Exclusivo

Xuxa abre o jogo e fala sobre doc do Globoplay, volta à TV e novo filme biográfico

NaTelinha comemora aniversário com uma entrevista exclusiva com a apresentadora em vídeo


Xuxa sorrindo usando camisa de gola preta
Xuxa Meneghel fala sobre os novos projetos - Foto: Reprodução/NaTelinha
Por Sandro Nascimento

Publicado em 02/06/2024 às 08:31,
atualizado em 02/06/2024 às 08:33

NaTelinha completa 19 anos neste domingo (02), reafirmando-se como um dos principais veículos de comunicação que trata o entretenimento com ética, seriedade e responsabilidade. Para comemorar a data, o site traz uma entrevista exclusiva em vídeo com Xuxa Meneghel (veja no final da reportagem). A apresentadora tem uma trajetória artística única no mercado audiovisual e sua carreira se mistura com parte da história da televisão brasileira. Aos 61 anos, a rainha dos baixinhos fala sobre seu doc no Globoplay, volta à TV e preparação de turnê: “Quero fazer muitas coisas”.

Sobre um projeto que a faria retornar à televisão aberta, Xuxa explica: “Eu acredito que a televisão aberta está aberta, obviamente, a todas as coisas interessantes e boas, mas que o público venha a gostar. Não adianta eu vir com um projeto que eu acho que é incrível, e o público fala que não tem interesse nenhum de ver. Então, é muito importante que as pessoas sinalizem, digam o que elas estão querendo ver”.

Na RedeTV!, Geraldo Luís tem credibilidade abalada com acusação de "jabá"

O que aconteceu com o acervo da TV Manchete? Batalha judicial revela saga das fitas

Xuxa Meneghel é considerada um fenômeno da televisão. Nos anos 80 e 90, ela ditou tendências de moda, criou um formato de programa infantil na Globo que foi seguido por outras emissoras e até exportado para outros países. Até hoje, ela é uma das maiores vendedoras de discos e dona de um carisma inigualável, prestígio e relevância no cenário nacional. É com prazer que celebramos esse talento nos 19 anos do NaTelinha.

Entrevista exclusiva com Xuxa Meneghel

Como estão os novos projetos, como o filme biográfico “Rainha” e a turnê de despedida da nave? Sobre o longa, como está sendo a construção do roteiro e qual vai ser a linha do tempo?

Xuxa Meneghel -  A gente está colocando a turnê (Despedida da Nave) tudo de uma maneira virtual para que a possamos ver como é que funciona: o telão, a frente, as músicas e os bailarinos. Então, tudo isso agora está sendo colocado na computação para a ver junto com o diretor e que o Clay está arrumando, armando, pensando tudo isso. A gente tem que ver qual é a nossa realidade também, o que o Brasil pode comportar com tudo isso. A nossa vontade é que o último voo da nave (do Xou da Xuxa) viaje, voe tão alto que ninguém possa dizer qualquer outra coisa que não seja: ‘uau’.

Mas a gente sabe também que a nossa realidade é outra. Então, toda hora, eu e o Clay, a gente vai voando e alguém vai puxando para baixo. Então, vamos ver o que a gente pode fazer entre esse meio termo. O que posso dizer para vocês é que está tudo ainda muito cru, mas com muita vontade que dê muito certo e que as pessoas se apaixonem.

Sobre o projeto Rainha, a Patrícia agora está com a gente e estou começando a conversar com ela sobre tudo o que pode vir a acontecer com os redatores, com os escritores, para que a gente possa ver agora como é que vai ficar, porque o caminho agora é outro. Antes a gente tinha pensado numa série que parava uma certa hora e agora a gente vai tentar fazer com começo, meio, não é fim, porque ainda não terminou, mas começo, meio e até tudo a história que as pessoas conhecem até hoje.

Xuxa abre o jogo e fala sobre doc do Globoplay, volta à TV e novo filme biográfico

 Xuxa, como telespectadora, hoje quais atrações você mais assiste na TV e de qual tipo de programa sente falta na TV aberta?

Xuxa Meneghel - A TV aberta eu gosto muito de ver jornal, obviamente, para poder ficar informada com tudo que está acontecendo. É um dos meus programas, não é favoritos, mas sim necessários para que a gente possa saber o que está acontecendo no mundo. Infelizmente a gente está com guerras, a gente está com pessoas passando por momentos muito difíceis. Então, a informação é muito importante. Fora da TV aberta, gosto de ver documentários , gosto de ver séries e seriados baseados em fatos. Curto demais tudo que tiver filmes, séries e seriados baseados em fatos. Bom, ruim, curto ver demais.

Óbvio que o que sinto muita falta, o que faz falta nesse mundo é alguma coisa pra criança muito bem feita, que é um negócio que eu pesquiso muito, mesmo não estando à frente de nenhum projeto, eu gosto de pesquisar e vejo que tem pouquíssimas coisas pra criança no mundo, a não ser muito desenho animado, algumas coisas com músicas antigas, músicas e músicas e músicas, e eu acho que deveria as pessoas terem a possibilidade de fazer coisas mais interessantes para as crianças. Pensando em crianças de todas as idades, é claro.

