Médica de Paulinha Abelha quebra o silêncio 3 meses após a morte da cantora
Paula Cavallaro lamentou os estragos pessoais e profissionais trazidos pelas acusações
Publicado em 08/06/2022 às 13:26,
atualizado em 08/06/2022 às 13:31
Três meses após a morte de Paulinha Abelha (1978-2022), Paula Cavallaro, médica pessoal da cantora, falou pela primeira vez sobre as acusações que a apontaram como uma das responsáveis pelas complicações de saúde que levaram a forrozeira ao óbito. De acordo com a profissional, o laudo médico comprovou que as lesões hepáticas sofridas pela vocalista do Calcinha Preta não tiveram relação com as medicações que a cantora consumia, receitadas por ela.
"Não existe nexo causal entre os medicamentos prescritos e a doença que acometeu Paulinha. Embora todo o estrago que fizeram em minha vida pessoal e profissional, em momento algum eu duvidei de que a verdade viria à tona, como realmente veio", disse Paula, à coluna de Leo Dias no Metrópoles.
A médica ainda disse que as acusações injustas que recebeu motivaram inúmeros pacientes a deixarem de realizar tratamentos em sua clínica. “Algumas pessoas utilizaram as redes sociais para me difamar, onde sofri acusações injustas, que não afetaram só a mim, mas prejudicaram também, outros profissionais médicos, e a muitos pacientes que interromperam seu tratamento em razão das inverdades disseminadas maldosamente nas redes sociais”, lamentou.
Paula Cavallaro, que chegou a se afastar das redes sociais nesse período, explicou que só se sentiu à vontade para se manifestar sobre todo o ocorrido depois de um encontro que teve com Clevinho Santos, viúvo de Abelha. “Nós estávamos aqui lembrando de momentos bons, felizes com Paulinha e acho que por essa memória eu me senti em paz para me posicionar e falar sobre tudo que aconteceu. Enquanto ela estava internada, nós buscamos tudo de melhor no mundo que existia para ela, lutando. Não deu para gente ver o que estava se passando aqui fora”, lembrou.
“Eu fui atropelada por julgamentos e críticas erradas, infundadas, sem provas. E eu tive que obrigatoriamente esperar o laudo sair. Em março, ele saiu e comprovou tudo aquilo que já sabíamos. Aí meus amigos falaram que era hora de falar, mais de 10 anos de trabalho, mais de 8 mil pacientes atendidos. Mas aí, eu optei por viver o luto. Mesmo sabendo das consequências, eu optei por viver isso aqui."
Família de Paulinha Abelha divulgou laudo final com causa da morte da cantora
Em março, família de Paulinha Abelha (1978-2022) divulgou o laudo definitivo com a causa da morte da cantora, que faleceu no dia 23 de fevereiro, após quase uma semana em coma. A certidão de óbito da cantora apontou quatro causas da morte: meningoencefalite, hipertensão craniana, insuficiência renal aguda e hepatite. Porém, Clevinho Santos, viúvo da forrozeira, contratou uma assessoria médica para analisar todos os prontuários da esposa enquanto ela esteve internada e chegar a um laudo final sobre o que a matou.
O dançarino e Wanderson dos Santos Nascimento, advogado dele e da banda Calcinha Preta, enviaram à revista Quem o documento com a conclusão do médico Nelson Bruni Cabral de Freitas. Segundo o laudo, "o óbito da paciente ocorreu devido a um processo infeccioso no Sistema Nervoso Central, conforme consta na Certidão de Óbito, e não decorrente de Intoxicação Exógena medicamentosa".
Na época da internação da cantora, chegou-se a cogitar que seu quadro de saúde tivesse relação com o uso de alguns emagrecedores, mas o documento ainda diz que as lesões renais apresentadas pela artista não têm relação com o uso de medicamentos. "Baseado em tudo que foi analisado, a lesão hepática não tem nexo causal com os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro [Paulinha era acompanhada pela médica nutróloga Paula Cavallaro] e durante a internação nos hospitais - Unimed SE e Primavera, exames foram realizados (líquor) e evidenciaram infecção em Sistema Nervoso Central, com a celularidade demonstrando a hipótese diagnóstica de uma Meningite".
"Não foi evidenciado a presença de conduta médica inadequada durante sua internação Hospitalar (Hospitais UNIMED ou Primavera). O tratamento instituído pelos citados Hospitais seguiu o protocolo específico e bibliografia médica atual, porém, houve uma rápida evolução para o óbito. Os medicamentos prescritos pela Clínica Cavallaro e durante a internação Hospitalar (Hospitais UNIMED e Primavera) não causaram lesões e/ou intoxicação na paciente, ou seja, não existe nexo causal entre os medicamentos prescritos e o evento óbito", afirmou o médico perito.
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