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Musicalmente redondo, "SuperStar" sofre de mal antigo da TV brasileira

Antenado


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Divulgação/TV Globo

Desde que comecei a cobrir televisão, ouço uma frase de algumas pessoas que trabalham nos bastidores: "Com sensacionalismo não dá pra competir".

Não vou entrar no mérito se Geraldo Luís é sensacionalista ou não. Mas no último domingo (29), notoriamente, a pauta que o fez ganhar do "SuperStar" na audiência foi: entrevista exclusiva com o namorado de uma criminosa famosa.

Do outro lado, havia um programa musical, de talentos. Por mais que não seja um campeão de audiência desde que chegou ao Brasil, em 2014, a atração musical de Fernanda Lima tem em 2016 sua temporada mais redonda em relação a música que é feita.

Sem bandas melosas demais, como a vencedora da primeira temporada, a Malta, e sem garotos bonitinhos que cantam e dançam, como a dupla Lucas e Orelha, grupos como Playmobille, Preto Massa, Plutão Já Foi Planeta e Bellamore dão grandes shows e tocam excelentes canções - autorais ou não.

O nível é bem comparado ao que o "The Voice Kids", guardadas as devidas proporções, mostrou de talento em arranjos, letras e melodia. Fernanda Lima continua muito bem no comando, e os jurados atuais estão bem sensatos - tirando Daniella Mercury, que apesar de tecer bons comentários, tem horas que fica meio maluquinha e pula de um lado para o outro. Mas isso traz boas risadas ao espectador, então é o de menos.

O problema é mesmo alguma rejeição que o programa tem, talvez por seu método de votação ser moderno demais, e por concorrer sempre com programas populares em todas as faixas que já foi ao ar. Perder para Silvio Santos é comum, mas perder para Geraldo e pautas sensacionalistas é um pouco mais preocupante.

Não que o "SuperStar" seja perfeito, mas o "Domingo Show" faz uso do sensacionalismo pra vencer. E isso é ruim para a TV brasileira como um todo. Infelizmente, o sensacionalismo ainda beira entre nós, e não tem data para sair.


Gabriel Vaquer escreve sobre mídia e televisão há vários anos. No NaTelinha, é responsável por reportagens variadas e especiais. Na coluna "Antenado", fala sobre TV aberta quando a necessidade pedir. Já no "Eu Paguei Pra Ver", às segundas, conta histórias curiosas sobre a TV por assinatura no Brasil. Converse com ele. E-mail: gabriel@natelinha.com.br / Twitter: @bielvaquer

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