democracia e à justiça. Caetano Veloso, em publicação nas redes sociais, afirmou que “não admitimos isso como povo e como nação”, reforçando o chamado à mobilização popular.
A anistia em questão refere-se a um projeto que busca perdoar crimes cometidos por manifestantes durante as manifestações e invasões ao Congresso, Supremo Tribunal Federal e Presidência da República no episódio de 8 de janeiro de 2023.
Já a PEC da Blindagem pretende alterar a Constituição para impedir que parlamentares sejam investigados criminalmente pela polícia sem autorização prévia do Congresso, limitando o alcance de investigações contra políticos envolvidos em irregularidades.
Essas duas propostas são o foco central dos atos organizados pelos artistas e movimentos civis, que veem nelas um retrocesso legal e um perigo para o combate à impunidade e para os pilares democráticos do país.
As manifestações estão previstas para ocorrerem simultaneamente em várias cidades brasileiras no próximo domingo (21), reunindo milhares de pessoas em defesa da democracia e contra medidas que podem favorecer impunidade para crimes graves.