Nem Beyoncé! Vitória de Trump mostra que famosos não influenciam na política
Artistas e influenciadores digitais não determinam eleições
Publicado em 10/11/2024 às 08:00,
atualizado em 10/11/2024 às 14:08
Contrariando todas as pesquisas eleitorais, Donald Trump foi eleito o 47º presidente dos Estados Unidos nesta semana, derrotando Kamala Harris de forma acachapante. A chegada do político republicano ao cargo pela segunda vez expõe mais do que a vitória de uma ideologia nas urnas americanas; demonstra que artistas e influenciadores digitais, que vivem uma vida totalmente desconectada da realidade, não determinam os caminhos das eleições.
Kamala era a candidata preferida de Beyoncé, Lady Gaga, Taylor Swift e Katy Perry. Somando o número de seguidores dessas quatro artistas, são quase 1 bilhão de pessoas. Além disso, a equipe do partido Democrata passou a apostar em influenciadores e criadores do TikTok como uma peça importante para atingir os jovens. Porém, a estratégia se mostrou equivocada.
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Esse grupo de influenciadores engajados vive uma vida de ostentação, um mundo paralelo à realidade, distante das pobrezas das ruas. De que forma essas figuras têm esse poder, que parte do mercado acredita possuir, de influenciar um voto? Não influenciam, como demonstrado pela vitória de Trump.
No máximo, influenciadores são capazes de criar um ambiente mais favorável nas redes sociais com narrativas combinadas pela campanha política, mas continuam conversando com a mesma bolha.
Influenciador não influencia
A vitória de Donald Trump ocorreu pela percepção do eleitor americano da necessidade de mudança no país, algo que os Democratas não conseguiram alcançar. “dificuldade de enviar uma mensagem persuasiva que fosse ouvida por americanos dos dois partidos que perderam a fé no sistema”, como avaliou o New York Times num editorial sobre a vitória de Trump.
Em nosso país, grande parte dos influenciadores não possui o mínimo de cultura e vive uma vida perfeita cheias de dancinhas na tela do celular, enquanto enfrenta sérios problemas psicológicos fora dela.
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Em tempos em tempos, se envolve em escândalos, brigas e polêmicas, e elogiam um produto não por ser bom, mas por receberem para isso. Um exemplo disso são as publicidades vergonhosas sobre o jogo do Tigrinho.
Nem na televisão os influenciadores conseguem retorno de audiência. Diversas emissoras utilizaram essas personalidades como mote para atrair público, mas nunca houve a conversão de seguidores em Ibope. Foram e ainda são superestimados.
Quando o público passa a seguir alguém nas redes sociais, é uma ação muito mais movida pela curiosidade do dia a dia daquela pessoa, ou pela identificação do conteúdo, do que pelo desejo de ser influenciada por essas personalidades.
A vitória do novo presidente dos Estados Unidos provou que artistas e influenciadores não influenciam na política, nem Beyoncé.