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Jovem Pan lança aplicativo “Panflix” e entra na briga da TV via streaming

Em entrevista exclusiva ao NaTelinha, dono da Jovem Pan conta detalhes da nova aposta


Emílio Surita
Emílio Surita é o líder do “Pânico” na Jovem Pan

O rádio virará também televisão. O dono da Jovem Pan, Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho, conhecido como Tutinha (foto/abaixo), vai apostar no aplicativo "Panflix", para disponibilizar a programação da rádio captada em vídeo, ao vivo e on demand, em todas as Smart TVs.

"No momento tenho trabalhado na transformação do rádio para o mundo digital. Em dois meses lançaremos a ‘Panflix’, um aplicativo que virá embarcado nas TVs Samsung, na Apple Rádio, Ipad, celular e no computador na versão 1.0. Na versão 2.0, em todas as TVs e com metadados, que vai fazer que cada usuário tenha sua própria home-page", revelou o empresário de comunicação, com exclusividade ao NaTelinha.

Desde 2016, a Jovem Pan vem se preparando para esta nova plataforma de distribuição da sua grade. Montou estúdios multiplataforma com suporte de transmissão HD e em ultra definição, o 4K.

Usando da convergência entre rádio e TV, atualmente, a programação da rádio é transmitida como um canal de notícias, ao vivo, via streaming, por 24 horas. Todos os apresentadores já comandam suas atrações radiofônicas de frente para  as câmeras dos estúdios.

Jovem Pan lança aplicativo “Panflix” e entra na briga da TV via streaming

Todo conteúdo audiovisual é disponibilizado no site ou em seu canal no YouTube. Além disso, diversos programas são produzidos especialmente para a plataforma digital através da TV Jovem Pan, web TV que existe desde 2007. Com previsão para junho, o aplicativo "Panflix" surge com uma nova opção para o telespectador que busca notícia. 

No cenário atual, esse mercado é dominado pela Globo News, sendo seguida de longe pela Band News e Record News. No segundo semestre, a CNN Brasil entra em operação no país e na briga entre os canais de notícias. 

"Pra quem não sabe, meu avô, Paulo Machado de Carvalho, foi o fundador da TV Record e de várias rádios em São Paulo. Meu pai (seu Tuta) é um homem de televisão que fez a história da TV brasileira com programas como ‘Show do dia 7’, ‘O Fino da Bossa’, ‘Família Trapo’, festivais, enfim, um mundo de programas que puseram a Record na época em primeiro lugar", relembrou Tutinha.

Tenho feito uma rádio opinativa e sem rabo preso, o que nos deu uma audiência muito grande, credibilidade e a liderança no segmento

Tutinha

E completou: "Depois, acabou comprando a Jovem Pan dos irmãos e deu show no rádio, reinventou o rádio. Meu paí é um dos gênios da comunicação brasileira. A história dele é repleta de inovações, desafios e vitórias. Ele é meu ídolo".

O dono da Jovem Pan, de 63 anos, conta que em 2014 recebeu do seu pai a responsabilidade de ficar à frente do negócio que hoje possui uma rede de rádio que chega a 90 cidades. Com sede em São Paulo, a Jovem Pan, que antes se chamava Rádio Panamericana, foi inaugurada em 1944.

"Tenho feito uma rádio opinativa e sem rabo preso, o que nos deu uma audiência muito grande, credibilidade e a liderança no segmento de news e esportes, em 90 cidades aonde a JP tem rádios",  pontua o empresário.

Entre os programas de mais destaque da Jovem Pan estão “Jornal da Manhã”, “Morning Show”, "Pânico", “Os Pingos nos Is” e a sua  cobertura esportiva.

Segredo de gestão

Jovem Pan lança aplicativo “Panflix” e entra na briga da TV via streaming

Questionado sobre o segredo de se tornar uma referência como empresário de rádio, Tutinha dá a dica: "O segredo é conhecer o seu público e montar programas que tenham chance dele gostar. A cada dia que passa é maior nosso empenho de conhecer nosso ouvinte/telespectador".

Para o dono da Jovem Pan, a grande dificuldade que os empresários do setor enfrentam é o dinheiro.

"O rádio sempre teve valores menores que os outros meios: TV, jornal, revista, Google, Facebook e etc. Mas as coisas estão mudando, os hábitos de consumo também. As revistas e jornais tiveram uma queda grande de audiência, a própria TV vem ladeira abaixo. Netflix e Google são os novos e grandes adversários", analisa.

E continua: “Mas nesse mundo novo, o rádio se deu bem. É o veículo que tem a maior convergência com a internet, tem a mesma rapidez e agora o rádio tem imagem também. O processo que começou com a JP vem sendo imitado pelo Brasil afora. O rádio está tendo um papel fundamental na vida dos brasileiros, trazendo debates discussões, jornalismo de opinião (muito mais que a TV) entretenimento, fazendo apresentadores ficarem famosos, virarem estrelas. O rádio está mais vivo que nunca e mais forte com certeza".

Fim do rádio?

Jovem Pan lança aplicativo “Panflix” e entra na briga da TV via streaming

"Nunca", responde Tutinha, ao ser perguntado se as rádios estão ameaçadas com o fortalecimento da internet e a criação de novas mídias.

"O rádio só cresce no mundo. O rádio é mais explicativo, mais portátil, tá com você em qualquer lugar do mundo. Agora com os apps, os comunicadores do rádio fazem sucesso. Basta ver o Caio Copolla, o Villa, o Augusto Nunes, a Vera Magalhães, Felipe Moura Brasil, Andreazza, e todos os outros da Jovem Pan que estão no dia dia das pessoas contando o que acontece nesse pais gigante que é o Brasil. O rádio está se reinventando como todo mundo que quer sobreviver nesse época de mudanças radicais", explica.

Reafirmado que quem pensa que o rádio vai morrer está enganado, Tutinha destaca que atualmente o veículo está no celular,  TV, no Ipad, no computador, no podcast e no YouTube.

"O rei é o conteúdo, a rainha é a distribuição. Esse é o caminho que o rádio deve seguir", aconselha.

AM e FM

"O AM, a tendência é acabar. O  FM não sei quanto tempo vai durar. Conteúdo pra sempre, esse é o caminho do rádio conteúdo. Como ele vai transmitir, não sei, mas de algum modo ele sempre será transmitido e sempre terá relevância", analisa Antônio Augusto Amaral de Carvalho Filho sobre o futuro da duas frequências de transmissão.

Sobre os problemas que fizeram a Rádio Globo cair em audiência e relevância no mercado, o dono da Pan é direto: "Seu lá, não ouço a Rádio Globo".

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