Xuxa Meneghel

E curto também tudo que tiver com o animal, também adoro ver. Filme, série que tenha alguma coisa com o animal, estou eu sempre vendo pela minha paixão que eu tenho pelos animais.

Que tipo de projeto seduziria a Xuxa para voltar à TV aberta com um programa fixo?

Xuxa Meneghel - Eu acho que essa pergunta teria que voltar para o público para saber o que eles gostariam que eu fizesse na televisão aberta. Eu acredito que a televisão aberta está aberta, obviamente, a todas as coisas interessantes e boas, mas que o público venha a gostar. Não adianta eu vir com um projeto que eu acho que é incrível, e o público fala que não tem interesse nenhum de ver. Então, é muito importante que as pessoas sinalizem, digam o que elas estão querendo ver. Hoje em dia, é bastante difícil, porque, com a internet ali, literalmente na mão das pessoas, elas veem a hora que elas querem, o que elas querem no horário.

Elas fazem o horário dela, não existe mais essa coisa de novela das sete, das oito, jornal das oito. A gente vê a hora que a gente quer. Então, mais um motivo para que a gente pergunte, saiba, pesquise o que as pessoas gostariam de ver na televisão aberta para poder dar certo.

Porque, infelizmente, pelo menos eu, que tenho uma experiência já grande, vasta com a televisão aberta, hoje posso dizer para vocês que não é que não valeu nada, mas que estou engatinhando, estou começando.

E a minha maior preocupação, se eu viesse a fazer alguma coisa, é chegar e dizer, será que eu estarei agradando? Será que estou falando a linguagem que as pessoas querem ouvir? Será que estou no caminho certo? E, para essa resposta ser exata ou respondida, a gente tem que voltar à pergunta, perguntar para as pessoas: "o que vocês gostariam de ver na TV aberta  comigo?".

Seu documentário no Globoplay foi um sucesso de audiência e repercussão. Teve alguma passagem da sua história que você acha que poderia ter sido abordada na produção e que ficou de fora?

Xuxa Meneghel - Tem várias coisas que não foram colocadas. Acho até porque é necessário mesmo, porque vai sobrar muita coisa para o Rainha, vai sobrar muita coisa para o doc das Paquitas, vai sobrar muita coisa até para, quem sabe, outras conversas. Mas foi um grande começo. Acho que foi libertador para mim começar a mexer em caixinhas que não mexia, falar sobre coisas que não falava. Foi muito importante, mas é óbvio que tem muita coisa não é que faltou, que poderia estar lá, mas eu só vi isso depois. Na hora, quando eu estava vendo, falei, caramba, está tudo ótimo, está perfeito, não mexo em nada, até na hora de bater, eu acho que foi bacana. Doeu um pouquinho, doeu, mas foi importante.

Xuxa sobre documentário: "Vocês não viram um terço do que passei"

Na hora de bater palma pra mim, também foi legal, foi importante, porque eu tinha até esquecido tudo que eu já tinha vivido. Então, acho que foi legal pra mim. Eu falava: "caramba, eu vivi isso mesmo". Então, eu acho que da mesma maneira que eu me abracei, eu também me aplaudi, não estou falando das pessoas. Eu tinha esquecido o quanto a minha história foi bonita, é bonita, foi importante e é importante. Mas, obviamente, tem muita coisa ainda.

Xuxa Meneghel

Qual conselho você daria para os novos artistas que estão em ascensão para não ficarem deslumbrados com o sucesso?

Xuxa Meneghel - Bastante difícil essa pergunta, porque acho que depende da cabeça de cada um. A gente não pode falar o que as pessoas têm que fazer, mas posso dizer que o que não tem que fazer, o que seria bom não fazer.

Vou usar a frase que a minha mãe sempre disse: Você não é melhor do que ninguém, mas ninguém é melhor do que você. Eu acho que se você acreditar nisso, já é um grande caminho. Porque o que eu acredito é que em qualquer lugar, seja na televisão, no seu escritório, no seu trabalho, qualquer que seja, se você já entra achando que você é melhor que todo mundo, nossa, o tombo é enorme, sabe?

Xuxa segue em alta no Globoplay e filmes viram aposta do catálogo 

E eu tenho certeza que nada nem ninguém chega sozinho em lugar nenhum. Eu não acredito em nenhum trabalho bem-sucedido, em nenhuma profissão, que você esteja sozinho. Você precisa sempre de alguém. Então, se você se acha, você está desvalorizando o trabalho de todo mundo que está perto de você. Acho que isso é um grande pensamento para todo mundo. Tipo, calma, fica na tuazinha. Você precisa de todo mundo. Você não é melhor do que ninguém. Também ninguém é melhor do que você, vai lá, mostre o seu melhor, sempre dá o seu melhor para poder receber o seu melhor.

