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Última temporada na Globo mostra que Jô ainda tem muito por fazer na TV

Antenado


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Fotos: Divulgação

Nesta sexta-feira (16), vai ao ar a última edição do "Programa do Jô". Quando foi-se anunciado que este ano seria o derradeiro, muitas pessoas deram "aleluia e amém" e disseram que Jô Soares estava realmente precisando se aposentar, até demorando para tal.

Confesso que, como apreciador do lado entrevistador de Jô, ele realmente se acomodou nos últimos anos, a ponto de a Globo querer cancelar o seu programa. Em algumas entrevistas, quase monólogos eram feitos por entrevistados mais famosos.

Nos mais desconhecidos, Jô Soares tinha que contar sempre histórias pessoais para render. Ficava arrogante várias vezes. Mas nesta última temporada, curiosamente, um sopro muito bom tomou conta do talk-show.

Jô parecia disposto a mostrar o seu valor. Deu o seu melhor tanto em entrevistas mais comuns quanto nas com convidados ilustres. Dá pra chamar de históricas as realizadas com Faustão e Roberto Carlos.

Aliás, ouso dizer que a de Faustão foi uma das cinco melhores dele na carreira, tamanha diversão e a quantidade de revelações que teve. Já o Rei foi bem mais pela emoção, e uma emoção que não foi só dos dois, mas também do público.

Boa parte dos telespectadores se viu em Roberto Carlos. Chorou que um companheiro de 28 anos de madrugadas se vai, deixando uma grande lacuna na história da televisão aberta. Porém, para mim, nada ainda está perdido.

Esta temporada na Globo mostrou que Jô Soares ainda pode ser muito relevante, criativo e ter alta qualidade em suas conversas. É um estilo muito único, que destoa do "mais show que talk" de Fábio Porchat e Danilo Gentili.

Por melhor que Pedro Bial seja no GNT e deverá ser na Globo, ainda acho que Jô não deveria sair do ar. Ele provou que ainda tem muito para fazer na televisão. A Globo já voltou atrás em decisões, mesmo em anúncios feitos - caso de "Amor & Sexo", por exemplo.

Por que não voltar atrás na decisão do "Programa do Jô?". Seria fantástico. Jô merece, nós telespectadores merecemos e, principalmente, a TV aberta merece.
 

Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, é responsável por reportagens variadas e especiais. Ainda assina as colunas "Antenado", sobre TV aberta, e "Eu Paguei pra Ver", sobre TV por assinatura. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

 

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