Opinião

Elizângela é mais uma artista vítima do negacionismo

Atriz Elizângela faleceu nesta sexta-feira (3)


Elizângela em foto
Elizângela morreu nesta sexta-feira (3) - Foto: Reprodução/Internet
Por Daniel César

Publicado em 03/11/2023 às 20:09,
atualizado em 03/11/2023 às 20:11

A morte da atriz Elizângela não pode ser vista do ponto de vista individual. Ela é a consequência de uma onda de negacionismo que tomou conta do Brasil desde 2020 e que não para de ceifar vidas. A artista se junta a nomes consagrados, como Paulo Gustavo e Nicette Bruno que morreram exclusivamente por culpa do negacionismo.

Elizângela faleceu nesta sexta-feira (3), após enfrentar um ano difícil por sequelas da Covid-19. Tantos outros artistas e centenas de milhares de brasileiros tiveram o mesmo fim. Diferente de Paulo Gustavo, que morreu por uma doença em que já tinha a vacina, mas que lhe foi tirado este direito, a atriz icônica por vários papéis na TV, abraçou a causa de negar a ciência e se recusou a ser imunizada.

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Assim como tantos outros brasileiras, a artista perdeu trabalho quando o passaporte da vacina era obrigatório. Isso também é diferente de outros nomes, que chegaram a ser imunizados, mas devido à força da doença acabaram não resistindo. O Brasil perdeu mais de 700 mil vidas com a pandemia.

Quem conheceu Elizângela garante que tratava-se de uma pessoa muito atenciosa, querida e que era sempre disposta a ajudar e bater um bom papo. Em nada lembra a cidadã raivosa e que vociferava teorias conspiratórias contra a vacina desde o final de 2020. Sozinha, ela jamais seria capaz de concluir histórias tão absurdas contra a ciência. Foi mais uma levada pela onda de fake news que manipulou milhões e matou milhares.

Muita gente pode discordar e lembrar que uma artista desse gabarito teve diversas oportunidades na vida e optou por dar ouvido às mentiras ao invés de buscar informações. Talvez seja verdade, mas rico ou pobre, intelectual ou analfabeto, somos todos levados pela massificação de fake news. Em algum momento, todo mundo cai numa mentira capitaneada na internet.

Pesquisadores mostraram por A + B, na universidade de Washington, que uma das principais sequelas da Covid-19 é o risco de doença cardiovascular e que somente a vacina poderia amenizar isso. Ainda assim, muita gente espalha que as mortes por mal súbito são fruto dos imunizantes, quando na realidade são sequelas da doença. Como aconteceu com a atriz.

Ela era muito mais vítima de um gabinete que produzia aqueles absurdos e que incentivavam o brasileiro a não se vacinar, mesmo diante de mais de 4 mil mortes por dia. A atriz se juntou a tantos manipulados por aqueles que deveriam salvar vidas, mas zombavam de quem estava morrendo. 

Elizângela se juntou a Paulo Gustavo, Nicette Bruno, Tarcísio Meira e tantos outros. Ela foi mais uma artista vitimada pelo negacionismo. Que ela encontre a paz que roubaram em seus últimos anos.

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