Mas eu não concordo com a cabeça de muita gente que acha que tem que gritar, que tem que xingar. Eu não concordo em uma pessoa que seja abusadora e que tenha espaço para falar, que tenha espaço para todo mundo aplaudir e dizer: "não, mas ela precisava ser assim, porque senão não chegaria em lugar nenhum". Não concordo com isso. Eu acho que ninguém precisa fazer isso. Ninguém merece isso. E quanto mais a gente aprende, cresce, a gente vê que o mundo é totalmente desnecessário.

Pessoas com esse pensamento, que acham que tem que pisar nos outros pra poder conseguir alguma coisa. Então, pra mim, eu acho que, acima de tudo, você tem que ser uma pessoa com o pé no chão. Você tem que botar teu pé no chão, não são as pessoas que tem que te puxar.

Como está o lado empresarial? Você acabou de lançar uma rede de fast food vegano. Você controla de perto todos os seus negócios? Como é o bastidor dessa sua vertente?

Xuxa Meneghel - Eu comecei timidamente, todo mundo sabe o quanto eu tenho medo de emprestar meu nome e minha imagem. Colocar meu nome e minha imagem em qualquer produto que eu não acredito. Assim, tem com tudo, desde xampu, qualquer coisa que tenha o meu nome, minha imagem, qualquer tipo de produto, eu vou querer sempre acreditar, saber. Agora, é óbvio que eu não posso estar 100% à frente das coisas ou querer saber tudo o que está acontecendo, porque senão só viveria e faria isso.

Mas eu coloco, obviamente, pessoas que trabalham comigo para me ajudar nisso daí. E as pessoas, antes de me convidarem, antes de eu entrar, antes de eu assinar qualquer coisa, ou seja, antes de eu estar com a minha imagem, meu nome, junto com qualquer empresa, qualquer marca, as pessoas sabem que eu sou um pouco chata. Eu fico querendo saber o que está acontecendo, me meto.

Às vezes, eu me afasto um pouco para mostrar para as pessoas que elas precisam ver também as coisas de um outro lado, não só da minha visão. Isso é muito importante. Isso é muito importante porque eu, sendo ariana, obviamente, quero colocar só o meu pensamento, isso está errado. Então, às vezes, eu me afasto para as pessoas verem se eu estou certa ou se eu estou errada e daí a gente conversa de novo.

Xuxa Meneghel

Então, uma coisa como empresária que eu posso dizer para vocês é que eu aprendi a ouvir os outros e a me ouvir também. Eu valorizo muito a minha intuição, eu valorizo muito o que os outros falam, o que os outros pensam, principalmente o público, não só as pessoas que trabalham comigo, mas as pessoas que vão ter esse produto nas mãos.

Diretora da Globo conta como surgiu ideia de reunir Angélica, Eliana e Xuxa no Criança Esperança

Eu presto muita atenção quando eles começam a falar, tipo, "gostei disso", "não gostei disso, gostaria que fosse dessa maneira". Obviamente, as críticas, boas críticas, sempre são bem-vindas, sempre são bem-vindas, principalmente para as pessoas que me conhecem esse tempo todo, que eu chamo de fãs, de seguidores, de amigos, de companheiros, de pessoas que têm esse respeito e carinho por mim.

As pessoas que não têm respeito e carinho, Obviamente, eu respeito as pessoas não gostarem de mim, mas a opinião delas não vale nada para mim.

Xuxa abre o jogo e fala sobre doc do Globoplay, volta à TV e novo filme biográfico

Como está a Xuxa agora?

Xuxa Meneghel - Com 61 anos, carequinha, apaixonada pela filha cada vez mais. Tô louca, apaixonada pela Sasha, um orgulho assim que chega a estourar de tudo que ela tá fazendo e vai fazer. O mundo tá aí esperando esse talento chamado Sasha Meneghel Zafir.

Muito a fim de fazer coisas bacanas. Minha cabeça não para. Quero fazer muitas coisas. Já falei de coisas que quero fazer, mas, com certeza, outras vão aparecer.

Uma mulher que está sendo também amada, apaixonada também pelo marido, o namorido, o homem, o amante, a paixão que está do meu lado, que é o Ju, que enche a minha vida de música, de alegria. É um cara muito divertido, que eu não quero abrir mão de jeito nenhum, quero morrer do lado dele.

Xuxa Meneghel

E, como eu disse antes, com muita coisa pra fazer ainda. Engraçado, eu com 61 anos, eu consigo viver fazendo muita coisa. Então, por isso, eu tô me preparando, tenho cuidado bastante, cuidado da minha saúde, porque eu quero fazer muita coisa ainda.

Confira a entrevista com Xuxa Meneghel em vídeo:

Imagem da thumbnail do vídeo

Mais Notícias

Enviar notícia por e-mail


Compartilhe com um amigo


Reportar erro


Descreva o problema encontrado