Suave Veneno

Globoplay resgata novela que uniu Shakespeare e Hitchcock e fracassou nos anos 90

Trama nunca reprisada de Aguinaldo Silva chega ao streaming nesta segunda-feira (1º)


Suave Veneno
Luana Piovani, Irene Ravache, Letícia Spiller, Vanessa Lóes e José Wilker em Suave Veneno; novela retorna após 25 anos - Foto: Divulgação/Globo

A novela Suave Veneno, exibida na Globo em 1999 e nunca reprisada, chega ao Globoplay nesta segunda-feira (1º), pelo projeto Resgate. A trama criada por Aguinaldo Silva tinha inspirações grandiosas, que iam de William Shakespeare a Alfred Hitchcock, mas acabou se tornando um dos maiores fracassos da Globo nos anos 1990.

O protagonista da história é Waldomiro (José Wilker), um bem-sucedido empresário do ramo de mármores. Ele construiu seu império do zero e, além de administrar o negócio, precisa lidar com conflitos de sua família, que depende dele e almeja herdar a empresa.

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A premissa é baseada na tragédia Rei Lear, de Shakespeare, em que um monarca é traído por duas de suas três filhas. Na novela, as herdeiras do protagonista eram Maria Regina (Letícia Spiller), grande vilã da trama, Maria Antônia (Vanessa Lóes) e Márcia Eduarda (Luana Piovani).

Havia também referências ao filme Um Corpo que Cai (1951), do mestre do suspense Alfred Hitchcock, como na trama da misteriosa Inês (Gloria Pires), que se infiltra na vida de Waldomiro e retorna depois com outra identidade, Lavínia. O nome da personagem Carlota Valdez (Betty Faria) também veio do clássico do cinema.

Suave Veneno não empolgou o telespectador e registrou a menor audiência entre novelas das 20h na década de 1990, segundo o Ibope. O sucesso que o Programa do Ratinho, no SBT, fazia na época também foi apontado como razão do insucesso. Várias alterações foram feitas na história na tentativa de atrair o público.

Globoplay resgata novela que uniu Shakespeare e Hitchcock e fracassou nos anos 90

Entre os poucos personagens marcantes da novela, estão a vilã Maria Regina, papel que rendeu elogios e críticas a Letícia Spiller; e o guru Uálber, vivido por Diogo Vilela, que de tanto sucesso estampou a capa da trilha sonora internacional da novela, algo não tão comum para personagens cômicos e coadjuvantes.

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Em entrevista na época, Aguinaldo Silva admitiu que faria a novela de forma diferente: “O público não embarcou no clima de mistério que tentei criar. Se começasse a novela hoje, escreveria na ordem direta: primeiro o público conheceria a história da Lavínia para depois vê-la trocando de identidade para dar um golpe em Waldomiro”.

“Tinha uma história boa nas mãos, mas não tive tempo de descobrir como contá-la.”

Aguinaldo Silva, em agosto de 1999

Curiosamente, o autor voltaria a apostar no entrecho principal de Rei Lear em uma novela que escreveu anos depois: Império (2014). A história do Comendador José Alfredo (Alexandre Nero) guardava várias semelhanças com a trama principal de Suave Veneno, com uma grande diferença: fez sucesso.

Assista à abertura de Suave Veneno, de volta no Globoplay após 25 anos:

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Com informações do site Teledramaturgia.

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