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Ator de "Cidade dos Homens" lamenta pouca discussão sobre o racismo na série

Nova temporada estreia nesta terça-feira (17) na Globo


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Fotos: Reprodução/ Instagram

Após 12 anos, Darlan Cunha e Douglas Silva voltam a protagonizar a série "Cidade dos Homens". Laranjinha e Acerola chegam na tela da Globo a partir desta terça-feira (17), mais maduros e com os conflitos da vida adulta.

"O programa tem a realidade de uma favela normal. Mas eu acho que as primeiras temporadas da 'Cidade dos Homens' a gente falava muito sobre racismo e preconceito. Eu até queria mais sobre o tema neste temporada", comenta o ator Darlan Cunha.

Na quinta temporada de "Cidade dos Homens", Laranjinha (Darlan Cunha) vai enfrentar o desafio de salva o filho (Luan Pessoa) de uma grave doença. Entretanto, mesmo contando com a ajuda do inseparável amigo Acerola (Douglas Silva) e seu filho Clayton (Carlos Eduardo Jay), ele vai precisar de dinheiro e do atendimento precário da saúde pública.

"Eu discuti sobre o roteiro e dizia que tinha pouco questão sobre racismo. Não tem nessa temporada, mas tem os problemas de saúde pública e política. Antigamente tinha um ataque mais direto, hoje não atacamos diretamente, mas falamos do cotidiano do brasileiro. Eu sou motoqueiro, tenho moto, então sofro racismo a cada sinal", explica Darlan, hoje com 28 anos.

Questionado, o ator descarta a possibilidade de ter sofrido preconceito na TV por não emplacar nenhum outro trabalho depois da série. "Não foi nem pela minha cor. Eu era um jovem e não sabia o que eu fazia era por intuição ou se eu amava estar ali mesmo. Por um momento trabalhar não era tão satisfatório, não sabia por que eu estava ali. Rolou uma confusão na transição de adolescente para adulto, precisei desse tempo. De uns anos pra cá, eu vi que o teatro, cinema, televisão e atuar que eu quero fazer. Queria fazer novela agora, seria uma boa", explica.


Sobre resgatar o personagem Laranjinha, Darlan Cunha revela que tem a rotina de viver bastante em comunidade por causa da sua mãe. "Ela mora no morro, então são coisas que eu vejo diariamente. Foi mais resgatar um personagem de quando eu era adolescente, pegar o jeito que eu representava. Quando a gente começou com a série, não tínhamos muito responsabilidade com horários. Agora eu amadureci e fiquei mais profissional", conta.

Ele diz está muito ansioso com a repercussão da nova temporada de "Cidade dos Homens". "Eu sempre coloquei pilha pra voltar, sempre brincava que eles não queriam deixar a gente ficar rico. É o programa mais pé no chão que a Globo exibiu até hoje", brada.

Procurado, o diretor da série, Pedro Morelli (foto/acima), se manifestou sobre a falta da discussão de racismo nesta nova temporada: "Eu acho que é inerente ao assunto. Não precisa falar sobre o racismo para falar sobre ele, acho que faz parte do contexto, está como pano de fundo. O assunto principal desta vez foi esses caras que não tem dinheiro e precisam operar o filho que está doente. Por acaso os atores são negros e a população negra está entre os mais excluídos".

Com quatro episódios, "Cidade dos Homens" é uma coprodução da O2 Filmes e estreia nesta terça-feira, logo após "Dois Irmãos". A série foi escrita por George Moura e Daniel Adjafre e tem direção geral de Pedro Morelli.


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