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Projota fala sobre depressão e avalia ida ao BBB: “Minha história de vida é de correr riscos"

Cantor lança primeiro álbum após participar do reality da Globo


Projota sorrindo para fotos encostado com o braço na parede
Projota lança primeiro trabalho após sua participação no BBB - Foto: Divulgação/Pedro Dimitrow

José Tiago Sabino Pereira é o nome de batismo de Projota. Cantor, compositor e produtor do gênero rapper, ele já foi chamado de 'vendido' no meio por fazer 'algo mais comercial' e sofreu na pele. "Isso já foi algo que me afetou mais, creio que com o tempo você aprende a lidar melhor com tudo. Realmente já me fez muito mal, foi um dos motivos que me fizeram ter depressão. Creio que eu sempre lutei muito por aceitação, isso inclusive afetou muito minha arte", conta ao NaTelinha.

Aos 35 anos, ele é um ex-BBB e teve uma participação polêmica na última edição e por pouco não saiu odiado como sua colega de palcos Karol Conká: "Acho que a minha passagem por lá foi como era para ser mesmo, teve seus altos e baixos. Tive muitas oportunidades legais também, tive muitas conversas bacanas, tive a chance de humanizar um pouco mais a minha imagem, de poder mostrar que eu também erro".

E completa: "Acredito que é necessário correr riscos, a minha história de vida é de correr riscos, né? Eu tinha bolsa na faculdade, larguei por causa da música. Eu tinha a minha carreira ali no underground, de forma independente, as coisas estavam andando, mas eu me arrisquei e assinei com um escritório, assinei com a gravadora numa época onde não estava sendo muito usual".

Com 12 anos de carreira, Projota está se preparando para lançar um novo álbum que virou uma descoberta musical. "Me juntei com músicos e a gente se entregou por completo", conta.

Confira a entrevista completa de Projota:

Estou sabendo que você vai lançar um novo álbum. Conta tudo e não esconda nada sobre o projeto.

Projota - Estou super empolgado fazendo esse álbum porque está sendo um momento de descoberta musical muito especial para mim. Acho que estou tendo a oportunidade de unir toda a experiência que eu vim tendo nos últimos projetos, projetos em que tive produtor comigo, depois passei a produzir sozinho em casa e agora eu estou pegando essa…experiência mesmo, acho que estou com uma bagagem legal para hoje me juntar com músicos fantásticos que a gente teve um achado. Nos trancamos no estúdio por algumas semanas compondo música, criando, mexendo….uma coisa que eu nunca tinha feito, sabe? É um processo de imersão mesmo, coisa que eu nunca fazia antes ou eu deixava muito na mão do produtor ou eu fazia em casa. E agora não, eu fui para rua, me juntei com músicos e a gente se entregou por completo nesse projeto e está ficando bonito demais.

Você sempre fala que algumas letras são de suas vivências. Nesse álbum tem alguma relacionada à sua participação no BBB?

Projota - A resposta mais correta é: não tem nada relacionado ao BBB e tem tudo relacionado ao BBB. Acho que é isso, né? Acho que as grandes experiências da minha vida, sempre acabam entrando nas minhas músicas. Algumas vezes entram diretamente e outras vezes elas entram indiretamente, mas seria impossível mesmo, impossível que essa minha experiência no BBB não estivesse presente nesse álbum. Então ela vem de uma forma natural, nada forçado e acho que isso é legal. Até por isso eu demorei a pra lançar alguma coisa ou ainda não lancei, né?! Porque eu deixei as coisas acontecerem naturalmente. Eu podia ter aproveitado lá no começo, já lançar alguma coisa correndo, mas não ia ser da forma correta e acho que agora está sendo no momento certo, as coisas estão saindo da forma certa, as músicas vieram de uma forma pura, bem profundas. Está bem legal mesmo, estou muito feliz!

Pode ter sido uma experiência incrível e no fim deu tudo certo, mas você, hoje, tem a consciência de que poderia ter saído rejeitado e com a carreira abalada?

