Opinião

Atuação da Semana: Amaury Lorenzo acerta o tom em Terra e Paixão

Ator tem um papel difícil nas mãos e conseguiu fazer boa construção narrativa


Amaury Lorenzo como Ramiro de Terra e Paixão
Ramiro está brilhando - Foto: Reprodução/Globoplay

Desde que estreou Terra e Paixão, o público observou o possível mote de um romance entre Ramiro (Amaury Lorenzo) e Kelvin (Diego Martins). A forma como o tema seria tratado era o grande questionamento, já que o primeiro era um vilão assassino e teria de passar por um processo de redenção, caso o amor emplacasse. Com tantas camadas, a história por si só é complexa e só está funcionando por conta do brilho do intérprete do jagunço de Antônio La Selva (Tony Ramos).

Ramiro estreou na produção das 21h como um capanga que faz todas as maldades a mando do patrão e também da patroa Irene (Glória Pires). Na primeira parte da novela, Amaury foi bem ao construir um personagem xucro e rude. Este tipo de estereótipo é bem comum na TV e não chega a ser de grande dificuldade, mesmo para um ator sem tantos repertórios.

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O barato neste caso seria o possível romance entre Ramiro e Kelvin e que acabou se confirmando. O roteiro exigia uma trajetória de redenção que nem sempre é fácil, principalmente a quem está no elenco coadjuvante. Lentamente, o capanga foi deixando de ser um espantalho sem cérebro e com músculos e começou a ganhar traços humanizados, com reflexões e traumas.

Cada sequência em que o passado assombrava Ramiro, seja por sonhos ou por conversas com seu crush, mostrava duas coisas ao público: o trilhar do roteiro para a consagradora redenção do personagem e a habilidade com que Amaury dominou sua própria criação. Todos os trejeitos de homem duro, bruto e do campo foram sendo gradativamente substituídos por gestos, olhares e tom de voz de um adolescente.

Para muitos, a mudança poderia não fazer sentido, mas se encaixou perfeitamente no que a trama propunha. Ramiro é um adolescente emocional, já que passou a descobrir a capacidade de amar, de se arrepender e até de ter vontade própria somente agora. Por isso a confusão chega sempre embevecida por expressões quase caricaturais.

O romance entre Kelvin e Ramiro é interessante, ainda que com pontas soltas e com muito de estereótipo carregado de preconceito. Mas Amaury entendeu perfeitamente a oportunidade de transmitir uma mensagem: de que todos, inclusive os mais brutos, podem ter algo através da casca dura que a vida produz. Neste contexto é que o intérprete brilha profundamente e merece todos os louros.

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