Desrespeito, gritaria e bom humor: "Fox Sports Rádio" é a mesa redonda sensação da TV paga
"Fox Sports Rádio" deixa formato engessado bem longe
Publicado em 13/08/2019 às 09:22
O "Fox Sports Rádio" vai completar sete anos no ar em outubro pelo canal Fox Sports, mas desde 2014 é que brilha no horário do almoço com a apresentação de Benjamin Back e a bancada composta por Osvaldo Pascoal, Flávio Gomes, Maurício Borges (Mano), Fábio Sormani e o sexto (e mais novo) elemento, o glorioso Felippe Facincani, popularmente conhecido como Pipinho.
Líder dentre os esportivos no horário, não é muito difícil descobrir a razão do sucesso. A irreverência, marca do programa que tem quase três horas de duração, tira qualquer um do tédio. Até mesmo aquele que nem é tão aficionado por futebol.
Com gerações diferentes de jornalistas, o resultado disso às vezes é uma discussão acalorada, mas sempre com uma dose de bom humor. Para alguns, até exagerada. Mas, para um programa diário tão longo, seria maçante conduzi-lo de um modo tão engomadinho como seus concorrentes, especialmente os esportivos do canal SporTV.
A gritaria e desrespeito também fazem parte do programa, mas isso são alguns dos charmes. O "Fox Sports Rádio" só faz tanto sucesso porque o público e os torcedores se veem representados ali, opinando sem filtro de uma maneira nada polida.
Humoristas ou jornalistas?
As apostas, risadas, tiração de sarro e outros elementos que fazem da atração ser garantia de divertimento não diminuem o "Fox Sports Rádio".
Toda essa energia faz os telespectadores mais críticos refletir sobre a credibilidade da atração, mas ali são todos jornalistas bem-humorados, na mesma sintonia, quebrando um grande paradigma na TV. Dá pra ter credibilidade, ser sério, sem deixar a posição sisuda tomar conta do formato.
O telespectador enxerga a mesa redonda como uma extensão da sua casa e da roda que promove costumeiramente com os amigos para tratar do mesmo assunto que eles, o futebol.
Jornalistas escolhidos cirurgicamente
O "Fox Sports Rádio" só faz o sucesso que faz pelo elenco. Todos se complementam e a entrada de Facincani como o mais novo elemento só agregou.
Afinal, ele é a escada para diversas zoações e não se abala com isso, chegando a entrar na onda para fazer com que o público e jornalistas ali também se divirtam.
Benjamin Back é quem comanda a patota. Tenta organizar algo praticamente, com o perdão do erro, "ingornizável" e não hesita em fazer parte desse rebu.
Experiente, Osvaldo Pascoal em um primeiro momento é o mais sereno. Mas só em um primeiro momento. Não raramente, também tem discussões acaloradas e também perde a compostura. O que a gente adora.
Fábio Sormani é aquele tio que se esgoela para defender seu ponto de vista, mas todo mundo quer sentar e tomar uma com ele. E pior: quase sempre está certo.
Flávio Gomes é uma das válvulas de escape para deixar o clima mais leve com seus comentários mais ponderados, imitações e gracejos mais singelos.
Mano é aquele torcedor sensato que não se furta em cornetar o próprio clube, o Corinthians. Lúcido, tem uma visão justa do que acontece no mundo da bola. Já Facincani segue mais ou menos a mesma linha, com a diferença de ser mais explosivo e exaltado, e um dos bodes expiatórios da turma.