Projota - Acredito que é necessário correr riscos, a minha história de vida é de correr riscos, né? Eu tinha bolsa na faculdade, larguei por causa da música. Eu tinha a minha carreira ali no underground, de forma independente, as coisas estavam andando, mas eu me arrisquei e assinei com um escritório, assinei com a gravadora numa época onde não estava sendo muito usual, né? Hoje as gravadoras ganharam muita força e os artistas têm voltado a ter esse interesse maior. Naquela época ali, fazer a parada independente, estava sendo bem mais viável para a gente e eu arrisquei, sabia que precisava tomar essa atitude para colocar a minha música em outro patamar mesmo, outro nível, levar para mais gente e aqui, foi a mesma coisa, arrisquei. A gente já estava há um ano na pandemia, sem fazer show, sem oportunidade de levar a minha arte e minha voz para as pessoas e me pareceu a oportunidade disso, de continuar levando, me mostrar, me abrir mesmo. Acho que a minha passagem por lá foi como era para ser mesmo, teve seus altos e baixos. Tive muitas oportunidades legais também, tive muitas conversas bacanas, tive a chance de humanizar um pouco mais a minha imagem, de poder mostrar que eu também erro, que vou errar mais, que eu já errei muito antes também e que é assim. Mas que isso são coisas normais da vida e que até acho que esse disco vai servir bastante para explicar um pouco disso, falar um pouco disso e levantar algumas questões. Mas eu não me arrependo de forma alguma, foi realmente uma experiência incrível, muito especial para mim, onde eu fiz amigos que eu vou levar para a minha vida toda e onde eu tive a oportunidade de descobrir muita coisa dentro de mim, além de defeitos que eu preciso corrigir, eu descobri muitas coisas legais dentro de mim, que eu não tinha a oportunidade de enxergar e, a partir dali eu enxerguei e quero também usufruir mais disso, sabe?!

Projota fala sobre depressão e avalia ida ao BBB: “Minha história de vida é de correr riscos\"

É a favor ou contra um artista se posicionar nas redes sociais? E o que acha da cobrança que existe em cima de formadores de opinião?

Projota - Com certeza sou totalmente a favor de artistas que se posicionem, independente da sua posição. Acho que é válido, que todos têm o direito de pensar, de agir e de se expressar. Naturalmente eu sempre me expus, sempre me posicionei sobre todo tipo de assunto. Não é algo que eu goste de fazer por obrigação, mas algo que eu gosto de fazer porque faz parte de mim e isso me faz pensar que eu não sou contra artistas que não se posicionam entendeu? Acho que cada um sabe o que é melhor para si, para a sua vida, para a sua carreira, inclusive tem pessoas que não se interessam por isso e eu acho que uma das principais coisas que a gente sempre se posiciona e luta é pelos nossos direitos, pelo nosso direito a tudo. Cada uma das nossas possibilidades, dentro dessa sociedade, a gente está sempre lutando pelos nossos direitos dentro disso e então, isso me faz pensar que eu não tenho direito de interferir nos direitos das outras pessoas.

Você é um dos rappers mais conhecidos do País e o rapper é um gênero que parece gostar de ficar a margem. Você já foi até acusado de ' vendido' e de fazer 'algo mais comercial'. O que você pensa sobre isso? Te incomoda?

Projota - Isso já foi algo que me afetou mais, creio que com o tempo você aprende a lidar melhor com tudo. Realmente já me fez muito mal, foi um dos motivos que me fizeram ter depressão. Creio que eu sempre lutei muito por aceitação, isso inclusive afetou muito minha arte, eu sempre tentei agradar, e é algo que a maturidade também me trouxe, me sinto liberto dessa necessidade. Hoje me sinto mais leve pra fazer minha música, busco fazer o que meu coração manda, seguindo o caminho da inspiração. Tenho certeza que isso tem me feito bem tanto artística quanto pessoalmente. Me sinto melhor agora.

O que te irrita?

Projota - Vivendo num dos países que mais perdeu pessoas para a pandemia, a irritação vem constantemente, especialmente quando o descaso é evidente, e casos de corrupção não param de surgir.

Como é que faz para honrar os compromissos em meio a uma pandemia que atingiu vários setores e praticamente derrotou o entretenimento?

Projota - O que fizemos por aqui foi buscar honrar primeiramente o que acreditamos, por exemplo, desde o início da pandemia, em fevereiro de 2020, não realizamos nenhum show, a não ser alguns no formato Drive In e algumas lives. Isso é mais importante. Fiquei parado por mais de um ano e ao retomamos os projetos agora. Um exemplo é meu álbum novo, gravamos juntos no estúdio, mas sendo testados diariamente pra garantir a segurança nossa e dos nossos familiares.

O que você ouve em casa ou no carro direto?

Projota - Eu ouço de tudo! Mas acho que o que eu mais ouço é muito rap, trap (principalmente os brasileiros) e sempre muito rock desde criança.

O que não tem perdão para Jose Tiago?

Projota - Tudo tem perdão, isso depende mais do quanto você está em paz consigo mesmo, do que com o outro. E do quanto você sente que esse outro lamenta o ocorrido.

O quer e o que pretende fazer depois que retomamos a rotina?

Projota - Pretendo voltar a fazer shows, que é o que mais sinto falta, muito mesmo! E quero poder levar minha filha pra passear de verdade, conhecer o mundo e as pessoas, infelizmente ela nasceu exatamente no início da pandemia então o horizonte dela ficou bastante limitado.

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