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Corte bilionário e alto lucro na Globo levaram homem da grana a chefão do Globoplay

Grupo Globo teve lucro de R$ 838,7 milhões em 2023


Montagem com Manuel Belmar com o logotipo do Globoplay
Manuel Belmar assumiu o Globoplay em fevereiro - Foto: Montagem/NaTelinha
Por Sandro Nascimento

Publicado em 02/04/2024 às 04:44,
atualizado em 02/04/2024 às 13:44

O balanço de 2023, divulgado pela Globo na última quarta-feira (27), demonstra que o grupo teve um lucro de R$ 838,7 milhões no ano anterior, após cortar cerca de 10% de suas despesas, o que expõe o motivo pelo qual Manuel Belmar, diretor das áreas de finanças, infraestrutura e jurídico, assumiu o controle do Globoplay com a missão de tornar a plataforma lucrativa. Em fevereiro, Belmar passou a liderar os produtos digitais e canais pagos da Globo. O corte no grupo de mídia da família Marinho foi de R$ 1,3 bilhão e fundamental pelo lucro apresentado no balanço.

Fontes consultadas pelo NaTelinha relataram que a maneira discreta e estratégica com que Manuel Belmar atua nos bastidores e os recentes resultados financeiros favoráveis consolidaram sua posição como um homem de confiança junto à alta direção da empresa de mídia. Muitos se impressionaram com o montante significativo que foi economizado sem prejudicar o desempenho dos variados empreendimentos da Globo.

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E por isso, um mês antes de ser divulgado o balanço de 2023, ele também assumiu o controle do Globoplay, que hoje é deficitária. Atualmente, somente os projetos que já estavam assinados para produção estão sendo realizados. Segundo fontes, a ordem foi colocar o pé no freio, antes de autorizar novos produtos, até saber exatamente quais caminhos o streaming deve seguir em busca do equilíbrio operacional no caixa, o break even point.

Internamente, a eficiente gestão de Manuel Belmar eleva seu nome ao patamar dos mais influentes entre os executivos do Grupo Globo que não são membros da família Marinho.

“Belmar seguirá os compromissos de buscar cada vez mais o crescimento dos produtos digitais da Globo, gerir o portifólio da área de Produtos Digitais e Canais Pagos, garantindo o equilíbrio entre os modelos de negócio, e explorar diferentes segmentos, de acordo com a evolução de hábitos do consumidor, mantendo o foco em resultados cada vez mais relevantes e que atendam às necessidades do público brasileiro, hoje e no futuro”, disse Paulo Marinho, diretor-presidente da Globo, num trecho do comunicado interno sobre a nomeação de Manuel Belmar para substituir Erick Bretas no Globoplay.

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Cortes na Globo

Para se ter uma ideia do volume de reduções, a GCP, abrangendo a TV aberta e fechada, Globoplay, globo.com, G1, GE e o Gshow , possui 13 mil colaboradores. Na década de 90, de acordo com a Fundação Getúlio Vargas, apenas a TV aberta contava com 15 mil funcionários.

Esses números demonstram que a Globo atual realiza muito mais atividades com menos pessoal do que dispunha no início dos anos 90. O volume de cortes e o impacto das novas tecnologias tornam-se evidentes.

Conforme o NaTelinha antecipou, o prejuízo do Globoplay resultou na saída do executivo Erick Brêtas em fevereiro. Segundo fontes, ele teria prometido que a plataforma equilibraria os custos e despesas operacionais com a receita até 2024. Contudo, estudos recentes sugerem que tal meta não será alcançável. Posteriormente, o equilíbrio financeiro almejado foi postergado para 2026. Essa situação provocou incertezas internas acerca de sua gestão e intensificou a pressão.

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