Crise da Igreja Universal pode tirar espaço de novelas bíblicas na Record
Agremiação não consegue mais bancar as produções
Publicado em 12/05/2022 às 04:00,
atualizado em 12/05/2022 às 09:16
A Igreja Universal do Reino de Deus vive a sua pior crise financeira desde seu nascimento e isso tem tudo a ver com as novelas bíblicas da Record. Com a falta de dinheiro, a cúpula do canal já estuda diminuir ou até tirar o espaço desse tipo de produção no canal. A decisão, no entanto, caberá exclusivamente a Edir Macedo, após avaliar todas as situações.
Segundo apurou o NaTelinha, a total liberdade para tomar qualquer tipo de decisão por parte de Cristiane Cardoso pode estar com os dias contados. Mas não se trata de problemas de relacionamento ou algo assim, é falta de dinheiro que pode abortar a ideia de transformar as novelas numa forma de evangelizar os telespectadores.
Acontece que ninguém esperava uma crise sem precedentes dentro da Igreja Universal. A reportagem ouviu de diferentes fontes que a arrecadação da IURD recuou cerca de 65% desde o início da pandemia. A igreja sobrevive basicamente de doações - chamadas de dízimos e ofertas - e com o aumento do desemprego, inflação e falta de dinheiro, a população diminuiu a contribuição financeira para religiões diversas. Além disso, a Universal viveu um problema com a Angola, perdendo todo o dinheiro no país - 10% de tudo que é arrecadado em qualquer prédio da IURD no mundo vai para a sede administrar.
Diante disso, não houve outro caminho senão apertar os cintos e o início foi dentro da própria igreja, diminuindo o salário de pastores. Mas como não houve solução, o outro caminho passou a ser enxugar os repasses para a Record. Oficialmente, a Universal não é dona da emissora, já que uma igreja não pode ter a concessão de uma TV no país, ela pertence a Edir Macedo, mas na prática, o canal é um ativo pertencente ao grupo religioso.
IURD não vai investir em novelas
Sem conseguir reverter a crise, mesmo com o fim da pandemia e sem enxergar luz no fim do túnel para recuperar a arrecadação do início de 2020, a solução apresentada por especialistas em finanças contratados pela Igreja foi de diminuir o repasse para a Record. Fontes ouvidas confirmaram que a expectativa é de que a emissora receba apenas 25% do previsto.
Com esses números, produzir novelas bíblicas fica praticamente inviável, a não ser que o mercado publicitário diminua o prejuízo. Acontece que diretores artísticos da Record mostraram para Edir Macedo que tramas bíblicas não se pagam sozinha e causam prejuízo. Isso porque, é praticamente impossível conseguir fazer merchans, além das marcas não demonstrarem interesse em anunciar.
A solução é abandonar novelas bíblicas
Os diretores artísticos, que não são ligados à IURD, já apresentaram a solução para Edir Macedo: voltar o investimento em produções contemporâneas, preferencialmente masculinas e que se pagam. Cris Cardoso já se mostrou contra e vem tentando ela própria conseguir investidores para as próximas novelas bíblicas, mas até agora não conseguiu resultado algum.
Edir Macedo não tomou a decisão, mas nos corredores da Record fala-se que, pela primeira vez desde que Cris Cardoso assumiu o cargo, ela passe a balançar. Por mais que queira investir no formato.
Procurada, a Record não se manifestou sobre a reportagem.