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Qual é a importância de um colaborador de novela?

Cargo é peça-chave para o sucesso de um folhetim


Montagem com a escritora Mariana Mesquita e uma cena da novela Amor de Mãe
Mariana Mesquita foi colaboradora de Amor de Mãe - Foto: Montagem/NaTelinha

Os capítulos de um roteiro de novela geralmente são escritos por vários roteiristas. No caso, temos o autor principal, que cria o argumento e a sinopse com todo o mapeamento e os acontecimentos que vão ocorrer na história, sendo que, por se tratar de obra aberta, pode haver mudanças no percurso. Porém, tudo depende do método de trabalho de cada autor. Glória Perez, por exemplo, prefere escrever sozinha e é a única autora do momento que faz isso.

Após a aprovação da sinopse, são desenvolvidos os capítulos, e o autor pode definir a melhor forma de trabalho: escrever os primeiros sozinho; fazer as escaletas, ou seja, o resumo de cena por cena, e distribuir para os colaboradores desenvolverem os diálogos; ou simplesmente criar toda a trama em grupo, com os colaboradores agregando suas ideias ao conteúdo.

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Portanto, o colaborador é uma peça importante nesse processo criativo. Atualmente, com as novelas que estão no ar, se prestarem atenção nos créditos, perceberão que há uma grande equipe de colaboradores trabalhando.

Na sua reta final, Amor Perfeito, novela criada e escrita por Duca Rachid e Júlio Fisher, escrita com Elísio Lopes Jr., tem colaboração de Dora Castellar, Duba Elia e Mariani Ferreira.

Um sucesso do horário das sete, Fuzuê é criada e escrita por Gustavo Reiz, com colaboração de João Brandão, Juliana Peres e Michel Carvalho.

A intrigante Terra e Paixão, de Walcyr Carrasco, escrita por ele e Thelma Guedes, tem como colaboradores Vinícius Vianna, Nelson Nadotti, Márcio Haiduck e Cleissa Regina Martins.

Grande sucesso do Globoplay, que estreou na TV aberta na última segunda-feira (04), Todas as Flores é criada e escrita por João Emanoel Carneiro e tem na colaboração de Vincent Villari, Eliane Garcia e Daisy Chaves.

E a nova novela das seis, Elas por Elas, que estreia no dia 25 de setembro, é baseada no original de Cassiano Gabus Mendes, tem autoria de Alessandro Marson e Thereza Falcão e colaboração de Carol Santos, Letícia Mey e Wendell Bendelack.

Eu conversei com Mariana Mesquita, autora que é um grande talento e já colaborou em vários programas e novelas - destaque para Amor de Mãe, de Manuela Dias (2019-2020). Mariana nos conta um pouco sobre essa labuta de colaborador e ninguém melhor do que o envolvido para falar da situação. 

Confira a entrevista com a escritora Mariana Mesquita:

Qual é a importância de um colaborador de novela?

Qual a importância dos colaboradores na obra?

Mariana Mesquita - Depende muito da obra, do autor e do colaborador. Mas acredito que a função mais importante seja pensar o projeto junto com a equipe de criação. Ajudar a construir o prédio, a estrutura da história, sem perder o conceito, a ideia central. Alimentar o fluxo criativo sempre. Propor caminhos e ideias para a construção da história principal, mas também sugerir o desenvolvimento dos personagens paralelos. Enfim, ajudar a arrumar as peças do jogo.

Qual é o trabalho do colaborador?

Mariana Mesquita - Novamente, depende do autor, da obra e do colaborador.

Existe a demanda em colaborar apenas nos diálogos, receber a escaleta e desenvolver as cenas. Mas também existe a colaboração na construção da história, do projeto, da escaleta, da evolução da obra. É o que eu gosto de fazer e sempre fiz nos programas que participei.

Colaborador é coautor da obra?

Escrever para televisão é um trabalho coletivo. Tenho a opinião de que todos, que ajudam a contar a história, são coautores. Já aconteceu de um figurino ajudar um ator a construir melhor um personagem que, por isso, inspirou o autor, ganhou mais espaço na história... Enfim, um trabalho alimenta o outro. Essa é a magia da televisão, da criação coletiva. Somos todos coautores.

Mariana Mesquita

 Você já participou da criação de várias novelas e programas de sucesso, entre eles A Grande Família e Malhação. Fala um pouco da sua trajetória.

 Mariana Mesquita - De Malhação, escrevi a terceira ou quarta temporada, estava no começo ainda. Entrei na TV Globo, depois de uma oficina para a contratação de autores. Meu primeiro trabalho foi escrever o programa infantil Caça Talentos, com Angélica. Uma época em que pouca gente sabia o que era escrever para a televisão, nem se considerava a profissão “roteirista”. Aprendi a fazer fazendo. Ao longo da minha carreira, foram surgindo cursos e uma literatura mais específica que, obviamente, acompanhei e acompanho até hoje para me atualizar. Além de Malhação e Caça Talentos, escrevi Sítio do Picapau Amarelo, depois foram sete anos escrevendo A Grande Família, aí fui colaborar nas minisséries O Rebu, Justiça, Onde Nascem Os Fortes e a novela Amor de Mãe. Todos esses programas foram feitos com equipes de roteiristas talentosos além dos autores principais.

Teremos uma novela escrita pela Mariana Mesquita?

Mariana Mesquita - Pois é... O meu prazer maior é justamente nesse trabalho coletivo, nessa união de forças e ideias para tirar o máximo de emoção de uma história. Seja ela de quem for. Se a história é bacana, me atrai. Gosto de trabalhar com mais gente. O projeto mais autoral que pretendo realizar é adaptar meu livro infantil, A Ilha de Malabares, para uma série de animação.

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