Felipe Neto questiona dívida milionária de Ratinho e alfineta: "Sair ou ser fuzilado?"
Ratinho polemizou ao longo da semana por defender intervenção militar
Publicado em 19/02/2021 às 12:30,
atualizado em 19/02/2021 às 12:36
O youtuber Felipe Neto utilizou o Twiter na manhã desta sexta-feira (19) para questionar o apresentador Ratinho acerca do que faria se um ditador tomasse o poder no Brasil. Ele ainda compartilhou uma matéria do site Brasil de Fato, que ilustra as dívidas que o apresentador teria com a União, que somam o montante de R$ 80 milhões.
"Fica a pergunta ao Ratinho: Se um grande ditador tomasse o poder, exatamente como você pediu, você optaria por sair do país ou ser fuzilado?", escreveu ele em sua rede social. A reportagem postada por Neto traz à tona uma dívida que Ratinho tem com três de suas empresas com o Governo. A Agropastoril Café no Bule, que deve R$ 77,9 milhões, a Agropecuária ABC Ltda que tem R$ 706 mil e a Massa & Massa Comunicação e Marcas Ltda, de R$ 663 mil. Juntas, totalizam R$ 79,3 milhões em dívidas.
A cobrança ocorre porque nesta semana, Ratinho polemizou durante seu programa na rádio Massa FM, ao defender uma intervenção militar "igual a de Singapura" no país. O apresentador acredita que a medida inconstitucional é a única forma de melhorar o Brasil e pediu a higienização de moradores de rua.
"Eu sei que o que vou falar aqui pode até chocar, mas está na hora de fazer igual fez em Singapura. Entrou um general, consertou o país e um ano depois, fez eleições. Mas primeiro consertou, chamou todos os denunciados e disse: 'vocês têm 24 horas pra deixar o país ou serão fuzilados'. Limpou Singapura", disparou ele.
felipeneto
SBT não se pronunciou sobre opinião de Ratinho
"O SBT não se pronuncia sobre atitude de seus contratados fora da emissora", disse o canal nesta quarta-feira (17), ao ser consultado pelo NaTelinha. Ratinho está na casa desde 1998, entre idas e vindas. Seu atual programa está no ar, initerruptamente, desde 2009.
Ele fez referência ao modelo aplicado por Lee Kuan Yew no país asiático, que tirou liberdades individuais ao longo de três décadas, como punição para homossexuais, pena de morte para alguns crimes e chibatadas como forma de punição para outros. As ações do ex-primeiro-ministro fizeram com que Singapura ganhasse o apelido de Disney com pena de morte.
Ainda, defendeu política de "limpeza" de moradores de rua, usando de exemplo o ex-prefeito de Nova York, Rudolph Giuliani. “Ele pesquisou do que o povo tinha medo e era dos mendigos batendo nas portas. Ele limpou os mendigos da cidade. Do que as pessoas tinham medo? Morador de rua. Ele tirou todos os moradores de rua e deu um lugar para os caras se virarem. Ele limpou tudo e a imprensa ficou a favor dele. Aqui, se mexer com morador de rua, a imprensa cai em cima do político. Ele começou nos pequenos e chegou no maior”, disse.
As leis de tolerância zero de Giuliani, que se tornou advogado pessoal do ex-presidente Donald Trump, foram criticadas por especialistas, já que apenas puniam cidadãos, mas não apresentou melhorias de renda aos jovens de regiões mais pobres, além de aumentar a população carcerária dos Estados Unidos.
Intervenção militar defendida por Ratinho é inconstitucional
Vale lembrar que a intervenção militar, conforme a Constituição Federal de 1988, é inconstitucional, mas Ratinho parece ignorar tal fato. Ele disse que é preciso entregar o país aos “homens do botão dourado” – referência aos militares – ignorando os 21 anos de ditadura no país, que aumentou a desigualdade e tirou a liberdade de milhões de brasileiros.
“Se eu abrir uma votação perguntando se o povo é a favor da volta dos militares, dá 70%. Nossa democracia é muito frágil, dá margem para bandido, estranha”, opinou.
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