Vai na Fé: Os artistas que fizeram o oposto de Sol e mergulharam no gospel
Waguinho e Regis Danese já integraram grupos de pagode famosos
Publicado em 17/01/2023 às 05:19
Em Vai na Fé, nova novela das sete da Globo, Sol (Sheron Menezzes) é uma mulher guerreira que mora no Subúrbio do Rio de Janeiro e vende quentinhas no Centro da cidade pra conseguir pagar as contas. Aos domingos, a protagonista leva a família para a igreja e até canta no coral, mas vai deixar os louvores de lado para dançar no palco do artista pop Lui Lorenzo (José Loreto). Na vida real, porém, famosos como Waguinho, Regis Danese e Mara Maravilha fizeram o caminho inverso.
Na trama de Rosane Svartman, Sol chegou a frequentar bailes funk na juventude e fazia sucesso nas noites cariocas. A princesa do baile já tinha ficado para trás mas, passando por dificuldades financeiras, a morena acaba sendo chamada para trabalhar como dançarina de Lui, galã conquistador que se encanta por ela, e volta a repercutir no palco e fora dele, para o desespero de seu marido, Carlão (Che Moais).
No caso de artistas que já tinham a carreira encaminhada no chamado meio secular e abandonaram tudo para se dedicar ao gospel, a história vai muito além da falta de grana que apavora a personagem de Sheron Menezzes. Waguinho, por exemplo, estava à beira de uma overdose quando tomou a decisão de se converter. Já Regis Danese, viu na igreja uma oportunidade de salvar seu casamento. Confira:
Waguinho
Waguinho integrou o grupo de pagode Os Morenos, que fez sucesso na década de 90 com hits como Marrom Bombom, Tô Dentro Tô Fora e Tá Afim de Sambar. Em 2000, o vocalista se lançou em carreira solo e investiu no estilo romântico, mas apesar do êxito na carreira artística sua vida pessoal estava sendo destruída pelas drogas.
Em agosto do ano passado, em entrevista ao Bulldog Show, o cantor disse que estava no auge e fazendo shows por todo o Brasil, mas toda a alegria que ele demonstrava nos palcos ia embora com o fim das apresentações. E era aí que ele bebia e consumia drogas para se distrair.
No podcast, Waguinho contou que foi viciado em cocaína durante 25 anos e, após ficar à beira de uma overdose, decidiu se converter. Na época, sua esposa, Fabíola Bastos, já frequentava a igreja e não desistiu de orar por ele mesmo estando separados.
"Eu já estava três dias e três noites dentro de um quarto de motel, usando cocaína e bebendo whisky, sem comer nada, só droga e bebida… Eu não tinha forças para vencer aquilo e, quando eu me encontrei com Jesus, eu vi que Jesus tem a força para vencer qualquer coisa porque eu aceitei a Jesus e eu parei milagrosamente de usar cocaína e beber."
Hoje, Waguinho é pastor auxiliar em uma das filiais da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, presidida pelo pastor Silas Malafaia, e continua cantando pagode, mas no segmento gospel.
Regis Danese
Regis Danese iniciou sua carreira musical ainda na adolescência, quando formou uma dupla sertaneja no interior de Minas Gerais. Já em 1994, aos 21 anos, se mudou para Uberlândia, e recebeu um convite de Alexandre Pires para ser backing vocal no Só Pra Contrariar, grupo no qual se destacou por compor vários sucessos, como Te Amar Sem Medo, Nosso Sonho Não é Ilusão e O Samba Não tem Fronteiras.
Nesse período, o artista passou a compor também para outros grandes nomes da música brasileira, como Daniel, Leandro e Leonardo e Alcione. Porém, Regis era muito ciumento e sua esposa, Kelly Danese, chegou a pedir o divórcio por não suportar o jeito controlador do marido. Foi aí que um colega do SPC começou a falar de Jesus para ele.
"Certo dia, quando eu passava por um grave problema no meu casamento, ele me falou de Jesus eu acreditei e recebi aquela Palavra", contou, em uma das ocasiões em que falou sobre seu testemunho de conversão.
Regis e a mulher passaram a frequentar uma igreja em Minas Gerais, estão casados até hoje e têm dois filhos, Bruno e Brenda. Já em carreira gospel, ele alcançou o topo do sucesso com a música Faz um Milagre em Mim, que em 2008, durante meses, esteve entre as mais executadas até mesmo em rádios não-religiosas.
Mara Maravilha
Ainda na infância, Mara Maravilha assumiu a apresentação da versão local do Clube do Mickey pela TV Itapoan, emissora afiliada do SBT na Bahia. Depois de se mudar para São Paulo e passar por algumas dificuldades financeiras, começou a participar de alguns programas do canal de Silvio Santos e sua carreira decolou.
Na década de 90, se tornou alvo de canais internacionais e foi contratada pela emissora CBA, de Mar del Plata, na Argentina, onde comandou o Show Mara Maravilha em horário nobre. Alguns anos depois, encerrou seu contrato e voltou para o Brasil. Após uma passagem pela Record, se batizou na igreja evangélica e decidiu investir somente no segmento gospel.
Com seus discos de louvores, a baiana também teve êxito e chegou a ganhar certificações de ouro e platina, lançando alguns hits, como Deus de Maravilhas. "Eu fui para a igreja porque a minha vida estava um caos. Eu tinha problemas de saúde e problemas espirituais. Tornei-me dependente de moderador de apetite, estava presa no vício, tomava até dez remédios por dia. Além disso, tinha um cisto no ovário e corria o risco de perdê-lo. Estava completamente perdida e Jesus me curou de tudo", contou ela.
"Tudo o que o pastor falava coincidia com a minha vida. Então em vez de dar ouvidos à minha crítica e aos meus preconceitos, passei a dar valor ao que Deus estava falando para mim. Em determinado momento, o pastor falou para eu pensar nos problemas que estava enfrentando e provar a Deus. Eu achava até um desrespeito fazer isso. Eu cresci acreditando num Deus distante e estava sendo apresentada a um Deus que eu não conhecia, um Deus com quem eu poderia me relacionar mais do que com qualquer pessoa, um Deus indescritível. Naquele dia, fiz um propósito pedi cura e libertação."