Marcius Melhem notifica defesa de Dani Calabresa por uso de seu nome
Ex-diretor da Globo foi acusado de violência sexual por comediante
Publicado em 24/12/2020 às 14:47
Acusado de assédio sexual por Dani Calabresa, Marcius Melhem encaminhou uma notificação extrajudicial à consultoria Bastet, que tem como sócias a advogada Mayra Cotta e a cientista política e ativista Manoela Miklos, solicitando que seja suspenso o uso de seu nome para fazer publicidade de seus serviços. As informações são da coluna de Mônica Bergamo, do jornal Folha de S.Paulo.
As denúncias de violência sexual são citadas em postagens de divulgação da Bastet nas redes sociais da consultoria e no perfil de Cotta. Na notificação, a defesa do ex-diretor do núcleo de humor da Globo afirma que a Bastet incorre em ilegalidade e diz que notificou a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) por suposta "divulgação de serviços advocatícios em conjunto com outras atividades". Os conteúdos contestados foram apagados, de acordo com o jornal.
No dia 17, as advogadas de Calabresa e outras funcionárias da Globo entraram com pedido de investigação contra Melhem. O processo criminal foi aberto no Ministério Público após ele ter divulgado áudios particulares de uma conversa com a comediante.
Com um pedido de indenização por danos morais à atriz, Calabresa e outras funcionárias acusam Melhem de assédio sexual. O caso ganhou grande repercussão depois de uma extensa matéria publicada pela revista Piauí no início do mês.
Posteriormente, foi a vez de Melhem dizer que processaria Dani Calabresa e a advogada Mayra Cotta. A história ganhou um novo capítulo quando Marcius divulgou um áudio entre ele e a humorista. A informação foi divulgada primeiramente pela coluna de Nina Lemos no Universa, do UOL.
O que diz a advogada de Calabresa
A advogada criminalista Soraia Mendes, que junto com Mayra Cotta representa Calabresa e outras funcionárias da Globo, se manifestou sobre o caso: "Estamos pedindo que o Ministério Público ouça as vítimas e vamos solicitar que as providências necessárias sejam tomadas, inclusive com possibilidade de medidas cautelares, como a proibição de contato".
O pedido já foi mandado para a Ouvidoria da Mulher no Ministério Público Federal. "Não estamos excluindo a possibilidade de crimes mais graves que o assédio sexual. Temos relatos de situações que incluem violência e que poderiam ser caracterizadas como tentativa de estupro, mas isso vai depender de como o Ministério Público vai entender e do que será decidido", disse Soreia, que espera que Melhem seja responsabilizado pelos crimes de assédio.
Segundo a advogada, Melhem tentou macular a imagem das vítimas: "São diálogos particulares. Isso constitui crime. Vamos representar contra isso sempre que acontecer. O que ele fez mostra uma vontade de macular a imagem das vítimas. No caso, isso está acontecendo com a Dani por ela ser a única que está exposta".
Para ela, essa é uma estratégia recorrente em casos de assédio sexual. "Temos que tomar cuidado com o risco de 'revitimização' da mulher. Parte do nosso trabalho é cuidar para que isso não aconteça com essas mulheres", disse.
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