5 motivos para maratonar A Vida e a História de Madam C.J. Walker, na Netflix
Série com Octavia Spencer é boa pedida para feriadão e quarentena
Publicado em 18/04/2020 às 11:00
A Vida e a História de Madam C.J. Walker, que estreou na Netflix no fim de março, é uma boa pedida para maratonar neste feriadão ou durante a quarentena. Protagonizada por Octavia Spencer, a minissérie (originalmente intitulada Self Made) é ambientada no início do século 20 e narra a trajetória real de Sarah Breedlove, a primeira mulher a se tornar milionária nos EUA por conta do próprio trabalho.
Pobre e sem perspectivas, Sarah eleva sua autoestima ao conhecer uma fabricante de cosméticos para mulheres negras. Fascinada pela linha para cabelos, ela se oferece para revender o produto, mas tem sua oferta rejeitada. Assim, descobre por conta própria uma fórmula para cabelos crespos e investe no ramo, disposta a ascender no mundo dos negócios.
Confira, a seguir, 5 motivos para maratonar A Vida e a História de Madam C.J. Walker:
1- Perfeito casamento entre atriz e personagem
Octavia Spencer já é um bom convite para conferir qualquer produção. Sarah não poderia ser defendida por outra atriz senão essa, veterana no humor e com igual talento para o drama. Na série, ela brilha como uma protagonista que sofre constantes humilhações - por ser negra, por ser mulher e por não seguir o padrão de beleza de sua época - e usa cada descrédito como motor para seguir adiante.
2- Texto leve, mas cirúrgico
A minissérie discute questões sociais latentes nos EUA do início do século 20, mas que perduram nos dias atuais. Histórias de racismo e misoginia costumam render bons dramas, mas a série foge de uma abordagem lacrimosa. Ao contrário, por vezes recorre ao humor para levantar tais questões. Em diversas cenas, o espectador ouve verdades dolorosas, floreadas pelo histrionismo da personagem principal.
3- Empreendedorismo e superação sem pieguices
A trajetória de Sarah Breedlove até se tornar uma influente ativista política e social pode ser lida como uma jornada de empreendedorismo e superação - termos, hoje, bastante saturados. A produção da Netflix, contudo, foge das armadilhas comuns aos filmes e séries que apostam nesses filões. Ainda que enfoque a trajetória vitoriosa da personagem real, passa longe de endeusá-la e exibe, com igual importância, suas falhas e derrotas.
4- Trilha sonora foge do esperado
O caminho mais óbvio seria recorrer ao jazz, que nasceu na comunidade afro-americana justamente no período em que a história é ambientada, entre 1908 e 1918. A aposta para a trilha sonora, contudo, foi em uma seleção eclética e atual, que vai do pop ao hip hop. A música da série ajuda a costurar a história, além de escapar das obviedades.
5- Curta duração
Com apenas quatro episódios, a produção se destaca no imenso catálogo da Netflix por ir direto ao ponto, evitando enrolações sem que isso comprometa o desenvolvimento dos personagens. Mesmo com a curta duração, há tempo de se conhecer figuras interessantes além da protagonista - como sua filha Lelia (Tiffany Haddish, divertida) e Addie (Carmen Ejogo, na foto acima, ótima como vilã).