Opinião

Crítica: Filho da Mãe, filme sobre Paulo Gustavo, diverte e emociona na mesma medida

Documentário do Prime Video enfoca relação com a mãe e também ressalta importância social do artista


Déa Lúcia e Paulo Gustavo em cena do documentário Filho da Mãe, do Prime Video
O filme Filho da Mãe nasceu como making of dos bastidores do espetáculo homônimo, em que Déa Lúcia subiu ao palco com Paulo Gustavo - Foto: Divulgação/Prime Video

A trajetória de Paulo Gustavo (1978-2021) é resgatada no documentário Filho da Mãe, lançado pelo Prime Video. Dirigido pela cineasta e amiga do biografado Susana Garcia, o filme enfoca a relação do ator e humorista com a mãe, Déa Lúcia, que inspirou sua personagem de maior sucesso. A homenagem diverte e também emociona, em especial quando ressalta o legado deixado pelo artista, vítima da Covid-19 aos 43 anos, em 2021.

O projeto de Filho da Mãe nasceu nos bastidores do espetáculo homônimo, em que Paulo Gustavo e Déa Lúcia apresentavam uma espécie de talk show misturado com stand up. Os dois faziam piadas sobre a relação em família e também soltavam a voz. Afinal, a dona de casa que inspirou a franquia Minha Mãe é uma Peça já foi cantora profissional.

Com a morte do humorista em meio à pandemia do coronavírus, o filme deixou de ser um mero making of e ganhou o oportuno subtítulo Um Reencontro com Paulo Gustavo. É mesmo a sensação que o documentário deixa no espectador, principalmente os fãs do ator, já carentes de seu humor sagaz e irônico, que faz falta na TV, no cinema e nos palcos.

O filme perpassa toda a trajetória do artista, desde a infância até a morte, no auge do sucesso. Um ano antes de se despedir de seu público, Paulo Gustavo levou 11,5 milhões de pessoas ao cinema para assistir a Minha Mãe é uma Peça 3, um recorde no cinema nacional. No teatro, seu último espetáculo foi justamente aquele em que atuou com Déa Lúcia, em 2019.

Documentário do Prime Video mostra importância de Paulo Gustavo para o Brasil de hoje

Crítica: Filho da Mãe, filme sobre Paulo Gustavo, diverte e emociona na mesma medida

Filho da Mãe adquire um claro tom de tributo. Não poderia ser diferente, dada a comoção ainda gerada pela morte de um artista tão querido, somada à ligação da diretora Susana Garcia com Paulo Gustavo – ela era sua melhor amiga. Amigos e colegas recorrentes, como Mônica Martelli e Marcus Majella, além de familiares, ressaltam não só o talento, mas o altruísmo e a generosidade do homenageado, em cena e fora dela.

Algumas ausências são sentidas entre os depoimentos, como as de Fábio Porchat e Samantha Schmutz, amigos próximos do artista e fundamentais em sua trajetória. Por outro lado, há presenças deslocadas, como um único fã, meio deslocado dos demais, e Pedro Bial, que faz as vezes de “especialista”. Ainda que com uma boa análise da importância cultural do biografado, o jornalista não tinha qualquer ligação aparente com sua história profissional ou de vida.

Com quase duas horas de duração, o longa-metragem dá conta de perpassar toda a importância de Paulo Gustavo para o Brasil de hoje, não só pelo fenômeno midiático, mas também por seu legado social. O casamento com o médico Thales Bretas, em 2015, e a chegada dos filhos Gael e Romeu, em 2019, ganham grande destaque na segunda metade.

São vários os momentos emocionantes, como no resgate de vídeos caseiros feitos no dia a dia com os filhos. A frase “Rir é um ato de resistência”, dita pelo humorista em seu último programa de TV, é ressignificada aqui. O documentário destaca a importância política, ainda que não panfletária do biografado, ao mesmo tempo que se afirma como um reencontro. É, enfim, mais uma chance de rir e resistir com Paulo Gustavo.

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