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Contrariando a lógica dos humorísticos da TV, "Tá no Ar" se mantém engraçado
Direto da Telinha
Por Redação NT
Publicado em 01/03/2017 às 12:20
Uma das maiores dificuldades dos programas de humor da televisão, seja em canais abertos ou fechados, é evitar a repetição e o esgotamento de ideias e da graça. Em sua quarta temporada, o “Tá no Ar”, da Globo, foge dessa lógica.
Exibido às terças-feiras, o programa surpreendentemente não sentiu ainda o peso do tempo e sua equipe de roteiristas continua criativa.
Só nesses cinco primeiros episódios de 2017 já apareceram esquetes impagáveis, como “Hidratante Ménange”, “Canal Brasília” com releituras de pornochanchadas, jornal usando previsões astrológicas pro trânsito, o buscador do apresentador Gugu Liberato e as participações especiais de Regina Duarte cantando rap e Cláudia Raia em um trocadilho infame.
Há de se mencionar a polêmica envolvendo a igualmente hilária “Treta Pig”, tirada de circulação após problemas com a detentora dos direitos autorais do desenho original.
Não faltam casos históricos na TV de programas de humor que perderam a graça e o fôlego. Na própria Globo há os exemplos do “Sai de Baixo” e “A Grande Família”, que saíram do ar sem deixar saudades e em intenso estado de esgotamento. Séries que tiveram poucas temporadas, como “A Diarista” e o “Toma Lá da Cá” também sentiram o peso da idade, mostrando em suas temporadas finais episódios que não desfrutavam de grandes tiradas.
Nesse contexto, é de agradecer e ficar espantado que o “Tá no Ar” continue com tudo em cima. E que bom que assim segue. Mesmo que não seja um enorme sucesso de audiência com o público médio, já que algumas piadas não são absorvidas por serem extremamente nichadas a quem acompanha televisão - vale lembrar que o saudoso “TV Pirata” também padecia disso - desfruta de prestígio com seu público, sem ofender a inteligência ou forçar a barra, como péssimos programas de comédia que fracassaram, como o “Tomara que Caia”, ou séries humorísticas que só ganharam sobrevida por se escorar em novelas de sucesso, como “Chapa Quente”.
Vida longa ao “Tá no ar”.
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