Dan Stulbach pede: "Eu quero um cinema plural e inteligente"
Dan, Maria Fernanda Cândido e André Frateschi falam sobre primeiro programa nacional da Paramount Channel
Publicado em 02/10/2016 às 08:57
O grupo de mídia Viacom Brasil comemora em novembro dois anos da Paramount Channel no país. Para marcar a data, o canal de filmes lança sua primeira produção nacional, o "Cine Rooftop". No comando da atração está Maria Fernanda Cândido, André Frateschi e Dan Stulbach.
O programa, que estreia neste terça-feira (04), vai reunir diretores, atores, cinéfilos e críticos para debaterem assuntos relacionados a sétima arte e ao comportamento humano.
"A conversa acontece com todo mundo sentado numa sala e um ambiente muito aconchegante. Tínhamos uma dinâmica muito mais focada no diálogo entre essas quatro pessoas do que alguém que estivesse apresentando um programa. A cada episódio, teremos três filmes que serão mostrados e através deste filmes, vamos discutir os temas", conta Maria Fernando Cândido, com exclusividade para o NaTelinha.
Segundo a atriz, o formato do "Cine Rooftop" é um bate-papo sobre o tema da vida contemporânea e do comportamento humano, através da perspectivas dos filmes que estão sendo apresentados. Mas Maria Fernanda Cândido nega que esteja exercendo o papel de apresentadora na atração. "Eu vejo que não é uma coisa no sentido tradicional da palavra apresentador, que tenha responsabilidade de levar tudo nas costas, é mais uma intermediação de uma conversa bem descontraído sobre o tema cinema", explica.
Para Dan Stulbach, o convite para comandar a atração foi algo que não esperava. "Quando me ligaram, a Fê (Maria Fernanda Cândido) e o André (Frateschi) já estavam no projeto, além de gostar muito dos dois eu gosto muito do tema cinema. Então foi fácil de topar e bater a agenda. Foi uma coisa que apareceu meu de surpresa na minha vida, que eu adorei fazer, foi muito intenso e prazeroso", disse o ator para a reportagem.
O local escolhido para as gravações foi a cobertura do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, tendo a metrópole paulista como cenário. "No meu caso o vinho me ajudou também, estávamos naquele cenário incrível e foi oferecido uma taça de vinho que amaciou todo o processo", brinca André Frateschi.
Sobre a atual fase do cinema nacional, Maria Fernanda Cândido diz que está passado por um período muito positivo. "Eu acho que o cinema nacional está numa expansão maravilhosa. São vários gêneros que tem sido feitos e levados à população. Acho muito importante que o cinema se consolide como indústria também. Neste aspecto, as comédias são importantes também, elas acabam ajudando neste processo. Se é para consumir comédia, melhor que consuma as nossas, do que as importadas", defende a atriz sobre as críticas de excesso do gênero nas telas.
Segundo André Frateschi, tem espaço pra todo mundo no mercado nacional. "O importante é fomentar todo tipo de cinema e que não entremos numa discussão absolutamente desinformada sobre a lei Rouanet e de quem trabalha com cultura. Que tenhamos fomento para quem quer fazer arte e cinema no Brasil, tem público para tudo. Pode pessoalmente não agradar determinada estética e determinado tipo de filme, mas estamos no processo anterior, de expansão e depois depurar", diz.
Sobre o tema, Dan Stulbach faz um apelo: "Eu quero um cinema plural e inteligente que fale para todos os públicos. Quero uma comédia que não reforce os estereótipos e nem os preconceitos. Que seja inteligente também. Que divirta e faça pensar. Eu acho que enquanto a gente tiver um cinema voltado, em grande parte, para satisfazer o mercado, perdemos espaços para cineastas iniciantes e de pessoas inteligentes para trabalhar".
Quando questionada sobre a estética da televisão ser cada vez mais presente no cinema, Maria Fernanda Cândido responde que a sétima arte e televisão são expressões diferenciadas: "a televisão é muito particular e muito específica, você tem questões que são próprias do veículo. Cinema para mim é cinema. Agora isso é passível de ser criticada e precisa ser observado e olhado".
Para André Frateschi, o cinema tem um grande espaço para os blockbusters e a televisão está se permitido ousar um pouco mais com relação a linguagem estética. "Isso é engraçado", comenta.
"Cine Rooftop" é uma produção da Paramount Channel e da produtora Kroon. Estreia nesta terça-feira (04), às 22h. A atração semanal conta com 13 episódios e tem direção de Felipe Janowsky.
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