Angela Ro Ro ergue lenço vermelho em show: "Para mim, só existe uma via"
Cantora demonstrou apoio a Lula, sem citá-lo nominalmente, após repudiar ditadura e opressão; apresentação em BH relembrou polêmicas da carreira
Publicado em 23/09/2022 às 10:41,
atualizado em 23/09/2022 às 13:52
Angela Ro Ro repudiou a ditadura e a opressão em show realizado nessa quinta-feira (22) em Belo Horizonte. Crítica de Jair Bolsonaro (PL), a cantora de 73 anos não citou o presidente da República, candidato à reeleição, nem declarou nominalmente o apoio a Lula (PT), mas sacou um lenço vermelho e cravou: "Para mim, só existe uma via".
“Enfim, o voto é secreto”, brincou Angela Ro Ro com o lenço vermelho – cor associada ao PT – em punho. O gesto a fez ser ovacionada pela plateia. Foi a única menção da artista às eleições presidenciais durante a apresentação, pontuada por um talk show com Pedrinho Alves Madeira e a cantora e jornalista Camila de Ávila, com a presença do NaTelinha.
Nos anos 1970, Angela despontava na MPB quando assumiu ser lésbica, o que motivou sua prisão e espancamento na época do regime militar – a violência a fez ficar cega de um olho. Durante a conversa que permeou o show, ela optou por não relembrar essas passagens mais trágicas, mas também não fugiu das polêmicas de sua trajetória.
A cantora voltou à infância e contou que, ainda menina, trocou os brinquedos por uma sanfona. Os pais concluíram que ela era "musicista" ao vê-la tocar, "de ouvido", Asa Branca, de Luiz Gonzaga. O estilo debochado, ela herdou da mãe, que queria ter tido um filho homem. "Fiz o que pude", ironizou a artista, que seria batizada como George Eduardo caso nascesse menino.
Ro Ro deu provas de que, além do vozeirão, o humor mordaz continua em plena forma. Brincou com o "nude" divulgado por Ney Matogrosso no ano passado. Exaltou Maria Bethânia, o que motivou o grito de um fã da plateia: “Rainha é você”. Logo replicou, em referência ao velório da Rainha Elizabeth: “Só espero não ficar tanto tempo exposta. Mas deixa a monarquia para lá”.
Angela Ro Ro prometeu biografia: “A verdade é cruel, é pior do que a fofoca”
Angela Ro Ro também relembrou o processo criativo de canções como Came e Case, composta ao se envolver com uma mulher casada com um amigo. “Nunca se metam com a mulher nem com o carro dos outros”, aconselhou a veterana, que em 1981 sofreu um acidente de automóvel bastante explorado pela mídia, com boatos de embriaguez.
O episódio rendeu a Ro Ro um de seus maiores sucessos. No dia do acidente, Caetano Veloso compôs Escândalo, que deu título ao terceiro álbum da carreira. A letra, que trata dos burburinhos envolvendo a cantora naquela época, é sempre apontada como uma composição dela, mas foi inteiramente feita pelo amigo baiano.
Os romances tumultuados da trajetória não foram ignorados. Sem citar Zizi Possi, referiu-se à namorada mais célebre como “aquela que cantou com Pavarotti” e que enfrentou problemas na coluna recentemente. “Não desejo mal a ela nem a ninguém, muito menos a uma pessoa com quem vivi por um ano e meio”, garantiu.
“Eu fazia pouco sexo e ela descobriu um chifre”, resumiu Ro Ro sobre a briga que motivou o fim da relação. “Até hoje, ela não teve coragem de dizer que eu não bati nela! A omissão é um perigo, pode levar a gente para a cadeia”, frisou a cantora, que passou por esse percalço também em 1981, ano em que sua vida virou de cabeça para baixo.
As histórias foram intercaladas por músicas. Não ficaram de fora Amor Meu Grande Amor, Fogueira e Simples Carinho, entre outros sucessos acompanhados pelo pianista Ricardo McCord. Mais detalhes da vida da veterana serão revelados em um livro – ela ainda faz mistério sobre a data de lançamento. “Vocês vão ler na biografia. A verdade é cruel, é pior do que a fofoca.”
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