Em 2003, SBT demitiu 600 funcionários e cortou até programa líder de audiência
SBT passou por crise maior no ano de 2003
Publicado em 23/11/2017 às 09:52
Se em 2017 a crise econômica que o país atravessa pegou em cheio o SBT, com demissões que devem chegar a 100 funcionários, no ano de 2003 a coisa foi bem pior na emissora.
Equipes de produção, figurino, maquiagem e até equipe artística foram atingidas na época. Somente em fevereiro de 2003, o SBT demitiu cerca de 30 profissionais e as produções dos programas "Qual é a Música?" e "Curtindo uma Viagem" foram extintas definitivamente.
As duas atrações tinham bons resultados, principalmente de audiência. O "Curtindo" de Celso Portiolli era referência no segmento game-show e assombrava a Globo com suas provas radicais. Não teve jeito. Era caro demais.
O apresentador acabou indo para a "geladeira" do canal e só saiu de lá em 2004, para apresentar a "Sessão Premiada", atendendo a telefonemas dos telespectadores nos intervalos de filmes.
Com lucros escassos em 2002, no ano seguinte até os contratos milionários feitos em dólar tiveram que ser revistos.
Uma das grandes "vítimas" do corte foi o contrato com a gigante norte-americana Walt Disney, que era parceira do SBT desde 1997.
Com a alta do dólar, a emissora abriu mão da parceria. A Disney já "namorava" a Globo, com quem acabou assinando somente no final de 2004.
Ao final de 2003, o SBT havia demitido cerca de 600 funcionários, e dos oito estúdios, apenas quatro estavam sendo ocupados.
A onda de cortes chegou em todas as produções, como "A Praça é Nossa" e "Programa do Ratinho", este que mantinha uma respeitável audiência principalmente após o término da novela das nove. Chegou a sair do ar em janeiro de 2004 para evitar gastos.
A crise continuou por todo o ano e a reestruturação só começou a ocorrer a partir de 2005, com a compra de novos produtos como "Ídolos", "Family Feud", o retorno do "Roda a Roda" com patrocínio milionário e o investimento em jornalismo, na chegada de Ana Paula Padrão.